sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Adolescência

O toque e bater da porta não engana,
És tu a chegar…. Pois por ti espero.
Acalmo o anseio, acaba o desespero,
Já posso despir o receio que me insana.

Mas eis que chegas todo alvoroçado…
Buscando apaziguamento prá minha zanga,
Disfarço, finjo que acredito na tua tanga,
Suspiras…, o teu semblante, fica aliviado.

Deixo-te de novo partir… (sei que voltas).
Fico tranquila, a deslindar, a teia da patranha,
Lembro da minha adolescência, a rebeldia,

Recordando aventuras ou páginas soltas.
Constato, que o ciclo é uma montanha,
Parece que nada mudou, mas tudo se reinicia!

Olinda Ribeiro

15 comentários:

Alvaro Santos disse...

acho muita graça a este soneto, porque a minha mãe fazia exactamente o mesmo, dava um ralhete, e lá me mandava para o quarto.
saudades desses tempos.

Alvaro Santos

Joana Fernandes disse...

Oh Olindinha,
porque será que as mães são todas iguais?
A minha era assim e eu também sou,
quando oiço dizer; no meu tempo não era nada como agora...
Solto uma gargalhada e lembro que era exactamente como agora, queríamos sair com os amigos e não gostávamos nada do sermão quando chegávamos depois da hora marcada.
Muito engraçado este relembrar.
Joana Fernandes

José Manuel Antunes disse...

ena pá gosto muito de lembrar esse tempo, até que eu +ou- era atinado, mas também pregava as minhas partidas, o que me safava era eu ser bom aluno , ai se os meus pais soubessem.....
E a Olinda tem toda a razão... tudo se reinicia....os meus filhos já passaram essa fase e até nem deram grandes problemas,,, mas tenho 2 netos que já são muito reguilas.
Obrigado por me levar á minha juventude.
que boas recordações

J. M. Antunes

B. Magalhães disse...

A minha mulher e eu estávamos aqui a ler umas coisitas, agora este soneto, veio lembrar os nossos tempos de namorico, ai que belos tempos aqueles.......

B. Magalhães

Alberta Góis disse...

Por este e outros sonetos, é que gostamos tanto da Olindinha,
na minha adolescência era muito bem comportadinha???????????????? !!! se
ainda hoje sou um bocado rebelde, imaginem com 17 aninhos.......
com uns pais fantásticos como os meus a coisa lá ia andando sem grandes sobressaltos.
è muito bom relembrar
obrigadinha por este momento de ternura

Alberta Góis

Gil Alves Macedo disse...

adolescência e adolescentes.....
já fui, agora estou do outro lado das trincheiras,
quando somos pais fácilmente esquecemos as travessuras que fizemos,
é mesmo um ciclo.

Gil Alves Macedo

Zézinho disse...

minha sra este poema está muita bom quando eu era mais moço a minha mãezinha ficava assim igualzinha toda preocupada mas sou homem e tenho 3 filhos e também fico assim mais a minha mulher gosto muito de lembrar a minha mocidade


Zézinho

Alfa disse...

mãe sofre, só agora que estou no lugar dela é que a entendo, bjs

continue a escrever assim que me lê os pensamentos.


Alfa

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

Eu quando era puto só gostava de miúdas e jogar á bola, os meus mais só me deixavam sair nas férias porque tinha que estudar e tirar um curso pra ser alguém na vida
por acaso até gramava de estudar e nunca foi problema para mim mas tenho pena de não me ter divertido + um bocado
vamos lá a ver como vou ser com os meus filhos

até é giro um poema a falar destas coisas

Maria Luísa Salgueiro disse...

Muito simpático este soneto,
e tem a duplicidade de nos levar aos 2 tempos (Maturidade e Aolescência).

M. L. Salgueiro

Tereza Assis Macedo disse...

Gosto de reparar que a Olinda nos leva nos dois sentidos. Aprecio ainda mais , porque também nos faz viajar no tempo.
Muito bom.


Tereza Assis Macedo

Leonardo Brito disse...

Enviei um comentário a este soneto,
onde fiz uma breve exposição sobre as qualidades tanto do soneto, como da autora.
Gostaria de saber se foi recepcionado, ou como é de seu direito (e respeito) decidiu não o publicar.


Leonardo Brito

Vasco de Sousa disse...

Sr. Leonardo Brito, efectivamente não me lembro se houve algum comentário seu a este soneto que não publiquei. Por regra, apenas não publico comentários anónimos ou que não tenham a ver com a poesia e o poema em causa, ou o seu autor(a). Poderá também ter sido apagado por lapso, pois há dias em que existem muitos comentários a publicar. Sugiro que faça novamente o comentário que pretendia, se fizer o favor, para que o possa publicar, respeitando os pontos acima referidos.

Vasco Sousa

Leonardo Brito disse...

Vasco Sousa, muito obrigado por me responder.

Leonardo Brito

Leonardo Brito disse...

Este soneto esta exemplarmente bem escrito e definido.

Olinda Ribeiro é uma poetiza, que tem a qualidade de realçar o que a língua portuguesa tem de melhor. Neste soneto, ao fazer a simbiose perfeita, entre palavras conotadas como simplórias (tanga e patranha *)ou calão, e, palavras mais empíricas.
Provoca 1º uma implosão, para logo de seguida explodir num mar de sentimentos e constatações factuais. Revelando, que sabe expressar e transmitir com clareza o porquê da existência da poesia.É esta razão porque somos considerados Justamente um Nobre povo de poetas.

Leonardo Brito


**- Hoje as palavras tanga e patranha como já esclareci, foram arremetidas mais para o vocábulo "calão". Com um bom dicionário pode-se esclarecer que são de facto palavras ancestrais que eram utilizadas até em situações de relevo e significativa importância.