domingo, 18 de novembro de 2012

Voltarei…quando de novo me reencontrar…

As palavras querem sair…gritam dentro de mim…
As palavras não se querem ociosas … querem eclodir…
Mas ai de mim que já não sei expressar o que sinto…
Falta-me a rima
Falta-me o gozo
Falta-me o apetite voraz por escrever a minha alma
A morte física do ser que me pariu, deixou-me inerte e sem rumo…
Deixou-me apneica na minha própria condição de celebrar a vida
Só eu tenho o condão de me catarsizar…
Mas fatal na minha evidente separação umbilica reagi amortizando no degredo

Perdi fisicamente muitos entes queridos… mas sempre os sustenho vivos dentro de mim…
Porém com este ser maravilhoso a minha santa mãe…
É realizar vivente o célebre ditado…:
- QUEM NÃO TEM MÃE NÃO TEM NADA!!!!

Estou a fazer o meu luto o melhor que sei e posso…
Apraz-me saber que o tempo me vai ajudar… bem como todos aqueles que me têm apoiado…
Incluindo todos vós meus preciosos amigos!!!!

Um grande bem haja
Até breve

2012 Olinda Ribeiro

Foi de minha mãe que herdei a coragem de ultrapassar as adversidades….
Também  herdei o nome com que assino,,,,Olinda Ribeiro…

sábado, 17 de novembro de 2012

Vazia a sala de meu peito

Vazia a sala de meu peito, cujo encanto
Versejo em mágoas que não cabem num papel
O meu silêncio escreve as dores deste canto
O qual declamo a sós de tudo, em vão, ao léu...

Outrora as flores que cingiam doce manto
Por sobre a terra tão sofrida imersa em fel
Sem seus poetas tudo é triste e dói, dói tanto!
Entregue a vida em seu ocaso, altiva, ao céu

Qual letra, enfim, reter-me a lágrima incontida?
Há de ficar pra sempre em nós a dor sentida
Sem que se escreva um alento e piedade

Se tudo é sempre assim: do amor rumo à saudade
Por que razões seguir em frente a nossa vida?
Por que o adeus teima em nascer da eternidade?

2012 Carlos Gomes

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A sala está vazia

Apraz-me recordar tão belo espaço,
Outrora vivo e reluzente,
Agora vazio e desolado.
Poetas que esperam, desesperando,
Por ideias que lhes valham belos sonetos,
Leitores que aguardam esperando,
Pelas palavras não ditas,
Pelas rimas que não são escritas,
Por um presente que por enquanto é passado.

Uma saudação pela vossa paciência,
Um grito meu, de afirmação,
Um renascimento que se evidencia,
É essa a minha convicção.

Todos os dias me lembro de vós,
E da saudade da nossa Olinda que tanto me inspira.

Esta sala está vazia, mas,
Mesmo em silêncio comunicamos.

2012 Vasco de Sousa

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Aqui junto de ti

Grandes obras nascem de momentos insolúveis de solidão.
A grandeza de continuar nesta eterna saga faz de mim quem sou.
E pergunto continuamente:
Afinal quem sou eu?
Responde-me o universo
Tu és a magia do instante que passa e da saudade que fica.
És o voar da garça
Mas nunca serás esquecimento.
Então encosto-me no sofá e por breves momentos deixo-me dormir…

2012 Olinda Ribeiro
Fátima não esqueças

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

É noite na minha alma

Verdes lagos e casas caiadas debruadas a anil
Bois puxando o arado e cães latindo aos viajantes
O velhinho sentado no alpendre
As avezinhas voando
O dia está luminoso e sorridente
E as pedras do caminho vão chorando comigo
É noite na minha alma…

2012 Olinda Ribeiro

domingo, 2 de setembro de 2012

Náufrago


És, onda deste mar, presságio da partida
Quando que há muito foste encanto da chegada
Ao rebentar por entre as pedras da enseada
Acusa, o teu cantar, os versos duma vida

A vida que tanto buscou segura estada
Singrando o mar, fugindo ao medo, já sentida
Que o horizonte não guardava uma saída
E que todo caminho encerra rumo ao nada

A mesma areia que chamei de esperança
A mesma terra que tempos depois me lança
Neste deserto onde as águas não tem fim

Percebo a lágrima invadindo o mesmo rosto
Olho pra terra... Ela indica o lado oposto
Vem onda, vem levar o que restou de mim...

 Julho 2012 Carlos Gomes

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

De improviso...

As farpas crivam sentimentos imersos
Nas profundezas das minhas entranhas
Descarnadas em sal moiro e versos
Insolúveis, palavras vagas e estranhas.

Desgostos ventilados a falsas esperanças,
Essas coisas que guardamos no alvor da solidão
E os gastos físicos em prol de mudanças
Maneiradas a gosto mas sem emoção.

(Queria ter amado mais e beijado sem temores
(Sei-me imune às moralidades imorais.)
Desprendida de compromissos e rancores)

Liberta das cercanias e de lobos orvalhosos
Destituída de preconceitos triviais
Seduzida de imprevisto e mistérios gozosos!

2012 Olinda Ribeiro

sábado, 25 de agosto de 2012

Logro

Não me apetece escrever
Só me apetece amorfar incognitamente
Enterrar-me em sequências imaginárias
Malograr os circuitos que me sustêm
Com as letras enfeitar sonhos desfeitos
Atascar-me em bebedeiras infalíveis
Apagar as desilusões
Voltar ao tempo da germinação
Voltar a ser parida
Quem sabe então eu seja eu
E corajosamente me desafie
A ser de novo vossa mãe
Para que me descubram e se sintam meus filhos.
A vida festeja-se
A vida não é uma festa incessante
Lágrimas e risos são ambos preciosos
Mas o logro está em engendrar planos substitutos
E instituí-los como caminhos sem volta
Lamento desiludir a credibilidade do conceito
Mas amo-vos e por vos amar
Recuso-me a ceder a minha integridade
Em nome de falsos ideais.
Em nome do que quer que seja…
A minha integridade
É a razão porque me mantenho  inacessível
Aos construtores da destruição.
Preciso de ser integra
Porque preciso de amar sem algemas e sem grilhetas.
Porque desde os primórdios de mim
O amor por vós foi sempre
O objectivo da minha existência.
Significa que continuarei a dizer não,
Ainda que o preço a pagar
Seja ficar incógnita
Nas batalhas que travei e venci
Porque foi nas vitórias
Que mereci o direito de hastear
A minha bandeira.

2012 Olinda Ribeiro

sábado, 4 de agosto de 2012

Dor ao vento

Ah esses espaços por onde navego
Rumo a teus braços e à saudade mansa
Odorífica primavera no corpo te entrego
Já florida por desejos saciada bonança.

