Namoro as nuvens, perdido de amores,
Sorrio pateta para as ondas do mar,
O céu pinta-se de sete belas cores,
E os meus dias vão passando devagar.
Tal como a água corre por baixo da ponte,
Vagarosa, lambendo as pedras brilhantes,
O Sol a cada dia roça o horizonte,
O que vem depois segue-se ao que vem antes.
Melancólico, vou-me deixando ficar,
A paixão é água que enche o meu leito,
O Sol que a incendeia, que me convida.
Renovo forças, no brilho do teu olhar,
Com o pensamento em ti me deleito…
És sonho, garra, magia ! A minha vida !
2011 Vasco de Sousa
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Perdido de amores
Lenda do sonho doce de Natal
Era uma vez um sonho
De uma história de encantar
Que tinha um pavor medonho
De não se poder realizar
Certo dia uma criança
Olhou para ele e sorriu
O sonho cheio de esperança
Fechou os olhos e dormiu
Ficou muito agradecido
Por se ter realizado
E desde então para cá
O sonho sonha acordado
E tão feliz ficou
Com o resultado final
Que até se transformou
Num “doce” “sonho” de Natal!
2011 Olinda (Lili) (Linda)
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Maldita banca francesa! (afinal… É bem portuguesa!)...
E o dia passou sempre a correr…. Aproxima-se a noite sedutora…
Entre palavras de mal-dizer…. E cicios que desmusam os actos…
A noite já me arrematou… tenho que pagar o preço!
Nem me adorno a preceito! O vício é jóia que sobeja ….
Brevíssima e lisonjeira, chegas-te a mim… maldita seja!
Já tantos te amaldiçoaram… outros tantos te amaram…
E tu continuas traiçoeira…. (Igual me vejo ao espelho) …
As cores e o brilho das luzes, já chamam por mim….
Calma estou pronta… aqui vou eu… abre os braços!
Arrebata-me predadora… devora-me até há exaustão!
Aproveita hoje, … bem sabes que não me possuirás muito tempo,
Não sou adita de ti, nem tens poder sobre a minha razão….
Mas sim, hoje serei tua! Viverei a tua ilusão! …
Olho a raiva desmedida… o preço é lucro sem fim!
Luxuoso submundo que atrai devora e arrasta…
No meio de tanto suor e palavrão, observo um rosto atento,
(O desespero é a expressão que mais contrasta).
Treme-lhe a mão … procura o golpe certeiro…
Armada em Mata Hari, espio o desenrolar do acontecimento,
Luxuoso submundo…. Atiras sem piedade … vi-o a bater no fundo.
(o juro é muito elevado… é mais caro que o dinheiro) …
Falando ao coração dos homens… a noite é tão sedutora…
Simples, sai à caça, simula fútil um gesto inútil de jogadora…
Atira com orgulho a ficha pró meio da mesa, … maldita banca francesa!
Então numa espécie de antologia, relata histórias do passado…
Perscruto os rostos da desilusão… o orgulho do campeão…
Que é gozo de pouca dura… pois a maldita não dá descanso! …
E o que levava de avanço… o então felizardo… o dobro? Perdeu!
A noite já vai avançada, a noite já está cansada, não perde uma única parada!
Soa o gongo. É o último Golpe… (já foi há muito tempo!) … o jogo, a ansiedade…
Só querem mais uma oportunidade… pra provar… que o jogo já os venceu!
(Já os tinha vencido mesmo antes de começarem!) ……….
Arrastam-se desiludidos porta fora…. Mais uma noite…
Passou vagarosamente rápida… E agora? o que vão fazer agora?
Agora, … a noite segreda-lhes … Têm uma solução!
Amanhã á mesma hora! !!!
Um bocado mais animados… Lá estarão recauchutados… (muito mais endividados!)
E a noite, qual musa sedutora, enfeita-se enganadota, sorri calculadora…
Sabe como vai acabar… sabe que sai sempre a ganhar!
Conhece os meandros da fauna… e em jeito de previsão popular…
Anuncia sorridente… vai girar… mais uma rodada … mais uma voltinha…
Aqui quem não tem cabeça Paga…! E paga com a própria Vidinha…!
2011 Olinda Ribeiro
Advertência no maço de tabaco: Fumar Mata
Advertência nos casinos: O jogo só deve ser utilizado como diversão nunca ultrapasse as suas
Capacidades
Outras advertências: Proibido vender bebidas a menores de 18 anos
Se beber não conduza
Crianças com menos de dez anos só devem utilizar elevadores quando
Acompanhadas por um adulto
* Evite situações em que a sua vida possa constituir um risco
*Adoro este humor…
A minha advertência: Viver Não É um Jogo, Cigarro, Álcool, Elevador… Não É muitas coisas!
(abusar de vez em quando, também faz parte…
não dá saúde, dá prazer, e faz crescer)
(sem “mas”… abusar do abuso é desnecessário)
*Viver É uns riscos que corremos por estarmos vivos!
domingo, 11 de dezembro de 2011
Vê-te com o meu olhar
Deixa
a tua mão
Deslizar pela minha pele
o teu beijo
Iluminar o meu rosto
o teu sorriso
Incendiar o meu peito
Deixa
que eu te veja
sem falsas modéstias
sem farsas nem logros
sem gestos convencionais
Deixa
Que eu veja o homem
E descubra que tu ÉS
Exactamente quem afirmo que És!
UM SER FANTÁSTICO, QUE ME FASCINA, ARREBATA, E ENCANTA!
2011 Lili
e não me receies… sou inofensiva!...
os truques que tenho na manga… são castelos de areia à beira de água!
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Em outra vida
domingo, 4 de dezembro de 2011
Doce Mariana
Uma sementinha cresceu….
Ávida de vida, plena de alegria,
Somando ao nascer do dia,
O belo sorriso que é o teu.
Também Deus se apaixonou por ti!
E deu-te como dote a formosura,
O carinho, o amor e a ternura,
E as mais belas flores que já vi!
Tens no coração esse dom especial,
De arrebatar quem de ti se aproxima.
Pintas com Monet a rotina quotidiana…
E o som dos teus risos como um caudal,
Inebria, ilumina, quem tanto te ama e mima,
E agradece por te ter! Oh bela e doce Mariana!
2011 Olinda Ribeiro
Para a Mariana Trêpa Torres
Parabéns pelo aniversário (já são 10 anos) …
Beijos
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Quisera eu amar…
Quisera eu amar-te numa só palavra
E tudo em mim seria vida e cor
Os beijos de carmim puro amor
E os versos sementes que a terra lavra.
Ousasse eu ser mais leve que o vento
Ou a matriz nuclear do verso reticente
Seria no sujeito o predicado ausente
E nas tunas o grito expresso do lamento.
Soubesse eu comprometer o lá e o dó
Numa serenata á noite mais tormentosa.
Sintonia de mágoa ou etérea loucura
Ter-te ia dado tudo num beijo só!
E a palavra maga, solene, e milagrosa,
É o teu nome murmurado com ternura!
2011 Olinda Ribeiro
Dor cruel
A dor infame aloja-se no meu peito
deixando-me perdida na noite fria
a mágoa sela a odiosa agonia
e o calor arrefece no nosso leito.
Tu meu amor que sofres tanto,
sentes nas mãos a vida desvairada…
querendo ir em teu socorro….não faço nada,
de nada valem meus suspiros, nem meu pranto.
Então rogo pragas ao destino,
que me fez amar-te sem precisão,
e destrói no bater do coração,
o desejo do amor vespertino.
Ando assim parca, esbaforida, indolente…
esfaimada de ternura e de carinho,
lavro a saudade em pergaminho,
selado com farpas de amor ausente.
Quem foi que te levou para longe?
cruel é quem te arrancou dos braços meus.
Quem foi que me apagou dos teus céus,
e meu amor transformou em monge.
É impróprio de quem ama tanto sofrer.
