Os vestidos Elisa revolvia
que lhe Eneias deixara por memória:
doces despojos da passada glória,
doces, quando seu Fado o consentia.
Entre eles a fermosa espada via
que instrumento foi da triste história;
e, como quem de si tinha a vitória,
falando só com ela, assi dezia:
«Fermosa e nova espada, se ficaste
só para executares os enganos
de quem te quis deixar, em minha vida,
sabe que tu comigo te enganaste;
que, para me tirar de tantos danos,
sobeja-me a tristeza da partida».
Luís Vaz de Camões
sexta-feira, 28 de março de 2008
Os vestidos Elisa revolvia
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