Despois que viu Cibele o corpo humano
do fermoso Átis seu verde pinheiro,
em piedade o vão furor primeiro
convertido, chorou seu grave dano.
E, fazendo a sua dor ilustre engano,
a Júpiter pediu que o verdadeiro
preço da nova palma e do loureiro
ao seu pinheiro desse, soberano.
Mais lhe concede o filho poderoso
que as estrelas, subindo, tocar possa,
vendo os segredos lá do Céu superno.
Oh, ditoso Pinheiro! Oh, mais ditoso
quem se vir coroar da folha vossa,
cantando à vossa sombra verso eterno!
Luís Vaz de Camões
quinta-feira, 27 de março de 2008
Despois que viu Cibele o corpo humano
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