Os nichos caiados de alva bruma
Decorados com o vôo das andorinhas
Atapetados com gotas de orvalho e de espuma
São lar de saudades tuas e de mágoas minhas.

O lenço branco hasteado no soluçado adeus
Não augura para meu coração doces tréguas
Antevejo no sussurro da brisa um furtuito lamento

Clamante, desolado, rubroso. Olho os avermelhados céus,
Abro meu peito ao trote da dor selvagem, lembrando éguas
Parindo potros de loiras crinas e corpos de vento.

2012 Olinda Ribeiro

sábado, 28 de julho de 2012

Dissonância

Toda a poesia que se perde
Por preguiça, incomodo, ou desleixo,
São poemas da alma onde fecho
O “sentir” embrionário e verde.
Tantas coisas tenho para dizer
Porquês de vida querendo resposta
Calamidades internas onde a aposta
É o ego soltar a opressão que me faz sofrer.

Não deixar os tumultos internos prevalecer
É controlar a revolta interna do meu existir.
Mas tudo é errado e incongruente.
E sem que a vontade mande, todo o meu ser
Explodiu em obesidade física e mental, fazendo colidir
A liberdade e o direito ao que a alma sente.

2012 Olinda Ribeiro

sexta-feira, 20 de julho de 2012

José Hermano Saraiva

Hoje foi um dia como outro dia qualquer…
Bom para nascer, igualmente bom para morrer.
Morre-se anónimo ou famoso… ou indigente….
Morre o asno e o inteligente…
Porém morrer de obra feita é o orgulho de todo o homem!
A história reza que hoje morreu um grande contador de histórias…

Foi um prazer ter conhecido esta alma portuguesa.
Agora o descanso merecido…

2012 Olinda Ribeiro

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Amantes...

A tibieza, o meu orgulho persistente,
Perpetua tua ausência indefinida,
Castra voraz e resistente
Laivos de fúria reprimida.
Contrastam as marés remanescentes,
Com áridas cantorias suspiradas,
E as gotas de suor insipientes,
Emolduram corolárias encristadas.
Afoitam então como algozes
Rugindo mágoas e torturas
Bramindo gritos tão ferozes
Afoguentando breves gestos de ternura.
Havia em mim um ardor tamanho,
Por esse teu ser por mim extasiado,
Cresciam graciosas com engenho
Constelações de amor incendiado.
Brotam agora cristais de gelo refulgente,
De meus olhos opacos e sem viço,
Igualando o orgulho persistente,
Que te desterrou como feitiço.
Nas asas da noite cobrem-me as dores,
Que outrora releguei para o deserto,
E os teus carinhos e fulgores,
Estão longe de mim estando perto.
Tamanhos eram os rios dos nossos beijos,
Coroando tardes de amor acetinadas,
Galgando nossos corpos em cortejos,
De divinas graças alcançadas.
Corria pelo meu corpo a alegria,
E teus olhos floresciam em folguedos,
Nossas almas brilhavam em sintonia,
Comungávamos dos mesmos segredos.
Passámos de gentis a agonizados,
De flores perfumadas a ervas daninhas,
Deixámos o estatuto de apaixonados,
Somos mágoas cravadas com grainhas.
Porém esse teu olhar ainda por mim chama….
E eu ainda oiço o teu clamor…
Ainda tua boca a minha boca reclama,
Ainda suspiras pelo meu amor.
Na surdina da noite nossas mãos entrelaçadas,
Dizem que devemos acreditar em nós…
Que o amor é vagabundo e as ações afleumadas,
São só surtos dispares aos quais damos voz!
(Se não nos amamos ….
Porque vens tu à minha procura e estou eu à tua espera?
E logo em seguida nos abraçamos…
Murmurando perdões e desculpas pelo que sucedera…)

Amor … um bem que tanto mal perjura … mas sem ele sentimo-nos ocos.

2012 Olinda Ribeiro

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Procura-se

Procura-se mulher da mais rara beleza
Que inspire ao homem todo alento e piedade
Por seus olhares ter a alma envolta e presa
Em seus lábios ter o sabor da eternidade...

Procura-se mulher da mais pura tristeza
Cuja ausência em nós, perpétua de saudade
Crive no peito o bem da última certeza:
Está em vós, mulher, toda necessidade...

Uma mulher do mais tenro, doce carinho
Que tenha o colo como eterno, afável ninho
Mulher na qual o grande amor, cego, persiste

Mas qual dos homens vai por fim lhe merecer?
Buscam você, mulher, mas sem reconhecer:
Homem merecedor do seu amor... Existe?

Abril 2012 Carlos Gomes
Soneto enviado pelo autor, para publicação

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Entretanto…

Algures entre mim e ti a vida acontece
O surrealismo esvaece
As aves balançam nas giestas
Os gritos ecoam pelas frestas
Amantes correm nus pela praia
A grã-finagem desmaia
Os conflitos gravitam no mundo
A dor tem eco profundo
E nós surgimos do nada.

2012 Olinda Ribeiro

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pronto Feito e Dito!

Grave é manter activos maus projectos
Só porque a aprovação os viabilizou
Limpar e erradicar tais dejectos
É sinónimo de aprender “O” que não resultou.
Crescer evoluir errar mas corrigir,
É estar apto a seguir em frente projectando
No “terreno” a construção de melhor porvir
Recolhendo bons frutos do que se foi semeando.
Difícil entendimento? Não creio!
Somos dotados de destreza física e cerebral,
As vidas, as pessoas, não é para alguns o recreio
Onde experienciam nas cobaias destino tabernal.
Facciosismos, grupistas, tachistas, politiquices,
Não conduzem nem projectam bom destino,
Deixemo-nos de vez das fezes das mesquinhices,
De nos armarmos em senhores trevais do vampirino.
Saudavelmente utilizemos os bons recursos,
Humanos, materiais, realísticos e naturais,
Avancemos sem degredos ou receio de ursos,
Que são só animais iguais aos demais animais!
Todos somos responsáveis… cabeça no buraco NÃO.
Cegueira mental generalizada… impotência tribal NÃO.
Somos capazes se acreditarmos que somos a Opção
De dizer SIM à nossa capacidade de Regeneração!

2012 Olinda Ribeiro
Aceitei as críticas e reagi … hoje os resultados estão aí.
Mas continuo a trabalhar porque é preciso insistir e persistir ….
Os toiros investem… Eu alinho em lucros mentais. ..Sou Activista!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Era uma vez … um drama… de encantar.

É grotesco o massacre agressivo da discussão.
Mata-se o ilusório das pétalas de rosa
E do amor e uma cabana…
Aí não há bela sem senão,
Nem história sem espinhos.
Eu acredito nestas fantasias todas
E vivo-as repetidamente diariamente
No meu conto de fadas onde tudo é PERFEITO!
PERFEITO sim qual é o espanto?
Mas o meu Príncipe hoje trocou-me as voltas
E faço as malas, e estou de abalada,
Ele só tem para me dizer: Fazes mal…

E foi ver a porra do futebol!
(Muito ofendida pelo acto desatento…acabo tudo de vez.)

