Em um batel que com doce meneio
o aurífero Tejo dividia,
vi belas damas ou, melhor diria,
belas estrelas, e um Sol no meio.
As delicadas filhas de Nereio,
com mil cordas de doce harmonia,
iam amarrando a bela companhia
que, se eu não erro, por honrá-las veio.
Ó fermosas Nereidas que, cantando,
lograis aquela vista tão serena
que a vida, em tantos males, quer trazer-me:
dizei-lhe que olhe que se vai passando
o curto tempo e, a tão longa pena,
o espírito é pronto, a carne enferma.
Luís Vaz de Camões
quinta-feira, 27 de março de 2008
Em um batel que com doce meneio
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