Deixar, amado bem, teu rosto lindo,
Teus afagos deixar, tua candura,
Tanto me oprime que da Morte escura
Sobre mim negras sombras vêm caindo.
Eu parto, e vou teu nome repetindo,
Porque dê desafogo à mágoa dura;
Meus tristes ais, suspiros de amargura
Áquem dos mares ficarás ouvindo.
Mas se me cercam no cruel transporte
Quantas fúrias o Báratro vomita,
Se meu mal é pior que a mesma morte,
O Fado em me aterrar em vão cogita!
Com todo o seu poder não pode a Sorte
Tua imagem riscar desta alma aflita.
Bocage in «Obra Completa - vol. I Sonetos»
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Deixar, amado bem, teu rosto lindo
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