Vou-me embora… (dramática )
Vou-te levar… (onde é que ela quer ir logo agora?)
Nem penses…Não vamos ficar amiguinhos….Nunca mais te quero ver! (firmeza)
O Quê não te posso visitar? Nem me vens visitar? (incrédulo e alheio ao drama)
Não Não e Não !!! (Autoridade e imposição)
Acabou!? (incrédulo e sem perceber nada…)
Acabou Mesmo! (dramática mas decidida)
Já que me deixas ir embora ...é assim !(não me ama)
Vais porque queres! (o que é que fiz  agora?)
Vou porque foste injusto e nem pediste desculpa….(os homens são uns insensíveis)

…………..desculpa…………(o que é que eu fiz??? Mas que raio fiz eu???)

Desculpa querida foi sem intenção! (o melhor é deitar água na fervura)
Sabes que às vezes faço coisas sem me aperceber que te magoo..(parece que está a pegar)
Então e o beijo?
Um beijo também?! (ah o beijo Ok estou safo!)
Desculpas sem beijo onde é que já se viu….! (abraça-me com força e o beijo é intenso…)
Era só um beijo… podes parar… (está a ser sincero)
Não… quantos mais beijos melhor…
Assim fico mais desculpado….Vá chega-te a mim ….(já me safei… e talvez…)
Desculpa minha princesinha …(adoro quando ficas assim toda melosa)
Olha foi golo….(nem olhou prá televisão… vou perdoar… arrependeu-se)
Quero lá saber da porcaria do futebol…Quero é encher-te de beijos e pedir-te muitas desculpas… cheiras tão bem … e tens a pele tão macia…. E afinal zangámo-nos porquê???
Sei lá por causa duma gatice qualquer…(Está mesmo muito arrependido)
(Não temos gatos….Já me puseste em brasa minha gatinha doida)
Ah pois não …. foste parvo….(tenho que o perdoar … está arrependidíssimo!!!)
Sou um parvalhão … deixa-me beijar-te  … Minha gatinha ….
Desculpa…  desculpa…(abençoada maluquinha que enche a minha vida de prazer)
Diz que estou perdoado minha querida…. Sim minha querida… perdoa-me meu amor…
……………
……………
……………
Ainda há quem maltrate as princesas …
Malvados sapos desencantados!
Ainda há Príncipes que sabem pedir desculpa….
Adorados Príncipes Encantados….!!!

2012 Olinda Ribeiro

sábado, 9 de junho de 2012

Não. Não tenho limites.

Não. Não tenho limites.
Quero de tudo
Tudo.
O ramo que sacudo
Fica varejado.
Já nascido em pecado,
Todos os meus pecados são mortais.
Todos tão naturais
À minha condição,
Que quando, por exceção,
Os não pratico
É que me mortifico.
Alma perdida
Antes de se perder,
Sou uma fome incontida
De viver.
E o que redime a vida
É ela não caber
Em nenhuma medida.



Miguel Torga

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Beira-mar

Aqui a beira-mar, meus sonhos, tão distantes
Ao horizonte se turvam com meu passado
Por entre as ondas tudo esvai e já cansado
Me perco em ilusões, tão só como era antes!

Meus sonhos são que nem as águas, abundantes
Neste oceano, meu olhar, um deslumbrado
Navega sem pudor, audaz e fascinado
O mais ingénuo de todos os navegantes...

Inebriante paz! Ilude a maresia...
Mas eis que vem o mar, em fúria, a fantasia
Cessar, fazendo meu sonho bom naufragado!

Por essas águas se perder é perigoso
Do mar de sonhos o real se faz vingado
Em lágrimas converte o mar maravilhoso...

Carlos Gomes
Dezembro de 2011

segunda-feira, 4 de junho de 2012

No princípio de mim tudo já existia

A obra eleita a arte intacta
O eterno interno exílio efémero
O limiar das coisas a nascer
Os jardins proibidos já floridos
Os deuses incapazes de o ser
No princípio de mim tudo já existia
Faltava uma flor um luar ….
Eclodiram no meu amanhecer.

2012 Olinda Ribeiro
Para celebrar mais um =&/=&/!)%/

domingo, 3 de junho de 2012

Ilha do Corvo

Sim, é na Terra, terra de Sol brilhante,
Aos pés de um mar belo e avassalador.
De tons de verde, vivo e deslumbrante,
De um povo isolado e sofredor.

A vida destas gentes simples e humildes,
Repleta de mestria e conhecimento,
Pequenas estórias dos caprichos rebeldes,
De uma força maior, de um sopro de vento.

De conversas simples, pequenos afagos,
Se agigantam sentimentos, emoções,
Poética história, nem minha nem tua.

Uma conversa íntima de amigos,
Imagens que preenchem nossos corações.
Sim! É mesmo na Terra, não é na Lua!

2012 Vasco de Sousa


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Hoje respira doce e sorri…

Perto do lusco-fusco
Senta-te à minha beira
Inspira o momento
Ganha o sopro do vento
Liberta-te doce e aligeira
O cansaço dorido e brusco
Amena por um instante
Importa saber constante
A paz, o amor, o lusco-fusco…
Liberta-te, senta-te à minha beira…
E descansa
Que o amanhã chegará…
O amanhã cuida de Si!
Hoje respira doce e sorri…
  
2012 Olinda Ribeiro
1 de Junho dia da criança…. Da criança que vive dentro de todo nós
Acarinhemo-la pois para com amor pagarmos o amor de todas as outras Crianças.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Há egoísmo muito bom!

Este meu egoísmo é azul
Tenho muita sorte em tê-lo
Bordeja-me o juízo com desvelo
Augura que o bem-bom me estimule.

Calculo que seja acetinado
Ligeiro em tons de Malva
Ou então de rosa-brava
Aí será um pouco pró aveludado.

Mas tenho contudo a certeza
Que é um egoísmo formidável,
Imponente! Majestoso! Sorridente!

Azul! Egoísmo azul! Que Beleza!
Delicado, irreverente, sustentável,
O egoísmo próprio de gente…

2012 Olinda Ribeiro

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Aos filhos do grande poeta

Gostava de vos mimosear
para honrar o vosso progenitor
homem de justo valor
poeta das químicas e do rimar
mas não sei….
Falta-me a grandeza … ou talvez a humildade…
Cultura, ou a simplicidade,
De ver dentro de mim o que não tenho….
Mas a vós que sois seus filhos
Vos peço com um simples sorriso
Dai-lhe por mim um beijo
Um abraço…
Escuso as palavras não as preciso…
Vós sois para ele o verso mais perfeito!