De toda a dor em mim já infligida,
A tua dor é das dores a mais dorida,
Pois é essa a dor que me impede de te ter.
2011 Olinda Ribeiro
sábado, 26 de novembro de 2011
Ter tudo
Pudera eu ser suprema, sem igual!
Ó nuvem, ter o céu no qual desmaias!
Ter ares imponentes como as faias
Que não se curvam ante o vendaval.
Conter nas próprias mãos o bem, o mal,
O místico saber de antigos Maias,
A força das marés por sobre as praias,
Pudera como um deus ser imortal!
Ah! Meu amor! Ter tudo em meu viver!
E um anjo puro vir me conceder
Ter nome de mais sábia dentre os sábios....
Ter todas as riquezas deste mundo!
Mas trocaria tudo em um segundo
Por um ardente beijo dos teus lábios!
2011 Claudia Dimer
Soneto enviado pela autora, para publicação
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Meu amante Odalisco
domingo, 13 de novembro de 2011
És livre de ser livre
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Espero que fiquem esclarecidos …(final - conclusão da parte 1)
Dor silenciosa
terça-feira, 1 de novembro de 2011
… E eu meu amor só tenho um sorriso pra te dar
Nas minhas memórias
domingo, 30 de outubro de 2011
Vem
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Se sentes que sinto o Sentir
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
“Mon Cher”
sábado, 22 de outubro de 2011
Obrigado por aqui estares
Serão achaques ou tremores ?
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Oportunamente
No teu fogo acendi o meu desejo
domingo, 16 de outubro de 2011
*** Sou um perfeito imbecil ***
O anel de Lucília
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Desabafo
Sofrimento passivo
Doutor, ajude-me por favor !
Sentir
Não falo muito, sou calado.
Procuro o meu caminho
sábado, 8 de outubro de 2011
Espero que fiquem esclarecidos... Parte 1
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Ele há dias... ...
Ele há dias desastrosos
Dias em que os céus parecem desabar,
Caindo em numerosos fragmentos,
Sobre as nossas cabeças.
Dias em que sequer deveríamos ousar,
Sair das nossas caminhas.
Dias em que tudo, mas tudo, corre mal !
Assim mesmo ! Tal e qual !
Ele há dias mesmo terríveis,
Em que não chegam nem forças invencíveis,
Em que me falta a coragem,
De terminar a viagem,
Ou então acabar por me esconder,
Por aí num canto qualquer,
Esperando pelo fim do dia,
Orando para que regresse a harmonia.
Ele há dias…
Em que o peito parece rebentar,
O coração apressado, quase quer saltar,
A cabeça, zonza e pesada,
Como se tivesse uma tonelada,
A garganta fica mais seca,
E o estômago todo enrrolado…
(Teria sido um mau olhado ?)
E então nesses dias…
Sento-me lá bem no meu cantinho,
E depois bebo um copinho,
De algo que seja bem forte,
Para ver se encontro o norte,
E se a calma não regressar,
Então… … volto a atestar.
Ligo o rádio… … e fecho os olhos.
Respiro fundo… baixa aos poucos a pulsação,
Encontro a força dentro do meu coração.
O céu já não está tão cinzento…
Só mais um copo. (Raios, isto dá alento !)
Subo o volume… Grito um bocado.
(Eu sei… Sou mesmo desafinado !)
Exorcizo os meus temores.
(Esse não ! Não gosto de licores…)
Oh que raio de dia !
Temos que seguir em frente.
Amanhã será diferente !
2011 Vasco de Sousa
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Amigas invejem-me à vontade...
Eu tenho quatro amores… três perdem-se por mim…
Um é a minha perdição! São gentis e sedutores…
Bocas cor de carmim…
e suave toque de mão!
Galanteiam com fervor, mais belos que sete sóis!
Têm todos muito empenho… sorrisos cheios de fulgor…
Vozes de rouxinóis… (muito a custo me contenho…!)
Só um tem o meu amor… não é magro nem roliço,
Estatura bem a meu gosto… olhar arguto de condor,
Lançou-me doce feitiço… e ainda lhe pago imposto!
Vejam bem o meu azar! … Com tanto por onde escolher,
logo me calhou em sorte, um que não me pode amar,
pois ama outra mulher! Vivo eu neste desnorte…
Por isso minhas amigas… esqueçam lá a inveja!
Mais infeliz que vós sou! Deste amor tenho fadigas,
Meu coração lacrimeja. E os outros? De bom grado vo-los dou!
2011 Olinda Ribeiro (Lili)
Se tivesse coragem ficava com todos…. Cometia o pecado da
gula!!!
Mas como sou vossa amiguinha…. Deixo-vos o caminho livre…
Beijos
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Tempo
Longe vão esses dias de inocência,
Quando o teu sorriso era só meu…
São quase recordações de infância,
Mas que nem o tempo desvaneceu.
Ficou uma longa e doce saudade,
De muitos e verdadeiros momentos,
Descomprometidos, belos, de felicidade,
Que hoje podemos recordar juntos.
Ainda vejo nas tuas faces aquele rubor,
O brilho de um sorriso encantador,
Uma voz doce que ainda me embala.
Por vezes, viver o passado é tentador,
O futuro pode ser um indicador,
Mas é no presente que tudo se revela.
2011 Vasco de Sousa
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Big-Bang
Num instante, o silêncio e a escuridão,
Depois tudo o que existe se formou.
Após uma muito grande explosão,
O universo cresceu e tudo se afastou.
Uma estrela nasceu, dos restos de outra,
Poeiras e rochas se juntaram em planetas,
A terra arrefeceu, formou-se a água,
Já se viam asteroides, satélites e cometas.
O milagre da vida povoou os mares,
Em seguida, a terra. Sempre em evolução.
Milhões e milhões de anos tudo isto durou !
Foi então a vez de, por fim apareceres,
E astuta, roubares o meu coração !
Foi então que o meu universo começou.
2011 Vasco de Sousa
domingo, 25 de setembro de 2011
Mister
Folgo em saber-te contente…
se alegro a tua vida por momentos,
dando descanso aos teus tormentos,
então cumpro a razão de ser gente!
Mas não te iludas meu amigo…
És tu quem por mim mais faz.
Devolves o retorno da paz,
ao perceberes porque tanto formigo.
Acarinhas-me no teu coração…
Com corolas perfumadas de ternura.
Manténs do meu sorriso a frescura.
Edificas-me com a tua gratidão.
E ainda me elevas o ego da estima,
ao dissolveres o que tenho de inútil,
limas arestas, retiras o fútil,
valorizas a amizade que nos intima.
Sou leiga nas vaidades constantes…
Nenhures é o lugar onde me encontro,
e as verdades com que me confronto
são bem mais tristes e desesperantes.
Quem tem que te agradecer sou eu…
Dou cumprimento à razão de ser gente!
Alivio-te o tormento, deixo-te contente,
e cumpro o Mister que é meu !
2011 Olinda Ribeiro
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Bola de sabão
É neste falar entre passinhos miúdos que o mundo se desenrola….
…. Eu fascino-me! … É cá uma mania minha.
A cada letra se junta outra letra, e faz uma bola de sabão colorida…
….lá fora as catraias inventam sete saias rodadas,
para esculpir os ventos do sudoeste…
Largos saltos pernaltas de sete léguas e meia.
Srs. cheios de si contam sismas de arripiar… (apre)
Mas ligeira como sou, ignoro, economizo…
não faço contas com a vida… também “nada” lhe devo.
E o “nada” é um preço demasiado custoso de engolir…
(tenho mal de gargantear …
garganta entupida com sapos…
(sapos gordos difíceis de enguuulir) (u de glutir)
Foi-me diagnosticado por um formoso médico,
desses lá de Coimbra…. (meu coração fraquejou)
Muito bem me observou…. com palpações e tudo… (que ricas mãos…)
tanto, que me absorveu, o meu linguarejar…)
(acho que era mais falta de ar…)
E como tudo destina o que a cada qual se preserva,
… deixei de ser menina… parecia o esplendor na relva…
Passei a ser uma flor que enrubesce e gentil e afoita incandesce...
