sábado, 23 de fevereiro de 2013

Ventos de mudança II

Sempre que se agigantam as tempestades,
Entorpeço ao ribombar dos trovões,
Escondo-me em labaredas de saudades,
Desejo redimir-me em mil perdões.

Sem força para afastar tais ventanias,
Fico encolhido. Espero atento.
O tempo afastará as tropelias…
Aguardo pois. Aguço o alento.

Esse temporal terá que chegar ao fim,
Assim o espero, assim acalento.
Desejo sair desta negra solidão.

Rebuscarei as forças dentro de mim,
Esperarei  pela mudança do vento,
Encontrarei essa luz, na escuridão.

2013 Vasco de Sousa
Com um grande beijinho para a minha amiga Olinda.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Réstia de Esperança

Lá longe onde os beijos se consomem
As estrelas pairam sonhando
Os sorrisos são mais cintilantes
Os desejos nunca dormem
Trauteios de amor cantando
O fruto de ventos constantes

Gravados que estão no supremo amanhecer
Um afago fugaz revela a próspera intenção
Entremeados olhares delicados e copiosos
Falam de corpos colidindo ao entardecer
De barcas-belas, música suave, fogo e paixão
E de mãos entrelaçadas em carinhos zelosos

São os amores esquecidos e empoeirados
Pedindo uma sede de água e uma migalha de pão
Num vislumbre outonal querendo ainda viver e amar!

2013 Olinda Ribeiro

domingo, 27 de janeiro de 2013

Júnior

O tempo vai passando….

A dor vai aumentando com a agrura dos dias….
Queria tanto sentir os teus braços rodeando o meu corpo
Sentir a ternura dos teus beijos
E a tua voz ai que saudade da tua voz!
Suspiro por ti, todos os meus pensamentos são teus…
E no meu queixume …não tem lugar o ciúme….
Só tenho espaço prá saudade e pra esta dor que a tua ausência me pena…

Não não tenho raiva …. Não tenho ódios…. Não desejo mal ao mundo,
Só tenho esta inclemência da saudade
E no meu dorido desnorte
Só penso que talvez a morte seja mais mansa e mais clemente
Queria-me nesse tempo em que todos os teus ais eram meus…
E em que tu estremecias só de pensar em mim! …..
Ah como eu era feliz então! Tinha descoberto o amor….
O mesmo amor que agora derrama sobre mim a inclemência da saudade
Queria-me nesse tempo em que um beijinho e um abracinho era o céu onde vivia!

Eu tenho esta lágrima derradeira que teimo em não derramar,
É igual à lágrima primeira…
Água límpida do meu prantear
Minha alma, meu coração a bater,
Minha adaga de sal!
E tu que tanto tardas em chegar…. E eu sem saber do teu amar!

2013 Olinda Ribeiro