2012 Olinda Ribeiro 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Thomas, Maarten, Frederik

Três sorrisos três rapazinhos
Três traquinas, três artistas,
Piratas, bombeiros, malabaristas,
Mágicos, heróis, uns indiozinhos.  

Correm e saltam que é um primor,
Brilham contentes em volta dos pais,
Gargalhadas sonoras puros cristais,
Ecoam no lar alegre e enternecedor.

Três meninos lindos e perfeitos!
No jogo da vida se aventuram
Sabendo que a união entre os três

Será o trunfo para os seus feitos.
Graça e riso neles perduram
Exaltando a obra que Deus fez!

Beijinhos
Tia Lili

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A vida é mesmo bela aproveitem bem a viagem…

Sopra um suspiro sorriso
Boquinha com suave enleio
Ladeia graciosa o seio cheio
Bom proveito bom balsamizo.

Trémulo o pai regista o momento
O quadro perfeito da felicidade
Vitória do amor e a fertilidade
A sua pegada no firmamento.

Vitorioso agradece a Deus
Por lhe ter dado a sabedoria
A inteligência para conquistar

O que sabe serem frutos seus.
Família base da heterogenia
Pai, mãe, filho, estão só a começar….

Beijinhos e bom caminhar….
2012 Tia Lili 

terça-feira, 15 de maio de 2012

O tempo voou

como é que já anoiteceu
se ainda agora amanheceu

chamaste por mim
e
o tempo voou 
posso sem receio afirmar
que
o tempo se distraiu
e deixou passar as horas
pois
entre o toque da tua pele
o cheiro a talco
a canção de ninar
amamentar
ser seduzida por ti
passaram
apenas uns breves instantes!

1994 Lili (Olinda Ribeiro)
10 de Outubro

Doces alegrias

Estar assim a teu lado
Sem mais nada que fazer
Só a olhar… a ver…
Ó infinita ternura
Reluzente e pungente candura
Doces alegrias!

1976 Lili
25 de Novembro

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Não às lágrimas


Bernardo Sassetti

A sua música perdura nos meus sentidos
Propaga-se como uma fénix
E vôo para além do infinito

24 Junho 1970 / 11 Maio 2012
Foi uma honra assistir ao concerto 3 pianos no CCB

2012 Olinda Ribeiro

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Invejar o quê ?...

De sorriso afeito e encolarinhado
Encorpado moreno de olhos verdosos
Dentário escorreito cabelo acastanhado
Lábios desenhados cerejos carnosos.

Passada segura no caminhar
Ciente de si e da sua presença
Recrudesce de cuidado justo na crença
Que Narciso manseava no acautelar.

Efluência natural gera torvelinho
Machos chamborgas imitam o fervor
Donzelas suspirando dimanam fantasias.

Homem invejado rico e sozinho
Do contacto humano sente pavor
Vive prisioneiro em redoma de fobias.

2012 Olinda Ribeiro

domingo, 6 de maio de 2012

Engano do amor

Há muito tempo que nos céus se fez a guerra
Quando o amor buscou a sua independência
Convicto, bradou firme, por eloquência:
"Saudade, solidão... Não quero mais na Terra!"

Determinado, o amor fere, não erra!
Fez dizimadas as dores, sem resistência
Angústias, ilusões, mágoas, com violência
Foram vencidas, pois poder nele se encerra!

Porém, tempos depois, notou-se enganado
O homem desde então, quando apaixonado
Tornou banal, fugaz, o nobre sentimento

Às lágrimas, se faz forte, grande e repleto
E concluiu que só diante o sofrimento
Só dolorido o amor se faz completo...

2011 Carlos Gomes
Soneto enviado pelo autor para publicação

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Dialogo…


Tenacidade, insistência, constância,
Verbalmente duplico a pertinácia
Afinco solicita o modo da eficácia
Em gotas de suor e militância

Gravitar em torno de uma centelha
Geniosa crepitante inspirada
Esclarecida de tempo deslumbrada
Em tudo ao tempo se assemelha

Valorosas intensas indisciplinadas
Conquistam sem temor mas ousadas
Não duvidam! São constantes!

Aguçam pra que as use mansas ou bravas, …
Falava eu do crepitar das palavras…
E tu das gotas de chuvas incessantes!

2012 Olinda Ribeiro

domingo, 29 de abril de 2012

Um pequeno segredo

Deixa-me contar-te um pequeno segredo.
Chega aqui… Não tenhas medo…
A verdadeira poesia não se esconde nos versos,
Mas sim nos teus pequenos gestos.
Demonstra os teus sentimentos,
Poderás viver assim felizes momentos.
Saboreia o presente, em todos e a cada dia,
Partilha com os outros, essa tua alegria.
Não podes viver no passado,
Porque esse tempo está findado,
Nem pensar demasiado no futuro,
Não saberás se é brilhante ou obscuro.

E enquanto te perdes, nos tempos que não existem,
Esqueces aquele que é realmente importante.
É o presente! É ele que te bate à porta!
Aproveita cada segundo, como uma dádiva do além.
E a pergunta que todos teremos de nos fazer:
Afinal, saberemos realmente todos nós VIVER ?

2012 Vasco de Sousa

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Semente

Era eu uma das sementes pequeninas,
Aconchegada no meu buraquinho,
Abençoada com gotas de água cristalinas,
Adormecida por um Sol bem quentinho.
E então, despertei para a grande aventura,
Que seria toda a minha vida,
Por vezes regada com doçura,
Outras vezes porém, seca e árida.

Em cada dia, fui crescendo mais um pouco,
Pequenas folhas, um rebento, outro galho.
Já vejo mais alto! Não vergo com o vento louco.
Aprecio o Sol quente, as gotas de orvalho.
Floresço com orgulho. Novos tempos se avizinham.
Rodeio-me de novos amigos na floresta.
Os meus frutos na terra se aninham,
Que grande alegria! É vida que desperta.

Já estão grandes como eu. Cresceram depressa…
O meu tronco imponente, estala já envelhecido,
A seiva vai correndo lenta e espessa,
O núcleo porém está mais fortalecido.
Nos meus braços os pássaros fazem ninhos,
Conquistei o lugar ao qual pertenço.
Encontrarei a paz nestes pequenos miminhos.
Mais um dia de alegria, é só no que penso.

2012 Vasco de Sousa

sábado, 21 de abril de 2012

Tenho a alma virada pró mar

Tenho a alma virada pró mar
aquela imensidão
aquarelas brilhantes
baloiçando
ora sim ora não
piscares cadentes
bailar bailar bailar
em espuma e sal
e o mar
a minha alma a espelhar!