E volteei-me para dar rumo ao acaso,
levo estas questões muito a preceito!
……Não reparei no desenrolar dos acontecimentos…
Fui beliscando e tremendo uns bocados,
(senti uns afrontamentos,,, e parece que uns chiliques)
inda hoje estou à cautela que esse formoso moço, vire moço de pecados…
É que tenho uns atrasos que se perdem na espera…
Humor negro com muito amor inocente!
Não chego para as contendas… (falta jogo de cintura)
agora tudo se F O I* …e a paz serena,… ??? mas que pena!!!
É um berço de fraternidades… Ai tantas são as saudades!
Deito o olhar para fora, os catraios já rodopiam…
E nos seus passinhos miúdos,
o mundo tomou feição dum belo chuto na bola…
que faz os catraios felizes!
Para não destoar, bati palmas aos petizes.
Mas os segredos são meus,
são contas de rosários,
desfiadas numa oração repetida.
E como quem chora é quem mama…
dei um pulito prá cama e por lá me deixei ficar…
Se tola me apresento, é só para a fotografia,
quebra a monotonia…. Mas bem sei que me perdia.
Lá tive a sorte dum louco… foi por pouco muito pouco.
Moral, história, ou ficção, certo é que com muito jeitinho
lá surripiei, o arco-íris de uma bola de sabão!
Olinda Ribeiro (Lili)
Dezembro de 2000
* Foi Ontem Impossível… porque afinal sou uma menina bem comportada!
Amanhã é outro dia … a vida vive-se … e o futuro não espera.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Dissertando
Uma poetiza já nasceu poetiza…
é simplesmente poetiza.
Construtora de lagoas poéticas…
as ondas absorvem a plenitude dos sentires.
A poesia abrange todos os actos e profissões…
Mesmo quem tem outra visão,
acaba sempre por criar poesia…
ninguém precisa de acreditar…
Parece prática fazer poesia por palavras,
mas não é necessariamente obrigatório…
eu por exemplo…
uso as palavras para transpirar sentimentos,
será poesia?
O nascer e pôr do sol é poético…
A vida é uma composição de momentos.
Histórias fazem poemas reais ou lúdicos…
Eu brinco com as palavras…
são as palavras que lavram as minhas emoções…
sensitivamente deixo-me levar.
2011 Olinda Ribeiro
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Amar
Amanhã talvez saiba o que dizer
por agora vou tentar dormir
a noite é boa conselheira
o conselho ditará o proceder
com o repouso melhora o discernir
a decisão será mais certeira.
Depois decididamente partirei!
Preciso rumar a outra aventura.
Entardecer noutras paragens.
Não interessa como, mas arranjarei,
berço para uma nova criatura,
que abarque outras linguagens.
Tenho tanto que aprender… tantos amores que são meus.!
(Este “viver” é fortuito… é uma “coisa” que me inferniza.)
Tenho sede de sentir! Outros mundos! … Outros eus.!
Tenho mesmo que partir! Para lá onde o AMAR se eterniza!
Olinda Ribeiro (Lili)
Sintra, Outubro 1991
sábado, 10 de setembro de 2011
«Chuva miúda e céu nublado»
Chuvinha não fazes parcimónia,
cais levezinha como um carinho…
lavando docemente o meu caminho,
dás-me trato terno, sem cerimónia.
O céu nublado dá uma ajuda,
quer contigo fazer parceria,
unidos criam clima de harmonia,
cuidando que a dor se aveluda...
Chuvinha, por mim não temas…
agradeço o teu toque suave,
mas a dor aveludada é ilusão,
as lágrimas correm amenas…
preciso chorá-las… talvez assim lave,
do céu, as nuvens negras da solidão!
2011 Olinda Ribeiro
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Refúgio
Sento-me exausto, nesta velha cadeira,
Depois de um dia de Sol abrasador.
Contemplo com gosto a vista sobranceira,
Este pôr-do-sol com todo o esplendor.
Aninho-me satisfeito no meu abrigo,
Inspiro a paisagem, a perder de vista…
Expiro devagar… Encontro-me comigo…
Parece uma pintura de um artista.
Lágrimas incontidas rolam pela cara,
Mas estas expressam apenas alegria.
Saboreio os recortes no horizonte.
Acompanham-me o grilo e a cigarra,
Inundam o ar com doce melancolia.
Um belo céu estrelado cobre o monte.
2011 Vasco de Sousa
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
«Nem tudo o que É… parece»
Provavelmente pensarás que não me respeito
Pois sempre que bates palmas baixo a guarda
Provavelmente pensarás quando te rejeito
Que estás no ponto pronto pra vanguarda
E que de novo me aliciarás aos teus prazeres
Denotas contudo insegurança… receios
Poderás manipular-me quando quiseres?
Ou começaram a faltar-te os meios?
Interrogas-te? E olhas altivo para mim
Perscrutas as minhas reacções….
Esquadrinhas porque reajo assim?!...
Tentas descobrir as minhas direcções
E como quem já se aproxima da derrota
Disparas juras de amor e até te vitimizas
Consciente do fechar da porta…
Almejas que eu seja como me relativizas.
Então olhas de novo… sentes que o rejeito
É não a minha resistência ao que quiseres
Mas sim o mostrar o quanto me respeito!
O gozo é meu! São meus os teus prazeres!
Não te leves tão a sério….
Ninguém é de ninguém
Não há qualquer mistério
Apenas me sinto muito bem!
2011 Linda (Olinda Ribeiro)
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Repara o efeito de perfil
Sou tola não nego, até te dou muita razão! (!!!)
Melam as palavras com que me entontas,
Fazes crer que tens por mim grande paixão!
Mas dás prioridade… à tua lista de compras.
Credível é ilusão, que na minha mente flutua.
Sou tola! Muito tola! É tão grande a tontaria,
Que até ando a mobilar, a nossa casa da lua,
E toda aperaltada, espero por ti todo o dia.
Se me zango contigo,
É tão grande o teu lamento,
Que ainda me zango comigo,
Por te causar sofrimento. (!!!)
Vestes o teu ar inocentezinho…
(Querido, conheço-te de ginjeira!)
Chegas como um cordeirinho…
Eu? Esparramo-me na tonteira!
Sou tola e cega porque quero…
Pensas jeitoso que me enganas?
Jeitinho, é pôr semblante sincero,
Ouvindo tuas desculpas espartanas!
2011 Linda (Olinda Ribeiro)
São as mulheres que dão à luz os homens (A natureza é sábia)
Os homens são o fruto das mulheres (Sábia é a natureza)
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
… doce ilusão…
Um dia muito de mansinho amanheceste no meu coração.
Fazia muito tempo que já não sentia certas sensações.
E assim devagar devagarzinho… tropecei no desejo e nas ilusões.
Estava muito habituada à correria e azáfama de viver sem paixão.
Quis sonhar mais um pouco e acreditei que era possível ser feliz.
Permiti-me criar um mundo onde o importante éramos nós.
Esquecia por completo os outros mundos quando estávamos sós.
Descobri alegremente que tu eras tudo o que sempre quis.
E corria para os teus braços para os teus beijos para o sonho.
Era a recompensa por tantos anos de solidão e de labutas.
Olhava vaidosa para o espelho e via-me sempre bela e doce.
No teu carinho deslizei para a ternura de um futuro risonho.
Fechei os olhos abri o peito entreguei o sonho que desfrutas.
Hoje nada tenho excepto a ilusão que este sonho real fosse.
2011 Olinda Ribeiro (Linda)
menina bonita era assim que me chamavas…
e tola acreditei que me amavas…
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Ainda vai a tempo
Não se perca de amor por mim…
Evite um profundo sofrimento,
Afaste-me do seu pensamento,
Amar sem retorno, é dor muito ruim.
