Mar alto! ondas quebradas e vencidas
Num soluçar aflito e murmurado…
Voo de gaivotas, leve, imaculado,
Como neves nos píncaros nascidas!
Sol! Ave a tombar, asas já feridas,
Batendo ainda num arfar pausado…
Ó meu doce poente torturado
Rezo-te em mim, chorando, mãos erguidas!
Meu verso de Samain cheio de graça,
Inda não és clarão já és luar
Como branco lilás que se desfaça!
Amor! Teu coração trago-o no peito…
Pulsa dentro de mim como este mar
Num beijo eterno, assim, nunca desfeito!…
Florbela Espanca em O Livro de Soror Saudade
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Da minha janela
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Florbela Espanca
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