quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005

Apocalipse

Minha divinatória Arte ultrapassa
os séculos efêmeros e nota
Diminuição dinâmica, derrota
Na atual força, integérrima, da Massa.

É a subversão universal que ameaça
A Natureza, e, em noite aziaga e ignota,
Destrói a ebulição que a água alvorota
E põe todos os astros na desgraça!

São despedaçamentos, derrubadas,
Federações sidéricas quebradas...
E eu só, o último a ser, pelo orbe adeante,

Espião da cataclísmica surpresa
A única luz tragicamente acesa
Na universalidade agonizante!

Augusto dos Anjos

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