Há nos teus olhos um tal fulgor
E no teu riso tanta claridade,
Que o lembrar-me de ti é ter saudade
Duma roseira brava toda em flor.
Tuas mãos foram feitas para a dor,
Para os gestos de doçura e piedade;
E os teus beijos de sonho e de ansiedade
São como a alma a arder do próprio Amor!
Nasci envolta em trajes de mendiga;
E, ao dares-me o teu amor de maravilha,
Deste-me o manto de oiro de rainha!
Tua irmã…teu amor…e tua amiga…
E também, toda em flor, a tua filha,
Minha roseira brava que é só minha!…
Florbela Espanca - Reliquiae
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Roseira brava
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Florbela Espanca
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