O raio cristalino se estendia
pelo mundo, da Aurora marchetada,
quando Nise, pastora delicada,
donde a vida deixava, se partia.
Dos olhos, com que o Sol escurecia
levando a vista em lágrimas banhada,
de si, do Fado e Tempo magoada,
pondo os olhos no Céu, assi dezia:
«Nasce, sereno Sol, puro e luzente;
resplandece, fermosa e roxa Aurora,
qualquer alma alegrando descontente;
que a minha, sabe tu que, desde agora,
jamais na vida a podes ver contente,
nem tão triste nenhüa outra pastora».
Luís Vaz de Camões
sexta-feira, 28 de março de 2008
O raio cristalino se estendia
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