sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Sentir

Não falo muito, sou calado.

Muitas vezes, fico por ali, quase de lado.
Nem sei o que dizer de mim,
Pois nunca me exponho assim.
Gostava de poder escrever,
Assim como quem vai falando alto.
Talvez assim, num sobressalto,
Aprendesse eu a transmitir,
Aquilo que é o verdadeiro sentir,
Sem palavras difíceis ou rebuscadas,
Sem máscaras ou fantochadas,
Divagando sem nexo, mas sem tremer.

Mas onde está o verdadeiro sentir ?
O que sinto por ti ? O que sentes por mim ?
O coração apertado, quando vais partir !
Ou sobressaltado quando chegas… assim… …
Sentir uma alegria imensa,
Só porque te lembraste de mim,
Sentir uma dor intensa,
Porque partiste de repente… assim… …
Que grande corrupio de emoções,
Passa pelos nossos corações,
Todos as sentimos, todos as vivemos,
Mas dificilmente as descrevemos.

E afinal de contas… …

Para quê tantas descrições ?
Porque não abrir os nossos corações ?
E em poucas e simples palavras dizer,
Se estamos felizes ou então a sofrer ?
E se as palavras nos saem com algum torpor,
Pode ser só um beijo… … uma flor.
Pode até ser apenas um simples olhar,
Porque até ele, tudo pode revelar.

2011 Vasco de Sousa

3 comentários:

Helena Ribeiro Telles disse...

Embora toque na mesma tecla, gosto mais deste sentir, porque se sente mais.

Helena

Maria Luísa Salgueiro disse...

Analisando este poema, parece que era por aqui que deveria ter começado ... e completar com os outros 3, é como se o Vasco soubesse exactamente o que quer expressar, mas não como o fazer, o interessante é que não se fechou e escreveu. É sempre mais saudável deitar para fora... e libertar-se
acho que é isto que fez. então conseguiu!

M. L. Salgueiro

Alvaro Santos disse...

Neste poema condensou os 3 sonetos anteriores.

Alvaro Santos