Gregório de Matos Guerra (1636-1696) nasce em Salvador, provavelmente em 1636. É filho de pai português (natural de Guimarães) e de mãe brasileira (Baiana).
Proveniente de uma família abastada, em 1642 estudou no Colégio dos Jesuítas, na Bahia. Em 1650 continua os seus estudos em Lisboa e, em 1652, na Universidade de Coimbra onde se forma em 1661. Em 1663 é nomeado juiz de fora de Alcácer do Sal.
Volta ao Brasil em 1682 e é nomeado tesoureiro-mor da Sé, na Bahia, depois de ordenado clérigo tonsurado – grau de iniciação nas ordens sacras que prevê a tonsura, corte de cabelo em formato de coroa típico dos prelados da época. Por se recusar a vestir batina, é destituído do posto em 1683. Passa a viver da advocacia e a escrever sua obra satírico-erótica, que retrata a sociedade baiana da época.
Os seus poemas, de forte inspiração clássica, denunciam a ganância e a busca do prazer pelos poderosos. Por isso, ganha o apelido de Boca do Inferno ou Boca de Brasa. Leva uma vida boémia até ser deportado para Angola, em 1694. Torna-se conselheiro do governador Henrique Jaques Magalhães na colónia portuguesa e, como compensação pelos serviços prestados, é autorizado a retornar ao Brasil, passando a viver no Recife, onde morre.
A sua poesia sobrevive graças a manuscritos apócrifos. É publicada pela primeira vez em 1831, numa coletânea organizada por Januário da Cunha Barbosa chamada Parnaso Brasileiro ou Colecção das Melhores Poesias dos Poetas do Brasil, Tanto Inéditas como Já Impressas.
Sonetos de Gregório de Matos
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