2009 Olinda Ribeiro
18 de Maio

Chá


Dizem por aí que o óptimo é inimigo do bom
???  ???  ???
Eu digo que o óptimo e o bom
São muito amigos e andam de mãos dadas.
É óptimo o bom sentar-se à mesa comigo a tomar um chá,
Pomos a conversa em dia, sobre nada divagamos,
Mais por silêncios, de mãos dadas nos bastamos,
Sempre juntos, presentes em todas as circunstâncias,
Sem votos nem juras, entre amigos não há distancias,
Devagar a divagar vamos cada qual à nossa vida,
Que óptimo cá teres estado passámos um bom bocado,
Os inimigos desdigam-se e façam como nós…
Tomem um cházinho… assim não lhe sentem a falta … de CHÁ!

2008 Lili
6 de Agosto

Chá:  Infusão de folhas ou flores de várias plantas
        - Chá dançante
        - Chá à Inglesa que a propósito foi introduzido por uma Rainha Portuguesa 
         Dª Catarina De Bragança 
       -  Apanhar um raspanete
      *  “ Não tomar chá em pequeno”- não inventei vem no dicionário!!!  …
      * está confirmadíssimo que a falta de chá está na origem de muita dor de cotovelo e de outros graves distúrbios tais como a inveja… a maledicência… o rancor…

Não penso logo sinto (II)


Estou a ficar expert na arte de NÃO pensar
Não tenho pensado bastante ultimamente

2ª feira foi excelente! Atingi o auge do não pensar!

5ª feira dei por mim  a voar
Com uma gaivota
Senti o vôo da gaivota e voei

Hoje sábado não pensei inutilidades
E senti o prazer do pensamento útil
Utilizei-o para não pensar
E senti-me livre!

2001 Lili
26 de Maio

Não penso logo sinto


Estou a ficar sábia
Não penso muito nas coisas
Outras nem penso nada
Durante o dia exercito-me a não pensar
Os resultados
Sinto-os sentindo os benefícios de não pensar
Hoje: Entre as 10 e as 11 não pensei…
Mas senti uma tranquilidade imensa.
Estou a gostar de sentir
Vou continuar a praticar!

2001 Lili
22 de Março

Não entendo certas frases


Ignorância minha
Lentidão de pensamento
Certo desfasamento
Letra levada à linha

O facto é que não entendo certas frases!

“Quando fazemos amor” não me estou a fazer entender,
Vou diretamente ao assunto.

Esta noite fizemos amor apaixonadamente… tal tal e tal…
Bem o que quero dizer é:
- O meu caso, somos um casal, desde que estamos juntos, fazemos amor vinte e quatro horas por dia todos os dias, todos os meses, todos os anos. Desde o início da nossa relação amorosa temos outro tipo de relações um com o outro, muito boas até, só para dar um exemplo, as sexuais, que nos fazem muito felizes e entre outras “coisas” servem para estreitarmos laços e nos mantermos fortes, saudáveis e unidos nas adversidades, razão pela qual as praticamos muitas vezes, até porque quanto mais vezes praticamos, mais refinamos as técnicas, conjugando o máximo prazer e o mínimo de esforço, por comum acordo é uma área onde investimos bastante. Outra relação que temos muito boa é que nos relacionamos muito bem com a natureza, ele “pratica” a visão, eu sou mais dada às práticas ativas… por exemplo se ele olha para uma rapariga eu… não sou de modas… a modos que lhe prego um valente…..nada! Eu também tenho olhos na cara!

Será que me fiz entender…

Como esta frase muitas outras há… mas ficam para depois que agora… vou praticar…
Uma relação intima com um bom bife do lombo! 

1996 Linda
20 de Maio

Os poetas também amam


Oferendas e mimos e outras coisas fatais…
São os poetas loucos…
Amando muito… mas aos poucos…
Amando…
Como o mais comum dos mortais!


1991 (Lili) Olinda Ribeiro

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Que rico dia

Hoje vivi intensamente!

Apanhei uma forte chuvada

Senti o vento no rosto

E por intrépidos momentos

Não pensei em nada

Isto sim é que é Vida!


2012 Olinda Ribeiro

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Estou atenta …. E tu?


Acabei de descobrir que tu e mais tu…
Me desconheceis na totalidade,
Porque me achais triste e soturna?
E de contas atrasadas com a vida?... EU???
Lamentais-me nem sei porquê?
Pesais-me com tamanha ignorância…
Será porque não acerto contas convosco?
Se vós próprios não sentis o que deveis a vós mesmos,
como sabereis o que deveis aos outros?
As cobranças estão no inferno, assim como as boas intenções.
Importam os actos, o que fica por dizer pouco importa…
(dependendo da situação claro está!)
Vezes há em que devemos gritar a plenos pulmões o que sentimos,
mas calar bem alto o que falamos já que o silêncio é de OIRO.
Mas os factos falam nas atitudes dos actos praticados
Não passo a mão pelo pêlo de ninguém, são crescidos,
Distinguem entre o certo e o incerto e o errado
Irradiam muita luz entre o bem e o mal…. Discernimento têm.
O que tenho para vos ensinar afinal? Somos todos aprendizes.
Arrependimentos todos temos …. ( O arrependimento é bom)
Mas é possível evitar alguns …. arrependimentos
Aqueles… os tais que causam dores desnecessárias.
Se não formos demasiado egoístas!
Perdoo facilmente, e não raras vezes asneiram à vontade,
Pois têm o perdão como certo, ter até têm,
É certo, mas as consequências também.
E a factura acaba sempre por aparecer, e tem que ser paga.
Eu pago e sofro as consequências dos meus actos.
Tento ter as contas em dia porque gosto de me sentir leve,
sentir o aroma e a sedução e o lado sensorial da vida,
E quando dou um abraço, abraço de corpo e alma,
O mesmo acontece quando sorrio ou dou uma gargalhada,
Ou quando estou a apreciar as pequenitas maravilhas
É que gosto de ter a consciência arrumadinha…
(Até pode estar cheia de teias de aranha, são verdadeiras obras de arte)
Mas tranquila… serena… sem me incomodar, …
Para não me distrair de tudo o que é verdadeiramente importante
Como o desenho de uma nuvem, o som do mar, um cachorro aos pulos,
tu a fazeres traquinices, a música a tocar,  as avózinhas na tagarelice,
o vento a cantarolar, o pão quentinho, o barquito a velejar, os rapazes
a mirarem as raparigas, e elas atrevidas olham provocadoras,
sabendo que eles ficam atrapalhados e desajeitados…
ou simplesmente…Estar sem fazer nada…
só a sonhar com os meus botões… a pensar com os meus botões…
Os meus botões dizem tantas coisas… são de facto meus amigos.
Falam até de flores em botões ou um botão perdido e encantado,
Ou talvez a deixar que a poesia me inspire e expire…
Ou simplesmente a escrever estas linhas só porque
Me entristeceu ver-te triste por tão mal me conheceres
Sem saberes que sou a pura alegria e o canto do rouxinol,
E que mesmo na noite mais fria sou mais quente que o sol.
Ou que penso tantas vezes em ti, só porque gosto de ti…
Diz-me lá quanto me deves? Acertas as contas comigo.
Pelas minhas contas eu digo quanto me deves: NADA! Nada é quanto me deves….
Paga agora e ficamos quites!
As boas contas fazem os bons amigos, contas feitas!
Dá-me também um sorriso e já agora um abraço.
Dou-te também um sorriso e já agora um abraço.
Acerta contigo o passo que o passo quando é bom passo,
Leva-te por cama bem feita e quem boa cama faz em boa cama se deita.
E tem bons sonhos e dorme bem  e fica atento prá vida…
Para esta vida aqui … que a outra se existir … depois logo se vê.