Sei bem o que digo (padeço deste mal) …
O pensamento enleado em ilusões e anseios,
Divagando entre beijos, desejos, devaneios, …
Tamanha é a dor! Lavrada em terra sepulcral.
Não lhe desejo o sofrer, nem o desencanto,
Nem o quero lastimado pelo tormento.
Sei como me consome o fogo da paixão.
Lacrimejo afoita, como se lavasse o pranto…
As lágrimas teimosas correm peito adentro,
Teimam em encharcar de tristeza o coração!
2011 Olinda Ribeiro
sábado, 20 de agosto de 2011
Querida Avó velhinha
Como eu recordo esse lindo rosto,
Todo enrugado, como pergaminho;
Perder-te, foi para mim um desgosto,
Mas ensinaste-me na vida o caminho
Eras tão doce, tão rica no teu saber,
Analfabeta com teus riscos de carvão,
Riscados na lareira para ver…
Quem te devia, se já pagou ou não.
Pequenina, curvada, sempre a mexer,
Recordava suas ilusões e desenganos,
Amores e seus sonhos reprimidos…
Ensinava-me com amor o seu saber,
Dos seus maltratados noventa anos,
Que soam até hoje em meus ouvidos.
2011 Dora Pinto
Soneto enviado pela leitora, para publicação
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Aragem de verão
Um lindo céu estrelado que se agiganta,
Esta aragem morna que sopra e envolve,
Esta paz que a natureza me devolve,
Tal como um sonho que a mim se apresenta.
Olho o infinito com um ar sonhador,
Recupero as forças outrora perdidas,
Estou confiante em novas investidas,
Sorvo a beleza em todo o seu esplendor.
Aos poucos respiro a serenidade,
Reencontro-me a mim próprio novamente,
Partilho o mistério da criação.
Encaro a vida com seriedade,
Empurro meus velhos projetos para a frente,
Renasço com a brisa, a cada verão.
2011 Vasco de Sousa
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
A uma “jovem” amiga
Grito bem alto para que ninguém me oiça.
Não quero que alguém saiba como me dói,
As injustiças, maledicências, e como me rói,
A mágoa que em teu peito baloiça.
Tivesse eu pozinhos de perlimpimpim,
Daqueles que fazem verdadeira magia,
Soprava-os… e com eles te cobria,
Arrancando essa mágoa que não tem fim.
Punha na tua face um lindo e belo sorriso,
Enchia com muita alegria o teu coração,
Devolvia-te a esperança, enchia-te de ilusão,
Criava um sonho, inventava-te o paraíso…
Perdoa-me por ser tão fraca amiga…
Que nem sabe como te mitigar a dor,
Porém estou aqui com muito amor,
Ofereço-me para ser o porto que te abriga.
Sorri… manda lá para longe essa tristeza…
A vida é um bem precioso! Vive aproveita…
Podes não saber, mas a dor também se deita…
Quando ela adormecer… sorrirás… tenho a certeza!
Eu estarei aqui, (como sempre tenho estado)
E sorriremos juntas… lado-a-lado,
2011 Olinda Ribeiro
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Retrospectiva
Tem ternura pelo calor do lamento
Desabafa as coisas que oprimem
E até se consome com alento
Dores e tristezas que bem rimam
Arfando com afecto angelical
Geme delicada e quase silenciosa
Qual pranto deslizando em caudal
Entrega-se amante e preciosa
Nos langores arrebatados suspira
Nada há que a leve mais ao rubro
Quanto pode um momento delicado
E beijos e abraços que a unira
Em deslumbre e sereno lucubro
Abre os braços e recebe o seu amado…
2011 Olinda Ribeiro
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Entre poemas realizado…
E dar-me a ti,..amor é uma lenda
Do canto do conto enfeitiçado
Longínquas pinceladas em legenda
Do filme tórrido entre poemas realizado
Abrir a vida,..um gesto turvo que desagua
Num oceano repartido por metáforas
Palavras isoladas,..pedras soltas da rua
Apocalipse súbito,..desabar das diáforas
Labaredas fogosas da intuição. Sal,
Tempero dos suspiros indissolúveis
Romarias,..saltimbancos de feira, as emoções
Brado lapidado em puro e límpido cristal
O quântico canto badalado dos menestréis
Produzem meu amor um lago de Intenções!
2011 Olinda Ribeiro
… Do reverso ao verso!
Tal e qual um óvulo fertilizado,
Dá origem há aventura da gestação.
Assim eu percebi que o meu passado,
É uma dádiva repleta de informação.
Tenho que nascer do ventre no meu recurso,
Levar a sabedoria ao ponto zero,
Alterar a forma estática e o percurso,
Alinhavar o acto consumido do que espero.
Andar de gatas, balbuciar as primeiras palavras,
Abrir os braços, pedir colinho, fazer beicinho e birra,
Espernear, até conseguir arar terras bravas,
Semeá-las, colher o fruto, ignorando se me acirras…
Enquanto herdo a minha parte equitativa,
Interajo com as mudanças do crescimento,
O fardo insuportável, tem agora a perspectiva,
De se transformar num leve movimento…
Consequentemente o meu objectivo de nascer,
Já não é o padrão imposto pela tristeza,
É antes de mais a ânsia de crescer e apreender!
Reclamar para mim o direito desta riqueza.
Sabes… comi o pão fermentado na esperança,
E dentro do meu ser, a raiva, a mágoa, o desamor,
Não têm espaço, … pois voltei a ser criança…
E posso destruir o brinquedo que é a Dor!
2011 Olinda Ribeiro
“Aviso de colisão eminente”
A busca de um sonho não é consciente…
Começa por ser um grão de areia, um reflexo, ou
Simplesmente um arco-íris…
A ideia começa a tomar forma sem mesmo nos apercebermos…
Indomável, aos poucos, vai ocupando espaço, cor, som, e principalmente odor.
Ganha corpo! Instala-se, e muito subtilmente… apresenta-se!
Quando damos pelo desejo de sonhar…
… já o sonho nasceu, cresceu, atingiu a idade adulta…
Está maduro e pronto a ser sonhado…
……… ********** ………
Inocentemente entrei em cena…
Espevitada, reactiva, decidida a criar um sonho… melhor…
Decidida a sonhar!
E quando dei por mim… já o sonho me tinha embrenhada,
Já me tinha parido, e eu já estava comprometida até ao âmago…
Abri a mente, a alma, e entreguei o coração…
Ou antes… o coração já não me pertencia…
O que eu nem em sonhos poderia imaginar,
É que o sonho se apresentou com a tua pessoa,
Achei irónico, ri, desdenhei, e nem valorizei…
O que estava a sentir, a sensação de que
Estava tão embeiçada por ti… tão absorvida em negar-te…
Que me esqueci do fundamental!
É que o sonho comanda a vida!
E quando o sonho comanda …
É impossível… melhor … é inevitável …
Sonhar!
……… ********** ………
Agora explica…
Quem és tu para teres desligado o Sonho?
Quem te incumbiu da tarefa de me desligares do Sonho?
Sabes o quanto dei de mim… o quanto está dentro de mim…
Nem sequer é uma questão de sobrevivência…
Se queres saber, … nem sei qual o objectivo.
Só sei que tens que me voltar a conectar …
E se tu não o fizeres… não sei para onde pode derivar o sonho
É que um sonho não morre puro… e simplesmente.
(até hoje nunca ninguém conseguiu matar um sonho!)
Muito mais maléfico e terrível é a apatia de um sonho á deriva…
Ninguém pode, por muito científico que seja calcular a inconsequência
da consequência de um sonho derivado,
(não sei de amanhã, porque o amanhã ainda está muito longínquo…)
Mas hoje … aquela ideia de amar em união com o meu ser,
está a flagelar-me tanto,…. Tão intensamente…
que nem a minha rebeldia me apazigua!
Resultado: O sonho está em rota de colisão!
