Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Algu~a cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Luís Vaz de Camões
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Alma minha gentil que te partiste
Etiquetas:
Amor,
Dor,
Luís Vaz de Camões
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1 comentários:
nesse soneto, eu entendi, q ele mostra o desenteresse junto com a saudad dessa vida, ele mostra q aos olhos dele a vida naum tem + encanto e q as boas lembranças ainda ficarao em sua memoria
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