2012 Olinda Ribeiro

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Poesia coquete

As afeições marmoreadas embotam os sentidos. Poesias,
Passeiam copiosas entre avenidas, veredas, e arvoredos frondosos,
Almas amantes surripiando carinhos e olhares famintos,
São poemas sobre rolas, fénix, unicórnios e sereias rubescentes,
As delicadas poesias são só sonhos almejados por poetas,
Todos os poetas tecem magnânimos mantras à poesia…
(Os poemas)

Paraísos em debandada entre rimas e amor explícito e implícito,
E sabemos nada! Temos sede do atingível verso perfeito.
Entre papos de anjo e teias de aranha arquitetamos laudes,
O musculo coração bate acelerado/serenizado ante a criação,
Se uma só palavra basta para arrebatar a mente e o ser e o existir.
Asperge-se todas as coisas como um acto de viver merecidamente,
Vive-se cada letra abreviada unida a outra e nasce a palavra respirada,
Depois… Depois a frase, descritiva, revela por quem bate o coração,
O olhar crepitante pinta sentimentos, muitos risos e flores marron…
Debalde o que se passa em redor ouve-se música celestial
Entre as pedras da rua o ébrio zigazeante e a perfuradora.
E se por um feliz acaso estamos arrebatadamente apaixonados
Então a poesia nasce até dum caracol pastando pelos caminhos de Santiago!
Somos capazes de nos considerar destramente sábios,
O ego fica do tamanho do universo e os deuses que se acautelem…
O vento borrascoso dá um safanão … como imagens cópticas… pó,
As palavras cépticas desfazem-se como espuma na areia,
E a lição a reter é que a vida é para viver tal como o amor,
E se por um ocaso a poesia que sinto a for transmitindo,
Não é por mérito próprio mas por vontade da própria poesia.
Os poetas nada sabem de poesia. A poesia sabe tudo dos poetas.
Brinca com os poetas, como se os poetas fossem grãos de areia escorrendo entre os dedos…
Mas é caprichosa! Não permite que outrem desdenhe dos seus poetas…. Isso é que não!
Os poetas são seus! Ama-os fogosamente … no ardor da paixão inspira-os,
No amago da tristeza consola-os, e nos dias de chuva fazem amor!

 2012 Olinda Ribeiro

segunda-feira, 9 de abril de 2012

É só alinhar e pronto…


Olá estás aí? Não te consigo ver bem
Tenho que alinhar melhor esta coisa…
Estás um bocado desfocado…. nem me pareces tu…
Decididamente não pareces nada tu….
O que raio se passa com isto…
E eu que tenho tantas saudades tuas….
Apetece-me tanto dar-te um abraço….
Mas isto não me deixa ver-te bem….
Até a tua voz está destorcida…
Vá dá uma mãozinha… chega-te para aqui…
Mais aqui para o meio… só mais um bocadinho.
Perfeito! A imagem está perfeitamente nítida.
Agora vamos ver se te consigo ouvir bem…
Vá vai falando… ainda não…  nada…
Não desistas diz-me que ainda te lembras de mim…
Sim … já começo a ouvir melhor… sim também tens saudades…
Ouvi perfeitamente a tua voz, que bom ouvir a tua voz…
Mas tem um som um bocado metálico e assim distante…
Sabes as novas tecnologias até têm as suas vantagens …
Direi até que são muito úteis, mas são um bocado insípidas…
Sem calor, perfume, sorrisos, emoções,  carinho…
Mais uma das razões pelas quais prefiro guardar-te aqui,
Bem dentro do meu coração
Onde posso ver-te e ouvir-te sempre que quiser.
E também posso mimar-me com as memórias do tempo que passamos juntos.

2012 Lili (Olinda)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Fui Hipócrita?


Bem-aventurados os puros de coração.
Estou na reta final da Quaresma,
Prestes a chegar ao domingo de Páscoa,
Imponho a mim mesma esta pergunta
FUI HIPÓCRITA? TENHO COMPORTAMENTOS HIPÓCRITAS?
Pretendo ser fiel a mim mesma e sei, que se por um lado nada tem a ver      
Com a Cruz… com Cristo Redentor … com a Ressurreição … Religião!
Por outro lado tem exatamente a ver com tudo isto.
Também tem a ver com um certo mal-estar dentro de mim.
Há muitos anos que deixei as máscaras de lado,
Portanto se alguma coisa me incomoda o melhor
É resolver logo a questão. Direita ao assunto.
As minhas questões resolvo-as confrontando-me,
Então confronto-me, questiono-me e interrogo-me:
FUI HIPÓCRITA? TENHO COMPORTAMENTOS HIPÓCRITAS?
Sei que é a hipocrisia que me está a incomodar.
Estou em frente ao espelho, miro-me de alto a baixo…
Nada! Não é no exterior que tenho que procurar…
Conheço-me, e sei que só existe uma maneira de lidar com a situação,
Em total escuridão, no mais profundo silêncio, olho-me olhos-nos-olhos
E faço a pergunta:
FUI HIPÓCRITA? TENHO COMPORTAMENTOS HIPÓCRITAS?
Leva tempo até que a confusão interna se acalme…
Até que as desculpas cessem… e os pavores se calem…
E o terror mental me invada… e se sou Hip……
Os suores invadem-me, os calores proliferam,  a garganta seca…

Hei para onde é que vais com esse stress todo… 
Ouve primeiro o que tens a dizer…. Que condenação é essa…

A respiração está mais tranquila ... mais fluída ... já me oiço
o coração pulsa ritmado e com suavidade,  a tensão normalizou…
Estou pronta para começar….

2012 Olinda Ribeiro
Desejo-vos uma Santa Páscoa da Ressurreição para todos
PS: Estimada família, como sei que posso contar convosco, desta vez gostaria muito que se abstivessem de comentar este texto, partilho-o como premissa da semana que atravessamos e como introspeção, porém claro está que são livres de o fazerem  e são muito bem recebidos. Bem Hajam.

domingo, 1 de abril de 2012

Anónimos tristes e desesperados….