2011 Olinda Ribeiro
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Quero sonhar novamente para te amar outra vez!
Que todos os meus mundos eram no mesmo universo as mesmas estrelas brilhantes,
Que entrava e saía do sonho com a leveza perfumada do lugar onde eu sou eu e onde sou Feliz.
Tudo estava como devia estar! Sorrisos nas caixas dos sorrisos e lágrimas alinhadas para utilizar quando a situação fosse mais propicia.
Não havia distúrbios nem confusão. Vivias na minha mente e todo o espaço era muito bem aproveitado e melhor organizado.
A minha criatividade criou o imaginário perfeito! O amor que sinto por ti era recíproco, e tu encantavas-te por eu te amar e encantavas-me alimentando a minha ideia da ideia de te amar, que é a única maneira que sei de amar e também o único entendimento que tenho do “AMOR”.
Sonhar acordada era então a minha realidade e o meu gerador de energia e harmonia e onde eu tinha finalmente encontrado o meu equilíbrio.
A ponte entre o real e o imaginário estava no eixo perfeito e o tráfego decorria nos dois sentidos sem acidentes de percurso nem atropelamentos.
Mas resolveste desligar-me do sonho. E o sonho era tudo o que eu tinha!
Provaste-me que era só um trajecto para chegar ao meu ser e preparar-me para a vida real….
Não percebi muito bem… nem sequer percebo o que é isso da vida real… parece assim uma coisa sem lógica nem conteúdo… um mundo onde se anda hás apalpadelas e aos tropeções… onde todos chocam com tudo… e onde a infelicidade parece ser um meio de sobrevivência…
E onde as pessoas não são elas próprias e têm que ter uns requisitos muito esquisitos para poderem circular na via “social” e que tem que ter a aprovação duns quantos humanóides que nem nunca se apresentaram educadamente para estabelecer uma ligação e conversação onde se pudessem partilhar histórias e estabelecer laços e criar elos que nos permitissem fazer um conjunto de interesses partilhados e criar assim maior riqueza.
O sonho desligado não me deixa sonhar… e agora onde havia felicidade há assim uma coisa que dói muito… sinto o corpo vazio e a mente tem ataques de apneia… e o barulho é ensurdecedor.
E aquela coisa que dói muito também te arranca de mim…e então ainda dói mais…e parece-me que talvez te tenha perdido… tal como parece que perdi a minha alma e a minha razão de ser…
É que não te encontro para te dar um beijo de boa noite nem para dormir nos teus braços nem para me amares quando o desejo incendeia o meu corpo e o fogo é tão grande que tu transpiras magia e inventas “sortes” mágicas para me baixar a temperatura… depois de me saciar o desejo e adormecer tranquilamente.
E se tudo isto é assim tão doloroso então é porque esta coisa que dói muito está a invadir cada pedacinho de mim… mesmo aqueles espacinhos onde não passa nem um ai…
Então eu pergunto-te porque é que é tão importante ou vital para tu me trazeres para esta coisa da vida real que eu nem sei o que é que é nem para que serve?
Eu era mais feliz lá onde eu era eu e tu estavas sempre disponível para me amares e deixar que eu te amasse a meu belo prazer.
Agora não consigo sonhar! Tu desligaste-me do sonho! Eu quero e preciso tanto de sonhar outra vez! Eu quero rir…é que agora é muito esquisito estar sempre a chorar.
O sofrimento faz crescer e é muito saudável… mas a felicidade também faz crescer e é mais agradável.
Então tu que me desligaste do sonho…pega no comando … prime o botão e põe-me a sonhar outra vez…. Eu preciso de recarregar as energias e harmonizar-me porque amanhã e todos os dias tenho muitos desafios e obstáculos que é preciso ultrapassar e porque também tenho que trabalhar para ganhar algum dinheiro para poder pagar coisas que precisam de ser pagas para poderem ser usufruídas e porque são básicas….
E porque eu mereço ser feliz! E só sou feliz se eu for Eu e não outra pessoa estranha qualquer modelada segundo nem sei o quê…
Não te vou pedir desculpas se ficas desiludido… Pois acredito que é muito mais importante cuidar de mim cuidando do meu ser… é que o meu ser merece ser muito bem tratado e amado por mim para poder ser amada por mim para poder amar as pessoas que amo.
E os humanóides esquisitos que fiquem lá com as regras deles que eu fico muito melhor sem elas.
E tu se aprecias ser amado por mim… então não faças parcimónia e sonha comigo.
2011 Texto de Olinda Ribeiro
domingo, 24 de julho de 2011
Imaginar … a … outra forma de amar!
A Mãe escondida apareceu…
Deixou-se levar pelo amor,
Entregou-se ao carinho e recebeu,
A magia de dissipar a dor.
Eis que a mulher entra em cena…
Também quer ser acarinhada,
Mas aí o amor é outra pena…
Uma força que a mantém equilibrada.
Enrosca-se toda nua com o sonho,
E desliza suavemente para o seio,
Alimenta-se de um esgar risonho,
Entrega-se totalmente ao devaneio.
O homem que invade os seus desejos,
Está ausente por motivos casuais,
Tendo que inventar o gosto dos beijos,
Inventa também o mais belo dos finais.
E assim a história continua…
Como o amor real parece ficção…
Acorda de manhã toda nua,
E descobre que amou por invenção!
2011 Olinda Ribeiro
sábado, 23 de julho de 2011
Encontro abençoado
Já acalmei a saudade…
O carinho também o dei,
Já se tornou realidade,
O sonho que acalentei.
E agora mãe serena,
De coração sossegado,
Ao aliviar minha pena,
Deixei a tristeza de lado.
Gostei de estar contigo,
De te apertar nos meus braços,
A mágoa se foi castigo,
Agora estreitou nossos laços.
Mais uma noite passou…
Amanhã é um novo dia.
O filho que me abraçou,
Deu-me uma grande alegria.
2011 Olinda Ribeiro
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Quero adormecer bem comigo
(O efeito do segredo desvendado
depende daquele que o escuta…)
Sei que nunca esperei nada de ti!
Sempre soube que não te podias dar-me.
E até minto se disser que não quero nada de ti.
Quero! Quero e muito!
Mas só quero o que me podias ter dado…..
Não deste! Tudo bem… ou antes tudo mal.
Porque o que eu queria de ti estava ao teu alcance.
Em nada te prejudicava ou alterava,
o que quer que fosse na tua vida,
Mas a mim ter-me-ia feito muito feliz.
Será que não me podias ter dado um pouco do poder que tens?
O poder de me dizer coisas simples mas importantes, tais como:
:- Amas-me, não te amo, respeito o que sentes por mim,
Não te agradeço, porque não tenho que te agradecer, mas até
Me sinto feliz por te sentires feliz por me amares!
Porque é bom saber que temos pessoas que nos amam.
Porque é muito bom sermos amados.
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Era só este mimo que eu queria de ti.
Só este gesto era o bastante
para que muita da tristeza
que senti,
ter sido um ósculo de plena alegria.
Digo-te isto, porque não quero ser negacionista.
Porque quero continuar a olhar-te nos olhos,
Mas principalmente porque não quero
Estar zangada contigo e menos ainda comigo.
Não deixo de te amar, só porque li,
umas quantas coisas muito importantes e verídicas.
Ou porque me ajudas a clarificar o meu ser.
Continuo a amar-te sim!...E vou continuar.
Até porque não gosto de encontrar a “cama” fria quando me deito.
E porque ainda me fazes muita companhia,
E porque continuo a sonhar contigo,
E porque é a tua voz que me embala,
És tu quem me segura quando quase caio no vazio.
Sei que passas bem sem o meu amor,
Eu não sei se preciso de um Sr. Doutor….
Mas sei que preciso de me sentir
confortável com o que sinto por ti.
Por enquanto mas só por enquanto,
ainda vou acreditando no milagre de cada dia!
