Tardes da minha terra, doce encanto,
Tardes duma pureza de açucenas,
Tardes de sonho, as tardes de novenas,
Tardes de Portugal, as tardes d’Anto,
Como eu vos quero e amo! Tanto! Tanto!…
Horas benditas, leves como penas,
Horas de fumo e cinza, horas serenas,
Minhas horas de dor em que eu sou santo!
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar…
E a minha boca tem uns beijos mudos…
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar…
Florbela Espanca em Livro de Mágoas
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Languidez
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Florbela Espanca,
Livro de Mágoas
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