Conheces bem todos os sintomas
Desgostos, mágoas, tormentos, horrores,
Violências, perdas, mentiras, mortes,
Dores, e as moinhas, as moinhas…
São as mais difíceis… estão ali a moer,
A moer sempre a moer… segundo a segundo
Minuto a minuto… sem nada que amorteça a dor
Os segundos e os minutos transformam-se em horas
As horas em dias os dias em incontáveis dores
E já perdemos o fio à meada e caímos por terra,
A moinha acabou com a resistência …
Já estamos na demência…
Então deitamos mão ao que ainda nos resta…
inconscientemente/incomportavelmente
estranhamente a quem pensamos nos vai ignorar…
surpreendidos por obter resposta….
A voz silenciosa segreda como a tal moinha…
Lembra-te como era lá no tempo em que sabias sorrir…
Que o som do teu riso inundava de alegria tudo em redor…
Que apreciavas o canto dos pássaros e das cigarras…
Lembra-te de qualquer coisa por mais simples que seja
Mas que te fazia feliz! Lembra-te e prende-a na memória,
Agarra-a e aos poucos deixa que essas lembranças te inundem
E sente-as e revive-as e assim devagar… devagarinho...
Um pouco todos os dias…. Reaprendes a viver…
E fazes das fraquezas forças,
E fortaleces-te nas lágrimas derramadas
E quando te ergueres de novo
Dirás: Verguei com as mágoas dores e sofrimentos
Tormentos desgostos e tudo o mais que me caiu em cima….
Mas nada me derrotou! Olho bem para Mim!
Estou aqui! Nem derrotada! Nem vencida!
Estou aqui a viver um dia de cada vez …
Uma gargalhada, um canto de pássaro, o mar a sorrir,
Os campos floridos, o vento a cantar, eu a escrever,
Tu a sonhar, ele a rir, todos nós a ajudar…Somos um Só!
Somos todos uma força viva e apoiamo-nos mutuamente.
É muito importante acreditar e valorizar o momento.

2012 Olinda Ribeiro
Anónimos tristes e desesperados… ele há dias assim…

segunda-feira, 26 de março de 2012

Anjo Negro


Não quero escrever mais dores.
Nem palavras silenciosas.
Escusas de arrancar penas,
Das tuas asas de anjo negro,
Não as quero… para que as quero???
Para escrever penas com penas
Escrevo com as minhas penas…
Nem as tuas penas negras de anjo negro
São tão dolorosas nem negras
Quanto as minhas dolorosas penas,
Nem tão negras, quanto as minhas negras penas.
E esses teus gemidos são cantos alegóricos.
Tentas e sei que tentas imitar os meus silêncios,
Mas faltam-te as palavras silenciosas,
Estas mesmas palavras que me faltam,
Para descrever as minhas penas, dores, e silêncios.
Sei que tentas consolar-te com as minhas dores,
Por vezes até brilhas no silêncio negro das minhas penas,
Mas logo de seguida a auréola que emana de mim cega-te
E tu pobre anjo negro aninhas-te a meus pés e choras
No silêncio da noite desejando que chegue o dia
Para te aqueceres com um raio de sol
E sentires o calor da dor humana
Como um rio que te alimenta e por um instante
Te fazer sentir menos negro, menos silencioso…
Mais impotente… e decididamente menos anjo!!!

2012 Olinda Ribeiro
Não temas os anjos negros ou de outra cor qualquer sofrem como qualquer anjo…
E não tenho conhecimento que exista alguma lei discriminatória contra as penas das penas dos anjos…
E para que no nosso próximo encontro não estejas tão triste por teres que cumprir os teus desígnios …toma… leva uma das minhas penas… ficas com um ar mais poético!...

quarta-feira, 21 de março de 2012

É tarde. Que horas são ?


É tarde. Que horas são ?
Já nem sei… Longo vai o serão…
Olho para o écran cintilante,
O corpo dorido, dormente,
Será a chuva que cai lá fora ?
Olha-me esta agora…
Depois de tanto tempo esperar,
Até parece que estou a sonhar…
Então que chova, que chova a valer,
Porque é bom ouvir chover.

Lembras-te ?
Lembras-te das longas noites quentes ?
Em que o corrupio da goteira
Acompanhava o crepitar da lareira,
E nós, trocando beijos escaldantes…
Em cada gota de água pura e fria,
Ouço o teu riso contagiante,
Revejo o teu olhar brilhante,
Rejubilo com a tua alegria.

Lembras-te ?
Lembras-te do suave roçar dos lençóis,
Da luz intermitente das chamas,
De dizeres com carinho que me amas,
Por entre os teus revoltos caracóis ?
Por isso, em cada noite de chuva,
Enrosco-me no calor da tua imagem,
Sinto o teu perfume em qualquer aragem,
E sou feliz. Estou feliz. Então, que chova !

2012 Vasco de Sousa
Poesias felizes para todos.

Pomba branca


Pomba branca mágica pomba branca
sempre o símbolo da paz
sobrevoando sonhos e montanhas
e outros céus iluminados e estereotipados
a pomba poética e profética cai bem
nas frases feitas dos discursos
prontos para consumir por
povos sedentos de esperança,
mas uma criança com fome
quer pão, um copo de leite,
uma cama quente e colo de mãe,
essa é a sua pomba branca,
a sua paz, o seu símbolo, e a sua esperança.
Perguntava-me qual era minha contribuição
Para a paz de uma criança?
A pomba branca poisou no meu colo
Aninhou-se no meu peito
Deu-me um beijo e adormeceu.
E hoje ainda que só por hoje
Acreditei que o símbolo da paz
Era uma pomba branca voando
Pelos céus e pelas montanhas
E que os homens eram homens
E as crianças somente crianças
Sonhando com pombas brancas.

2012 Olinda Ribeiro
21 de Março dia mundial da poesia

segunda-feira, 19 de março de 2012

Pais Filhos e afins…


                        I                       

Somos jovens queremos curtir com os amigos
Sexta e sábado se forem todos dias melhor...
Os cotas às vezes são uns cortes… não entendem…
Mas quem é que vai pra casa às 3 da matina?!
Qual é a deles? Que mal é que tem?
Quatro cinco seis ou sete é igual… aliás é mais fixe!
Uns copos… uns fumos … as miúdas… curtir a bom curtir!
Na boa! Sem lições de moral! Sempre a bombar!
Amanhã logo se vê… há que aproveitar!
Isto é um instante… quando um gajo dá por isso…
Olha pá já é cota como eles! E já somos uns chatos do caraças!