O milagre de acreditar que de alguma forma
Conseguirei chegar ao meu ponto de encontro.
2011 Olinda Ribeiro
Aqui posso ser inteira e sem te desrespeitar
tratar-te como meu igual. Porque És o meu semelhante.
terça-feira, 19 de julho de 2011
Ténue linha de separação
É fina a linha entre o amor e o ódio,
Cinzento o espaço entre o branco e o preto,
Alguém está feliz, ou está com tédio.
Genialidade ou loucura ? Que sinto ?
Quando alguém tem que fazer a sua opção,
Terá sempre o certo ou o errado !
Como tomará afinal a decisão ?
Optar por este ou por aquele lado ?
Perdura, falando com o teu coração,
Pois em cada um de nós, existe o mal,
E isso nunca se poderá alterar.
Se fores verdadeiro, terás a razão,
O teu destino encontrarás no final,
Se assim for, nunca te irás enganar.
2011 Vasco de Sousa
A mão do destino
Ela aponta para ti. A mão do destino.
Está a teus pés. Para onde tu irás ?
Estás gelado. Até já ouves o sino.
Na madrugada os portões encontrarás.
Todas as noites o teu mundo explode.
Abandona a gravidade e a morte.
Vive agora. Chegou a eternidade.
O teu tempo irá chegar. Liberta-te.
Nada do que vês voltará a ser igual,
Cada segundo, é uma nova chama,
Que iluminará o trilho já traçado.
É o tempo de perdoar quem fez o mal,
De veres se fizeste a tua cama…
Passarás a barca ? Leva trocado…
2011 Vasco de Sousa
domingo, 17 de julho de 2011
A vida é mesmo assim…
Somos o sonho que vamos realizando,
e as experiências que vamos vivendo,
as memórias que temos, vão revelando,
quadros de vida que fomos retendo.
Bons ventos nos levam à descoberta,
das sábias conquistas do nosso interior,
com energia positiva, e mente aberta,
abrimos caminho ao Eu superior.
Percas e ganhos tudo faz parte,
sorrisos, dores, emoções e folguedos,
tudo pertence à excelência infinita.
Os sentimentos são telas, são arte,
partículas minúsculas do mesmo segredo…
Que tornam a vida muito mais bonita.
2011 Olinda Ribeiro
Companheira na vida
Entre o aqui e o agora, estava eu a pensar,
O que entre o aqui e agora se estava a passar.
Sorrindo egoística deixei-me embalar,
pelo som das palavras na mente a brotar.
Bailei… baloiçei… com o pensamento,
Escutei, deduzi, entreguei-me ao momento,
Sorri e chorei sem espaço nem tempo,
Voei simplesmente nas asas do vento.
Tudo se resume a estar aqui…
A gozar sensações que sinto ou senti,
Sem nostalgia do que ganhei ou perdi.
Companheira de mim serei toda a vida.
Quer esteja aqui… lá… ou esquecida,
Serei sempre eu, encontrada ou perdida!
2011 Olinda Ribeiro
quarta-feira, 13 de julho de 2011
És a minha vida
Quando passam as horas e o sono não vem,
Olho para ti. Ao lado, dormes serena.
Os teus cabelos dispersos como uma nuvem,
A tua expressão, sempre doce e terna.
No teu calmo respirar fico envolto.
Observo-te. Venero-te. Desejo-te.
És o meu porto de abrigo no mar revolto.
Sou o teu anjo da guarda. Protejo-te.
Sinto por vezes, os olhos lacrimejantes,
Sofrendo por tudo o que não te digo,
Quando a minha boca fica emudecida.
Espero que comigo, teus sonhos inflames,
Fecho os meus olhos. Aninho-me contigo.
És o meu sonho, minha luz, minha vida.
2011 Vasco de Sousa
Para ti, meu amor
Emanuel
Ainda é cedo em qualquer parte do mundo…
A hora de sentir o teu cheiro, tarda em chegar…
E não espero que mudes, só para me agradares…
Gosto de ti como és, não pretendo mudar nada…
Estás a crescer… a crescer… e ao crescer…
Também acabarás por descobrir…
Que a idade do “armário” é uma fase …
Fundamental, para te identificares…
Não receies viver, tão pouco te preocupes…
Amo-te em toda e qualquer circunstancia…
E quando quiseres, sabes onde me encontrar…
Conheces o caminho para casa…
Não hesites, sabes onde é o teu lugar…
Pode ser onde te sentires melhor…
Onde acreditares que és mais feliz…
De preferência… dentro do teu coração!
2011 Olinda Ribeiro
Brinda-te com o teu sorriso… ficas mais luminoso!
Felicidade
Se cantares para mim eu gosto
Se me beijares eu deixo
Se me abraçares suspiro
Se me amares Eu canto!
2011 Olinda Ribeiro
terça-feira, 12 de julho de 2011
Alentejo, Queijo e Vinho
Vamos lá perder-nos ali pelo Alentejo,
Como há muitos anos, já nós o fazíamos.
Até aquele monte, que daqui o vejo,
Ou por Tróia, pela beira-mar conduzíamos.
Andando sem destino até à noite,
Parando numa qualquer rústica tasca.
Comendo bem, e regando o fartote,
Com um bom vinho! Saíamos da casca…
São folias de jovens apaixonados,
Nos compromissos da vida esquecidas,
Com muita saudade, sempre relembradas.
Os tempos são outros, mas afortunados,
Construímos novas memórias floridas,
Alicerces de uniões abençoadas.
2011 Vasco de Sousa
Lágrimas de mãe
Ai quem me dera…
ter-te aqui a meu lado…
saber-te há minha espera…
esquecer todo o passado…
Esta dor que me desnorta,
é o que me resta de ti…
doeu com o bater da porta,
dói-me tanto que morri.
Ser saudade é ter destino,
no centro do coração,
É ter longe o meu menino…
É perder toda a razão.
Canto por muito te amar,
Amor que a minha vida tem,
choro pois sei que ao chorar,
Choro por ser tua mãe.
Queria muito que sentisses,
As palavras de um ardina,
e também mas repetisses,
mesmo que fosse em surdina…
“Oh minha mãe minha mãe,
Oh minha mãe minha amada,
Quem tem uma mãe tem tudo,
Quem não tem mãe não tem nada!”
2011 Olinda Ribeiro
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Sentimento sem nome
Já aqui estive anteriormente.
Não posso dizer que disto tenha gostado.
Aproxima-te. Liga-te à minha mente.
Ajuda-me a reverter o meu estado.
Baptiza-o por mim. Aquece o ar frio.
Afasta os calafrios da minha vida.
Quero perder este meu olhar sombrio,
Olhar dentro de mim. Lamber esta ferida.
O sentimento sem nome está vivo.
E eu vou morrendo a cada momento.
Diz-lhe simplesmente para se afastar.
O sentimento sem nome está vivo.
Procuro a paz no meu isolamento.
A minha mente quer agora descansar.
2011 Vasco de Sousa
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Entendimento & Agradecimento
Pondo de parte falsos orgulhos e mesquinhices,
Quero agradecer a tua disponibilidade,
Para me atender e dentro do possível entender,
Não sou de ficar presa em teias de aranha,
Mas preciso porque está na minha natureza,
Ter a minha casa interior desarrumadamente arrumada.
Não estou confortável com o exorcismo dos meus afectos,
Nem pretendo viver no eterno não senso,
A lógica dos sentimentos não faz sentido para mim,
E quando me pavoneio gosto de o fazer em consciência.
Por consequência tenho o universo de olhos postos,
Na minha total apatia para o que os outros possam pensar.
É certo? Talvez!... É errado? Muito provavelmente!
Sou muito egoísta, pois só consigo amar se me amar.
É uma das coisas que estás a fazer comigo, e bem,
É provar-me que sempre me amei e muito!
Portanto, só tenho que estar agradecida.
Não vou calcorrear por caminhos dúbios,
E se rodo em volta de mim como um peão,
Pelo menos quero fazê-lo serenamente.
