Mandei prás urtigas, dor, decepção,
tudo o que me deixa deprimente.
Talvez até vá dar banho ao cão…
(não tenho cão) quero é ficar contente.
Abandonar esta neurastenia.
Estou farta de dramas e choro,
aproveitar melhor a vida e o dia,
arranjar um cais onde me ancoro.
O instinto diz para me reconcentrar.
Que a hora não é para perdições.
Muito atenta ao ouvir (mais ao falar)…
Exijo saber se aprendi bem as lições.
Apurar junto do meu coração,
O efeito deste acto reconciliador,
Aceitar a doce recompensação,
De acreditar que tenho valor.
Ninguém é melhor que ninguém.
Telhados de vidro todos temos,
O melhor de nos darmos bem,
São estes momentos supremos.
Olinda Ribeiro
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Acto reconciliador
Etiquetas:
Olinda Ribeiro
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16 comentários:
Esta descrição, está mesmo há altura de quem És e como És.
Lanço-te daqui um repto (sei que os leitores vão gostar): Envia os textos maravilhosos que escrevias na tua velhíssima máquina de escrever.
Lembro-me perfeitamente como a nossa
prof.de português ficava extasiada. Parece que ainda a oiço dizer com aquele ar ternurento, - Mas de onde te vem tanta Graça e Sensibilidade?!
Beijos
Carlos Augusto
Olindinha,
A menina tem o condão de me fazer rir, chorar, emocionar, e mais importante faz-me pensar!
Tem sido muito preciosa!
Alberta Góis
Olinda
Tenho cão, e ele, é mais meu fiel amigo que o bacalhau (e outra gente que se diz amiga).
Estes versos até me fazem apetecer
repensar algumas posições que teimo em manter. Obrigado
J. M. Antunes
Excelente conselho.
Ponderação e bom senso.
Belo poema.
Gil Alves Macedo
Olinda, esta poesia, é muito prazenteira e bem disposta.
Como sempre escrito em bom português.
Antónia Matos Neves
Reconciliação é sempre uma boa maneira de aproveitar a vida
Zézinho
Ora então muito bom dia.
Aqui está uma belíssima maneira de
começar o dia, ler boa poesia e fazer algumas mudanças.
Muito bem vamos a isso.
Joana Fernandes
Minha sra agora que já dei banho ao cão... vou aproveitar para mandar muitas coisas para as urtigas e para a fava também
gosto desta frontalidade.
Ontem há noite quando li este poema fiquei meia abananada e dormi sobre o assunto.
Até pode ser da chuva deixa as ideias mais fresquinhas, mas agora
tudo faz mais sentido, e percebo exactamente que não vale a pena chorar sobre o leite derramado,
vamos lá então fazer as pazes com a vida.
até logo, e boa chuvinha para todos!!!
Olinda Ribeiro
Que belo e maravilhoso pode ser este mundo se todos nós nos reconciliarmos connosco próprios, e também com os outros.
M. L. Salgueiro
Sra Dª Olinda Ribeiro
Quão grato estou por mais este belo exemplar!
Ao lêr-se estas quadras parece apenas um desabafo, quando é profundamente um voto de amor há vida no seu todo.
Obrigado
Leonardo Brito
Exma Sra Dª Olinda Ribeiro,
Amada Pátria que tão bons poetas nos ofereces!
A satisfação que sinto por lêr na língua portuguesa correctamente expressa,
ajuda-me a perdoar, quem tão repetidas vezes maltrata uma pátria que se deveria orgulhar de ter um vasto e riquíssimo vocabulário.
Muitíssimo obrigado
Atentamente
Luís Vaz
Mais um excelente conselho, dado em formato poético.
É por este envolvimento e conivência que perfazem um todo, que a poesia da Olinda tem o significado que tem.
Alexandra Barros
É pá este até está muito engraçado,
por acaso até tem muitas verdades aqui pelo meio. Olha que estou a curtir esta cena.
momentos supremos são todos aqueles em que apreendemos o melhor de nós.
e por algumas coisas que tenho estado a ler acredite que tem mesmo muito valor
Dª Olinda
Acredite aprendi a amar intensamente a sua poesia
B. Magalhães
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