Ferido sem ter cura perecia
o forte e duro Télefo temido,
por aquele que n' água foi metido,
a quem ferro nenhum cortar podia.
Ao Apolíneo Oráculo pedia
conselho para ser restituído;
respondeu que tornasse a ser ferido
por quem o já ferira, e sararia.
Assi, Senhora, quer minha ventura
que, ferido de ver-vos, claramente
com vos tornar a ver Amor me cura.
Mas é tão doce vossa fermosura,
que fico como hidrópico doente,
que co beber lhe crece mor secura.
Luís Vaz de Camões
quinta-feira, 27 de março de 2008
Ferido sem ter cura perecia
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