De frescas belvederes rodeadas
estão as puras águas desta fonte;
fermosas ninfas lhes estão defronte,
a vencer e a matar acostumadas.
Andam contra Cupido levantadas
as suas graças, que não há quem conte;
doutro vale esquecidas, doutro monte,
a vida passam neste sossegadas.
O seu poder juntou, sua valia,
Amor, já não sofrendo este desprezo,
somente por se ver delas vingado.
Mas, vendo-as, entendeu que não podia
de ser morto livrar-se, ou de ser preso,
e ficou-se com elas desarmado.
Luís Vaz de Camões
quinta-feira, 27 de março de 2008
De frescas belvederes rodeadas
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