sábado, 15 de janeiro de 2011

Solidão Emiliana

Transcrevo de mim a solidão,
Horas e horas passadas a definhar,
Desejando estar com os que já lá estão,
Vivendo por viver até minha hora chegar.

Que saudade dos risos definidos,
Dos rostos de quem tenho na lembrança,
O que resta desses tempos idos,
Lágrimas, mágoas, são a minha herança.

O que faço por aqui a prantear?
Se não tenho desta vida senão dor.
Que outra vida me seja destinada,

Que possa de novo capitular,
Ter um final mais apaziguador,
E à solidão? Deixá-la comensurada.

Olinda Ribeiro
Soneto enviado para publicação

9 comentários:

José Manuel Antunes disse...

A tristeza e dor reveladas neste soneto só são suplantadas pela sua enorme beleza.


J. M. Antunes

Maria Luísa salgueiroia Luísa Salgueiro disse...

Por vezes tenho a intima sensação que a Olinda me lê a alma. Até parece que fizemos o mesmo percurso no sofrimento.

Alberta Góis disse...

Não me lembro se já comentei esta solidão, ......mas estou solidária

i disse...

Estes sentimentos e outros, são absolutamente necessários ao nosso coração e direi mais á nossa própria vida.

Luis Vaz disse...

Li atentamente este soneto, no final, percebi, que felizmente já está a ultrapassar as suas perdas.
Todos passamos por momentos destes.
Gostei muito.


Luís Vaz

Zézinho disse...

está muito bem escrito mas que é muito triste lá isso é mas eu ás vezes também me dói assimg

Leonardo Brito disse...

Já li este soneto algumas vezes,
e tenho sempre o sentimento que fui eu que o escrevi. Toda esta dor é-me muito familiar. E a Olinda descreve-a como ninguém.


Leonardo Brito

Gil Alves Macedo disse...

Solidão bem dolorosa, mas muito real.
Um soneto muito pesaroso mas igualmente bom.


Gil Alves Macedo

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

também fiquei assim quando a minha mãezinha morreu. muita tristeza.
não tenho vergonha de dizer que ás vezes choro por ela.