Não falo muito, sou calado.
Muitas vezes, fico por ali, quase de lado.
Nem sei o que dizer de mim,
Pois nunca me exponho assim.
Gostava de poder escrever,
Assim como quem vai falando alto.
Talvez assim, num sobressalto,
Aprendesse eu a transmitir,
Aquilo que é o verdadeiro sentir,
Sem palavras difíceis ou rebuscadas,
Sem máscaras ou fantochadas,
Divagando sem nexo, mas sem tremer.
Mas onde está o verdadeiro sentir ?
O que sinto por ti ? O que sentes por mim ?
O coração apertado, quando vais partir !
Ou sobressaltado quando chegas… assim… …
Sentir uma alegria imensa,
Só porque te lembraste de mim,
Sentir uma dor intensa,
Porque partiste de repente… assim… …
Que grande corrupio de emoções,
Passa pelos nossos corações,
Todos as sentimos, todos as vivemos,
Mas dificilmente as descrevemos.
E afinal de contas… …
Para quê tantas descrições ?
Porque não abrir os nossos corações ?
E em poucas e simples palavras dizer,
Se estamos felizes ou então a sofrer ?
E se as palavras nos saem com algum torpor,
Pode ser só um beijo… … uma flor.
Pode até ser apenas um simples olhar,
Porque até ele, tudo pode revelar.
2011 Vasco de Sousa
3 comentários:
Embora toque na mesma tecla, gosto mais deste sentir, porque se sente mais.
Helena
Analisando este poema, parece que era por aqui que deveria ter começado ... e completar com os outros 3, é como se o Vasco soubesse exactamente o que quer expressar, mas não como o fazer, o interessante é que não se fechou e escreveu. É sempre mais saudável deitar para fora... e libertar-se
acho que é isto que fez. então conseguiu!
M. L. Salgueiro
Neste poema condensou os 3 sonetos anteriores.
Alvaro Santos
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