Oh chimera, que passas embalada
Na onda de meus sonhos dolorosos,
E roças co'os vestidos vaporosos
A minha fronte pálida e cançada!
Leva-te o ar da noite socegada...
Pergunto em vão, com olhos anciosos,
Que nome é que te dão os venturosos
No teu paiz, misteriosa fada!
Mas que destino o meu! e que luz baça
A d'esta aurora, igual á do sol posto,
Quando só nuvem lívida esvoaça!
Que nem a noite uma ilusão consinta!
Que só de longe e em sonhos te presinta...
E nem em sonhos possa ver-te o rosto!
Antero de Quental
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Das Unnennbare
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Antero de Quental
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