Tu que não crês, nem amas, nem esperas,
Espírito da eterna negação,
Teu hálito gelou-me o coração
E destroçou-me da alma as primaveras...
Atravessando regiões austeras,
Cheias de noite e cava escuridão,
Como num sonho mau, só oiço um não,
Que eternamente ecoa entre as esferas...
- Porque suspiras, porque te lamentas,
Cobarde coração? Debalde intentas
Opor à Sorte a queixa do egoísmo...
Deixa os tímidos, deixa aos sonhadores,
A esperança vã, seus vãos fulgores...
Sabe tu encarar sereno o abismo!
Antero de Quental
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
Estoicismo
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Antero de Quental
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