Quero olhar para o espelho sem ver uma imagem,
Porque é urgente olhar para dentro de mim e eu estar lá.
Se estou consciente com o que acabei de escrever?
Essa É provavelmente a única certeza que tenho agora!
Agradeço o facto de estares comigo, e a meu favor.
2011 Olinda Ribeiro
terça-feira, 5 de julho de 2011
O que procuras ?
O que procuras?
Por onde te aventuras?
Quando me perco, divago,
Procuro bem dentro do meu âmago,
Mas nada encontro… No meu torpor.
Renasço, uma e outra vez,
Na esperança de que assim, talvez,
Tudo se possa vir a compor.
Sofro. Sofro, mesmo sem o saber,
Talvez só porque tenha de sofrer,
Como numa fase evolutiva,
Onde após miraculosa dádiva,
Entrarei noutro estádio mais evoluído.
Renasço, uma e outra vez,
Na esperança de que assim, talvez,
Esqueça tudo o que tenho sofrido.
E tu? Acaso sabes porque sofres?
Porque todas estas palavras sorves?
Procurarás acalmar a tua dor?
Sai daí! Afasta-me de ti esse torpor!
Acaso também sofres sem o saber?
Renasce, uma e outra vez,
Na esperança de que assim, talvez,
Encontres a calma para poderes VIVER !
2011 Vasco de Sousa
A tua luta interior
Se procuras aquilo que queres sentir,
Talvez encontres o que julgas ser real.
Tantas coisas que não quiseste admitir,
O que irás encontrar? O bem ou o mal?
Uma luta interior na tua prisão,
Pressiona-te, obriga-te a mudar.
Pode ser a tua ruína, teu caixão.
Assumes fantasias, para te salvar.
Então afinal quem serás tu? Mas que raio…
Hipócrita! Lutarás contigo mesmo.
Foste tu que escreveste o teu destino.
Assume as tuas fraquezas. Não és lacaio!
Purifica-te, afasta-te do abismo.
Selaste o teu caixão. Sai desse inferno!
2011 Vasco de Sousa
Era uma vez……
A vida não é uma história.(PONTO)
Mas as historias fazem a vida,
Também preenchemos a vida com muitas histórias,
Todos temos a história da nossa vida.
Eu quero contar a história da minha vida.
Vou contar agora a história da minha vida.
Um dia Nasci!... ... Outro dia Morri!
Neste E S P A Ç O nasci e morri muitas vezes!
E entre nascer e morrer… também vivi muitas histórias.
Agora estou um bocado destrambelhada com algumas histórias,
Mas estou numa fase viva!
Quer dizer estou a morrer um bocadinho… Mas é só mesmo um bocadinho!
( Coisas de amor mal resolvidas… Por enquanto!)
(É que há vezes, em que esta coisa, de AMAR mata!)
Eu gosto muito de viver! É por esta razão que morro tantas vezes.
Para me manter viva! Para me sentir muito Viva!
Também morro por uma bela história.
Mas neste caso estou mesmo, mas mesmo, a morrer de Amor!
Enfim histórias da vida…
Gostei muito de escrever esta história,
Pelo que acho que vou historicizando as minhas histórias,
Para poder amanhã … ou noutro dia qualquer……
Contar a minha história da história da minha vida.
2011 Olinda Ribeiro
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Vamos lá a ver se percebi o espírito da coisa …
… O oximoro torna-se característico de uma personalidade ferida,
mas resistente, sofredora, e, mesmo assim,
contente por ainda esperar.
… A vida não é uma história…
… O sentimento é uma emoção provocada por uma representação
dependente do que ficou historicizado na nossa memória…
… A historicização é um processo que sara o que é necessário …
… A resiliência existe, tem uma forma e um preço…
… Então não tenho com que me preocupar…
… como exponho os meus segredos…
… suporto as minhas tristezas fazendo delas uma história…
… como as minhas confidências adquirem entre nós
O valor de uma relação…
… transformei a provação partilhada… (ai como gostava de o ter provado!!!)
… numa compreensão ilusória…
… e a essa ilusão dei o nome de amor…
… assim sendo fico mais tranquila porque…
Afinal andei a fazer tricô com as minhas supostas…
… substituições de género individual e dualista…
Quando bastava accionar a mola impulsionadora…
Lambendo as minhas feridas! (Ficava tudo limpinho…)
Declaro-me destituída desse sentimento que julgava
Sentir por ti e ao qual historiando apelidei de Amor.
… Pronto fiquei com a casa (e a paixoneta) toda arrumadinha!
2011 Olinda Ribeiro
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Metamorfose
O que sinto agora é uma inconstância…
Fruto de um sentimento quimérico, irreal,
Amar-te agora é um passo vertical,
Uma forma de acalmar a minha ânsia.
Este meu aparente desassossego,
Não é para ti um problema,
Já que amar-te, como amo, toda plena,
Faz parte do processo curativo do ego.
Terás com certeza muita razão.
O amor não é uma coisa palpável,
Não é uma cadeira confortável…,
E saber estas coisas é a tua profissão.
Então meu querido sofres do mesmo mal.
Também amas! Precisas de amar e dar amor,
Conheces bem os meandros deste fulgor,
E sabes que “amor” é uma questão temporal.
E a felicidade que sentimos é imaginária,
E a dor é coisa passageira…. Inconsonância.
O meu afecto é só mais uma irrelevância,
Amar-te, é como uma rotina diária.
Sem dor não existe crescimento…
E já que sofro como uma desvairada,
Sou enorme! Por ser mal amada!...
A metamorfose é mais conhecimento!
Eu sou uma página ao livro acrescentada,
O meu amor é puro amadurecimento,
A dor é uma história de rir à gargalhada.
Agora que fiquei bem esclarecida,
Percebi que tudo teve uma razão.
E ao aceitar bem esta transformação,
Já posso seguir em frente, rumo a outra vida…
2011 Olinda Ribeiro
terça-feira, 28 de junho de 2011
A um Senhor poeta…
Hoje quero falar-vos de alguém,
Cujo rosto e fisionomia desconheço,
Tenho por ele estima e muito apreço,
Aprecio-lhe muito mais que o escrever bem.
Alma nobre, valente no sentir,
Partilha com todos a sua paixão,
Devotado poeta, em alma e coração,
Mestre na humildade do repartir.
Aprecio-lhe o forte carácter,
A dádiva de partilhar o seu espaço,
De incentivar o pobre num enlaço,
E dar-lhe o ensejo de escrever.
Homem simples, porém grandioso,
A quem devo muito mais que gratidão!
Poeta da vida, da poesia e da emoção,
Só tenho pra te dar este gesto afectuoso.
2011 Olinda Ribeiro
A Vasco de Sousa, um homem,
Que já nasceu poeta.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
O Papão
Começou a noite. Um dia que acabou.
Agarra a minha mão, vamos viajar.
Não te assustes, que ao pé de ti estou,
Pelo mundo dos sonhos te quero guiar.
Chegou a hora das orações, meu querido,
Não te esqueças de todos incluir nelas.
Aconchego-te, protejo-te do pecado,
E afasto o papão das janelas.
E se sentires monstros debaixo da cama,
Dentro do armário, na tua cabeça,
Então agarra a almofada com força.
Estou aqui para te proteger. Sem drama !
Quero que este meu amor te fortaleça,
Ao acabar da noite, começa a esperança.
2011 Vasco de Sousa
Dos grandes poetas o esplendor
Vou correndo como um verso de Camões,
Por entre veredas e frutos silvestres,
Arranhando a pele, rasgando as vestes,
Gritando dor, desvelos, e paixões.
Ao longe descortino o mar do pranto,
Pejado de minhas lágrimas silenciosas,
Descortino bailando nas algas vaporosas,
Sonhos bordados, desfiados por encanto.
