Aqueles que eu amei, nao sei que vento
Os dispersou no mundo, que os nao vejo...
Estendo os bracos e nas trevas beijo
Visoes que a noite evoca o sentimento...
Outros me causam mais cruel tormento
Que a saudade dos mortos... que eu invejo...
Passam por mim... mas como que tem pejo
Da minha soledade e abatimento!
Daquela primavera venturosa
Nao resta uma flor so, uma so rosa...
Tudo o vento varreu, queimou o gelo!
Tu so foste fiel - tu, como dantes,
Inda volves teus olhos radiantes...
Para ver o meu mal... e escarnece-lo!
Antero de Quental
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
Uma amiga
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Antero de Quental
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