domingo, 20 de fevereiro de 2011

Fado peregrino

Se nasci com o destino marcado,
não sei, sei que tenho por destino,
palmilhar este fado peregrino,
com minhas lágrimas lavado.

Ai saudade, do colo de minha mãe,
do seu odor, da suave fragrância,
que me adocicava a infância,
protegia da dor, a dor que o fado tem.

Mas os anos não perdoam,
e vamos vivendo nosso fado,
com ou sem destino marcado,
as dores no peito ressoam.

Cantadores e cantadeiras,
desta melodia trinada,
cantemos há desgarrada,
as nossas dores pranteadeiras.

Mas o sol nasce todos os dias!
Com ou sem destino marcado.
Fado destino, ou destino fadado,
também vivencio muitas alegrias!

Olinda Ribeiro

15 comentários:

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

Gosto particularmente de metálica
mas lá calha por vezes uns faditos
este está ligeiro não me entristece muito
o que é muito bom

Alberta Góis disse...

Oh olindinha, é impressão minha ou
a menina hoje está um bocado sem colo?
Não desgosto e até entendo este fado, mas tenho de dizer que lhe falta "MAIS" Olinda.



Alberta Góis

Alvaro Santos disse...

Olá Olinda,
já sentia a sua falta, este fado, deixa-me um pouco abalado, parece-me um bocadinho aquém da qualidade a que já me habituou.
Mas como diz num outro poema, lá por ser mal amanhado, não significa que não seja sentido. Por esse motivo, acho que fez muito bem em partilhar.


Alvaro Santos

José Manuel Antunes disse...

Boa noite Olinda,

Ainda bem que nos envia uma coisinha
para ler, então agora estamos numa de fado? pois até acho de muito bom gosto.
É sempre bom ler textos diferentes.
Aguça-nos o pensamento.
Obrigado


J. M. Antunes

Zézinho disse...

Na minha terra também havia as pranteadeiras
ainda hoje gosto dos carinhos da minha velhinha mãe
todos temos um fado bom ou mau mas temos
e gostei muito de ler o seu fado



Zézinho

Alexandra Monteiro De Barros disse...

Olá Olinda,

precisei de ler 4 vezes este poema, até perceber, como ele nos inunda.
as coisas nem sempre são o que parecem, é muito bom quando lemos um poema que nos obriga a acender a luz, e quando ela retorna, ficamos satisfeitos pela claridade.
Muito interessante este seu acto.
Apreciei imenso.


Alexandra Barros

Tereza Assis Macedo disse...

Estimada Olindinha,
Claro que sendo uma amante da poesia, também a sou do fado (poesia riquíssima que os nossos fadistas interpretam), por isso este fado não cantado, mas vivido, me agrada e desperta, nas nossas crenças de nascermos com o destino marcado.
Muito a meu gosto. Obrigada


Tereza Assis Macedo

Luis Vaz disse...

Exma Sra Dª Olinda Ribeiro

Mais uma vez não encontro termos suficientemente descritivos do quanto a sua poesia interage comigo.

Bem haja

Atentamente

Luís Vaz

Antónia Matos Neves disse...

Minha cara poetiza,

aqui lhe deixo a minha gratidão.



Antónia Matos Neves

Anónimo disse...

quem escreve com alma, escreve sempre bem e com sentimento.

Leonardo Brito disse...

Estimada sra dª Olinda,

Conquanto "Fado peregrino" não seja (na minha modesta opinião)
dos seus mais excelentes trabalhos,
mantém a sua natural expressão e subtileza. Sinto-lhe a Alma, mas falta-me sentir a poesia. Que este meu comentário não a desmotive.
Sei que tem talento suficiente para compor letras para fadistas do mais alto gabarito, e quem sabe, um dia verei este meu desejo realizado.


Leonardo Brito

Alvaro Santos disse...

Fadinho catita, está muito bem.
qualquer dia andam os seus fadinhos de boca-em-boca.
Boa noite



Alvaro Santos

Gil Alves Macedo disse...

Durma bem Dª Olinda,
Acho este fado um poema muito aconhegante, até me apetece abraça-la.
gosto mesmo muito, e como sempre
escrito em tom bem português.
Agradeço ao destino que a fadou tão gentilmente.


Gil Alves Macedo

Unknown disse...

Mãe...maravilhoso.
Sou mãe e filha. Estes sentimentos são únicos

B. Magalhães disse...

Dª Olinda

Pessoalmente gosto muito deste poema
não lhe mudava nem uma virgula.


B. Magalhães