Oiço o eco das palavras que te escrevo,
Nas anteparas da coluna visceral,
Só Deus sabe se por bem ou por mal,(!?)
Presto contas sem saber que contas devo.
Porém nada importa… são só tostões…!
Também tenho ganho e recompensa,
O lucro de amar de forma intensa,
E deleitar-me com os versos de Camões.
Não tenho versos nem asas de condor,
Mas sei voar prá quem e além dor.
Sem ter dos grandes poetas o esplendor,
Resplandece em meu peito um belo amor!
2011 Olinda Ribeiro
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Canto alegre
Ardem-me os olhos de tanto chorar.
E se choro quando quero ser um canto alegre,
É porque a tristeza fez a casa dentro de mim.
Mas não quero ser triste,
Nem que a tristeza me habite.
E chorar, quero, mas de alegria.
Também quero cantar,
Ser um canto de pássaro feliz, livre.
Os meus olhos podem ser largos rios,
Minhas lágrimas água de nascente,
O meu sopro um grito reprimido,
O meu coração ninho de dor,
O meu amor sem “termos” de ser amor,
Poderei ser tudo sem ser nada,
Mas quero porque posso.
Posso porque quero.
Quero Ser um canto alegre.
Só tenho que conseguir cantar……!
2011 Olinda Ribeiro
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Que mais queres tu de mim?
Dizes que não tenho penas...
Mas tenho e muitas…
até tenho pena, que me não queiras amar.
Nada mais tenho a dizer…
Todas as palavras foram ditas,
Os meus afectos estão expostos,
Sabes exactamente o que há para saber!
Entre o dito e o desdito
Guardo todo o meu sentir,
Minha alma, minha sina,
Meu coração a bater.
Pára não insistas… não percebes?
Tens de me libertar!
Abre a jaula onde me encerras,
Sou ave tenho de voar!
Tenho um mundo nas tuas mãos…
(Melhor fôra que o não tivesse…!)
És vida que existes em mim,
como farol deslampiado…
se sabes que me não queres,
que tão pouco me queres querer,
Então aparta-te do meu suspirar.
Liberta-me! Estás na minha natureza.
És um sonho desraiado……………….. Estás todo enraizado.
E eu sou ave… tenho de voar!
Tenho um beijo em mim trancado,
estou sequiosa de ti,
despertas-me todos os desejos…
Perco-me em ti meu amor!
Perco-me na vastidão…
da palma da tua mão
onde deixei por depósito
sem saber qual o propósito,
o bater do meu coração !
2011 Olinda Ribeiro
terça-feira, 21 de junho de 2011
21 de Junho de 2011
Está um dia maravilhoso!
Inicio do verão.
Mas um dia extra-especial,
Porque imaginem só…
A minha mãe faz hoje 91 aninhos!
É ou não é maravilhoso?!
E sabem que mais?
Quem está de parabéns sou eu…
Tenho a melhor mãe do mundo!
Amo-te MÃE!
Muitos parabéns !!!!!!
E sobretudo muito obrigada
Por seres como és,
E fazeres de mim quem sou.
Beijos muitos beijos
Da tua filha
Olinda
Boa noite meu amor…
Agora que já estás a dormir…
aproveito o silêncio do teu sono…
e…
suavemente…
deixo-te um beijo nos lábios…
e, calmamente, sem pressas…
vou sonhar contigo deitado a meu lado…
enquanto velo o teu descanso…
deixo uma oração bordada…
num sonho de paz e gratidão…
talvez de manhã…
quando o sol raiar…
o mundo esteja exactamente…
como deve estar!...
E eu já esteja…
melhor preparada…
para uma incursão…
algures entre o amar-te…
e a firmeza da não Existência!
Eu… e + o pouco que se pode arranjar.
21 de Junho de 2011 Olinda Ribeiro
2h da manhã
segunda-feira, 20 de junho de 2011
O brilho dos teus olhos
Deambulava o acaso na avenida,
Quando descobri o brilho do teu olhar.
Esse castanho doce, repleto de vida,
Que até hoje, ainda me faz sonhar.
Um olhar vivo, que transborda energia,
Também meigo e terno, preenchido de amor.
Esse brilho, só teu ! Tão cheio de magia…
Nesse instante tu libertaste-me da dor.
Tu marcaste o início do meu Universo,
A minha única desculpa para existir.
Tu serás a minha pedra filosofal.
Salvaste-me quando me encontrava disperso,
Foste luz, esperança, o meu elixir.
És o meu futuro ! Ergue-te, triunfal !
2011 Vasco de Sousa
sábado, 18 de junho de 2011
Pássaro brilhante
Pássaro brilhante de penas coloridas,
Esvoaças esguio por entre as árvores,
Como se quisesses armar belas partidas,
Quando passas, apareces, desapareces.
Quando olham para ti, vêem a beleza,
A magnitude do teu casaco de penas.
Nele, escondes a verdadeira riqueza,
Pois muitos é isso que vêem apenas.
Mesmo que não queiras, é assim que a gente,
Te vê, te julga, pensa até o pior.
Porque vivemos no mundo das aparências.
Gosto de ti, passarinho inteligente,
Pela beleza do teu ser interior.
Vem. Podes aproximar-te. Sem reticências.
2011 Vasco de Sousa
terça-feira, 14 de junho de 2011
Enquanto as nuvens dançavam
Enquanto as nuvens dançavam, lá no céu,
A chuva firmemente lavava o chão.
Num instante, está escuro como bréu,
Logo depois quase parece uma ilusão.
Tudo retorna ao seu devido lugar,
Como se nada tivesse acontecido.
O Sol brilha. Aconchega-me lá do ar.
Deixo-me aqui ficar. Agradecido.
Por cada tumulto que passo, enriqueço.
Estes milagres da vida eu louvo,
Numa comunhão que muito me apraz.
A minha alma reencontra-se de novo.
Sinto-me leve. Rodeado pela paz.
Respiro fundo. Devagar. Adormeço.
2011 Vasco de Sousa
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Meu rico santo Antoninho!
Santo António de Lisboa
Cidade do meu coração
O milagre que ressoa
É fruto de devoção.
Tens por nós estima tal,
Meu adorado santinho,
Que fizeste da capital,
O teu precioso bercinho.
Padroeiro dos amores,
De mim tem compaixão,
Sabes bem qual dos senhores,
É rei no meu coração.
Faz-me lá esse milagre,
Que ser amada mereço,
E que Deus por mim te pague,
Que milagre não tem preço!
Que o cheiro do manjerico,
Te perfume a auréola,
Com isso te gratifico,
E ainda te acendo uma vela!
2011 Olinda Ribeiro
domingo, 12 de junho de 2011
Mundo de magia
Tu ainda vives num conto de fadas,
Nalgum lugar longe para te encontrar.
Alma e realidade desfasadas…
Perdida no sonho ficaste a pairar.
Um dia irei encontrar-te a chorar,
Com medo, enroscada no chão lixoso,
Qual príncipe chegarei para te salvar,
E levar-te-ei para um lugar primoroso.
Escondes-te nesse teu mundo de magia,
Porque a tua vida real é tão trágica,
Mas assim não sentirás o teu coração.
Deixa-me devolver-te a sabedoria,
Como se eu pudesse, num passe de mágica,
Ajudar-te a manter os teus pés no chão.
2011 Vasco de Sousa
Medo de amar
Descubro em ti um amor reprimido,
Quando olhas para mim, dentro dos meus olhos.
Quando te dou um abraço apertado,
Não percebes que na alma estamos juntos ?
É verdade que nada dura para sempre,
Sabemos que os corações podem mudar.
Por vezes é preciso seguir em frente,
E sentir o que é realmente amar.
Se é verdade que sentes amor por mim,
Então não tenhas medo de o demonstrar,
Ou acabarei, andando na chuva fria.
Precisas de um tempo… mas mesmo assim,
Um coração partido tu podes curar,
E eu… Devolver-te-ei a alegria.
2011 Vasco de Sousa