Não, Marília, teu gesto vergonhoso,
A luz dos olhos teus serena e pura,
teu riso, que enche as almas de ternura,
Agora meigo, agora desdenhoso;
Tua cândida mão, teu pé mimoso,
Tuas mil perfeições crer que a Ventura
As guarda para mim, fora loucura:
Nem sou digno de ti, nem sou ditoso;
E que mortal, enfim, que peito humano
Merece os braços teus, ó ninfa amada?
Que Narciso? Que herói? Que soberano?
Mas que lê minha mente iluminada!...
Céus!... Penetro o futuro!...Ah! Não me engano:
De Jove para o toro estás guardada.
Bocage in «Obra Completa Volume I - Sonetos», Ed. Caixotim
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Soneto 15
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