Dos Céus à terra dece a mor beleza,
une-se à carne nossa e fá-la nobre;
e, sendo a humanidade dantes pobre,
hoje subida fica à mor alteza.
Busca o Senhor mais rico a mor pobreza
que, como ao mundo o seu amor descobre,
de palhas vis o corpo tenro cobre,
e por elas o mesmo Céu despreza.
Como Deus em pobreza à terra dece?
O que é mais pobre tanto lhe contenta
que só rica a pobreza lhe parece.
Pobreza este Presépio representa.
Mas tanto, por ser pobre, já merece
que quanto é pobre mais, mais lhe contenta.
Luís Vaz de Camões
quinta-feira, 27 de março de 2008
Dos Céus à terra dece a mor beleza
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