Transcrevo de mim a solidão,
Horas e horas passadas a definhar,
Desejando estar com os que já lá estão,
Vivendo por viver até minha hora chegar.
Que saudade dos risos definidos,
Dos rostos de quem tenho na lembrança,
O que resta desses tempos idos,
Lágrimas, mágoas, são a minha herança.
O que faço por aqui a prantear?
Se não tenho desta vida senão dor.
Que outra vida me seja destinada,
Que possa de novo capitular,
Ter um final mais apaziguador,
E à solidão? Deixá-la comensurada.
Olinda Ribeiro
Soneto enviado para publicação
sábado, 15 de janeiro de 2011
Solidão Emiliana
Etiquetas:
Olinda Ribeiro,
Solidão
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9 comentários:
A tristeza e dor reveladas neste soneto só são suplantadas pela sua enorme beleza.
J. M. Antunes
Por vezes tenho a intima sensação que a Olinda me lê a alma. Até parece que fizemos o mesmo percurso no sofrimento.
Não me lembro se já comentei esta solidão, ......mas estou solidária
Estes sentimentos e outros, são absolutamente necessários ao nosso coração e direi mais á nossa própria vida.
Li atentamente este soneto, no final, percebi, que felizmente já está a ultrapassar as suas perdas.
Todos passamos por momentos destes.
Gostei muito.
Luís Vaz
está muito bem escrito mas que é muito triste lá isso é mas eu ás vezes também me dói assimg
Já li este soneto algumas vezes,
e tenho sempre o sentimento que fui eu que o escrevi. Toda esta dor é-me muito familiar. E a Olinda descreve-a como ninguém.
Leonardo Brito
Solidão bem dolorosa, mas muito real.
Um soneto muito pesaroso mas igualmente bom.
Gil Alves Macedo
também fiquei assim quando a minha mãezinha morreu. muita tristeza.
não tenho vergonha de dizer que ás vezes choro por ela.
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