                          II

Novamente prometes e não cumpres
E lá batem as horas e seguem mortiças dores
Suspiradas em rugidas sirenes que ao longe
Agoiram súplicas e oratórias pedindo protecção
Para esse amor que tarda em chegar.
E acendo uma vela e mais uma Ave-maria sra d´Agonia
Velai por ele e por todos nós, mães pais e avós,
Quem quer que seja que deles esteja a cuidar,
E eles nem sonham no seu entretinimento
O tamanho deste sofrimento,
Nem a lonjura que a sua loucura
Pode provocar a um coração
Que os ama com tamanha devoção
E só lhes pede um pouco de contenção.
Então quando o relógio bate mais um quarto de hora
Já a minha alma quase morta chora… como se a eternidade
Coubesse toda num segundo desta dor
Porque tu não sabes… mas eu… mesmo sem tu quereres
Estou aqui a amar-te, a torcer por ti, a desejar que sejas feliz,
Mas principalmente a esperar que te descubras
Descobrindo no grande amor que sinto por ti!

2012 Olinda Ribeiro
19 de Março dia do pai
Todos os dias são dias dos pais como das mães como dos filhos como da família,
Então vamos portarmo-nos como tal e num abraço gigante abracemo-nos… porque
O tempo passa num instante e quando dermos por isso já só podemos dizer: se fosse hoje
Fazia as coisas de maneira diferente.
PS: Sei que não sou o melhor exemplo por isso aqui fica o meu abraço gigante pois não quero
Arrependimentos! Já agora amo-vos muito a todos!...E para a família virtual aquele abraço…

quinta-feira, 15 de março de 2012

Carnaval & Entrudo

                                    I     

Há três dias era eu um barco a navegar na tua saudade
Uma lágrima desfeita em cristais salgados
As promessas de amor dos poetas consagrados
Era a farsa o louco o grito a vida a eternidade
Era tudo o que pode existir entre duas bocas beijando
Um gesto turvo o mar bravio contra a rocha sofrendo
As mãos delicadas torcendo gemidos calados bebendo
Os corpos nus transpirados sulcados sorrindo amando
A brisa focada na estrela vigia do instinto carnal
Eram tantas as coisas que te prendiam a mim
Que eu sufocava sem outra respiração que não fosse a tua
E agora … agora tu partes… pior … estás aí como o carnaval
Pendente de tudo o que faço esperando pelo fim
Festejando um entrudo no meu corpo de mulher nua!

                                   II

Finalmente chegou quarta-feira de cinzas… e eu não Morri!
Levantei-me ousada abri as portadas e também as janelas
O sol cegou-me desafiei-o  olhei-o de frente por entre as mãos belas
Numa carícia mordi o lábio decidi-me a escolher gargalhei e sorri
Não interessa os olhares de soslaio que me lanças  quero viver
Despi a camisa saltei para o banho de água fria gritei e Gritei
E de tanto gritar a água lavou-me a dor do peito e sei que curei
Curei esta dor qual agonia que insistia em derrubar o meu suster
Já é hora de ires embora e partires pra onde quiseres mas fico aqui
Tu não sabes… ou talvez saibas… mas o que te prendia a mim
Eram sabores e todas as cores vibrantes da minha alma nua
Eram os risos os sons como hinos de alegria que emanavam de ti
Eram as promessas e os cânticos e um amor que não tinha fim
Era eu amando-te toda inteira! Amar! Eras tu sabendo-me toda tua!

Vesti as jeans e uma sweatshirt e fui para a rua ….. e fui para a rua….. e fui para rua
A vida saudou-me …  eu respondi: Sou toda Tua! Sou Toda Tua!

2012 Olinda Ribeiro

sábado, 10 de março de 2012

Hoje quem faz o jantar sou eu!


-Vou-te contar uma história…
-Era uma vez…
-Porque será que tenho a sensação que me vais contar uma história…
-Não sei porque é que as mulheres valorizam tanto essa coisa dos carinhos, e dos beijos, e ficarem ali abraçadas depois do acto consumado… é um facto consumido… já foi!... Mas não…continuam ali… e querem adormecer e mais poesia… e um homem quer dormir ou levantar-se, tomar um duche … ver os resultados do futebol,… e outras coisas … e tem que ficar ali… há e depois ainda vem a tal da flor amarela tal-e-coisa que é tão bonita e singela e um gajo gastou uma pipa de massa num ramo de flores  … blá-blá-blá… e tanta flor no jardim… e o raio da flor amarela… a cabeça está tão azucrinada… que um homem cega… não pensa … não vê nada…
E … um homem pega no blusão… nas chaves do carro… ou da mota… o que tiver à mão ou não… e arranca… vai dar uma volta… demora-se um bocado… (um bocadão……passaram uns mesitos) e quando chega a casa as coisas estão mais calmas… muito mais calminhas…
-Querida!
-Querida…
-Ainda não chegou… vou tomar um duche… preparo-lhe o jantar e surpreendo-a… xii … o frigorifico está vazio… vou comprar qualquer coisa num instante… ou mando vir qualquer coisa… nã … é melhor ser eu a fazer… ela vai gostar mais… já agora deixa lá ver se arranjo as flores amarelas… sim sim as flores amarelas é que não podem faltar… e a música… aquela música que ouvimos e que é sempre tão importante para ela… porra  emprestei o CD…
calma… ok descarrego da net
...
...
-Então pá estás cá com um aspecto… estás doente?
-A minha mulher deixou-me…
-Lamento não sabia… pensei que estavam bem… quer dizer … vocês pareciam bem…
-Eu deixei-a… quer dizer… eu saí um bocado… foi por causa… da flor amarela… dos beijos, dos carinhos, de dormir abraçados,…. E as flores do jardim… o jardim sem as flores amarelas de que ela tanto gosta não tem graça nenhuma… e digo-te uma coisa fazer amor sem poesia não é amar! E as saudades! … o pior são as saudades… as saudades que tenho dela…
...
...
-Bom dia querido… estás com má cara… dormiste mal?
-Dormi, mas está tudo bem, a propósito os meninos hoje vão dormir em casa dos meus pais, e quem faz o jantar sou eu, e tu trata de vestir o teu sorriso mais bonito que as flores amarelas trago eu…..

Moral da história

Não sei se tem
Mas se queres beijos e abraços e carinhos é só pedires…

Esta história é dedicada a todos os casais que tendem a esquecer que ainda estão apaixonados, e que só valorizam o que não têm, esquecendo-se de valorizar o que têm, de mimar e acarinhar o/a parceiro e ver com olhos de ver a riqueza que é terem-se um ao outro!

E sim, a flor amarela é muito bonita, pessoalmente gosto muito dela… talvez porque cresce em qualquer lugar… despretensiosa… plena de vida…  esperando… que alguém olhe para ela e sorria… dando cor e alegria a quem nela repara.

Felicidades e boas poesias

2012 Olinda Ribeiro