Ego dormio, et cor meum vigilat. CÂNTICO DOS CÂNTICOS.
Quem anda lá por fora, pela vinha
Na sombra do luar meio cacoberto,
Sutil nos passos e espreitando incerto,
Com brando respirar de criancinha?
Um sonho me acordou... não sei que tinha...
Pareceu-me senti-lo aqui tão perto...
Seja alta noite, seja n'um deserto,
Quem ama até em sonhos adivinha...
Moças da minha terra, ao meu amado
Correi, dizei-lhe que eu dormia agora,
Mas que póde ir contente e descançado,
Pois se tão cedo adormeci, conforme
É meu costume, olhae, dormia embora,
Porque o meu coração é que não dorme...
Antero de Quental
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
A Sulamisa
Etiquetas:
Antero de Quental
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário