segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Trocada por nada

Não digas nada, de nada, tenho fartura.
Desvelos e mimos é que me anelam.
Sujeito-me a desdenhosa desventura,
cúspides virulentas já me flagelam.

Porque por outros afectos me trocaste?
Dizias que quem mais te ama sou eu.
Então porque de mim te apartaste?
E deixaste comigo o amor que é teu.

Qualquer ou quaisquer sejam as razões,
são fracas e vazias, sem conteúdo,
meras desculpas esfarrapadas, diabrura.

Desertaste, foste atrás de ilusões,
deixaste um coração capaz de tudo!
A troco de nada, deixas-me na clausura!

Olinda Ribeiro

14 comentários:

Leonardo Brito disse...

Dª Olinda Ribeiro,

Quanto mais leio e releio este soneto, mais me apercebo, que a dor e mágoa que exalam, tem a ver com afectos muito diferentes dos que aqui pretende que transpareçam.
A subtileza escondida entre versos,
revela uma transcendência que me
delicia e seduz.

Muito revelador e inteligente.


Leonardo Brito

Anónimo disse...

Exma Sra Dª Olinda,

O virtuosismo deste soneto está mais própriamente no que NÃO revela.
Fantástico.
Continue a escrever assim, pois quem gosta de poesia, também gosta de a antevisar.
Parabéns



Luís Vaz

Maria Luísa Salgueiro disse...

Felizmente sou mulher.
Este Soneto mexe com intenções que só as mulheres compreendem.
Muito intimo.
Obrigada por partilhar.


M. L. Salgueiro

Tereza Assis Macedo disse...

Estimada amiga,

Quem escreveu este poema?
A mãe?
A mulher?
A poetiza! Afirmo eu.
Faltam-me os termos precisos para lhe agradecer esta grandiosa interacção.
Só posso dizer muitíssimo obrigada!

Bjs
Tereza Assis Macedo

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

bem se me permite vou-lhe dizer esta poesia até derruba os mais fortes
o meu coração está mesmo apertadinho
para escrever desta maneira é preciso amar muito mesmo

Zézinho disse...

mas que poesia tão boa olhe que me emociono muito a ler este poema



Zézinho

José Manuel Antunes disse...

Oh Olinda
Ainda me provoca um ataque cardíaco,
é que o meu coração é demasiado fraco para tão grande batimento.
Excepcional.


J. M. Antunes

Alberta Góis disse...

Ai Olindinha que a menina parte-me o coração todinho.
Ai Ai........
gosto muito



Alberta Góis

Alvaro Santos disse...

Quem é que teve o atrevimento de trocar este coração tão apaixonado, por ilusões?
Quem o fez só perdeu com isso.
Gosto tanto mas tanto da sua poesia, que me magoa o simples pensamento que alguém a faça sofrer.
Mas também sei que egoisticamente
para mim é muita vezes na sua dor que me premeia com a sua poesia


Alvaro Santos

Antónia Matos Neves disse...

E é assim que se escreve excelente poesia!



Antónia Matos Neves

B. Magalhães disse...

Dª Olinda Ribeiro,

Como expressar-lhe o quanto mais uma vez a sua poesia me arrebata?


B. Magalhães

Gil Alves Macedo disse...

Dª Olinda Ribeiro

Não há espaço para duvidas, como 2 sonetos aparentemente opostos no sentir, se completam como um só.
Claro que vejo os diferentes momentos em que foram escritos, e é exactamente por isso que são perfeitos.
Parabéns. Muito bom


Gil Alves Macedo

Carlos Augusto disse...

Minha amiguinha,

Sabes que cumpro sempre as minhas promessas. Depois do erro reparado, agora sim vou comentar.
Só lamento que tão tardiamente nos tenhas brindado com a tua poesia, conhecendo-te como conheço, sei que este acto de te expores e partilhares os teus sentimentos exigiu de ti muita coragem.
Brindo a isso!

Um grande beijo

Carlos Augusto

Anónimo disse...

ena pá este é triste, até me deixa assim um bocado com falta de ar,
é que eu ás vezes fico assim parece que um bocado aborrecido quando a coisa não me corre lá muito bem.