Apartava-se Nise de Montano,
em cuja alma partindo-se ficava;
que o pastor na memória a debuxava,
por poder sustentar-se deste engano.
Pelas praias do índico Oceano
sobre o curvo cajado se encostava,
e os olhos pelas águas alongava,
que pouco se doíam de seu dano.
«Pois com tamanha mágoa e saudade
— dezia – quis deixar-me a que eu adoro,
por testemunhas tomo Céu e estrelas.
Mas se em vós, ondas, mora piedade,
levai também as lágrimas que choro,
pois assi me levais a causa delas!»
Luís Vaz de Camões
quinta-feira, 27 de março de 2008
Apartava-se Nise de Montano
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