De sorriso afeito e encolarinhado
Encorpado moreno de olhos verdosos
Dentário escorreito cabelo acastanhado
Lábios desenhados cerejos carnosos.
Passada segura no caminhar
Ciente de si e da sua presença
Recrudesce de cuidado justo na crença
Que Narciso manseava no acautelar.
Efluência natural gera torvelinho
Machos chamborgas imitam o fervor
Donzelas suspirando dimanam fantasias.
Homem invejado rico e sozinho
Do contacto humano sente pavor
Vive prisioneiro em redoma de fobias.
2012 Olinda Ribeiro
34 comentários:
Realmente Olindinha invejar o quê? O homem exteriormente é bonito, mas interiormente é um sofredor.
Gostei desta incursão vocabulática mais elaborada, percebo que usa a língua portuguesa em toda a sua extensão. Muito bom.
bjs
Antónia Matos Neves
Olá Olindinha,
As fobias são um problema grave. Adorei os machos chamborgas!!! (por vezes sou um bocado chamborga... mas a fanfarronice passa depressa)
Parabéns por mais um excelente soneto.
Beijos e abraços
Santos Onório
Maria Olinda, estou tão feliz!
Hoje consegui ser a primeira a comentar um verso seu... Nem sei muito bem ainda o que significa mas fiquei a sabe-la no auge do seu sentimento! Obrigado pelas suas partilhas, verbais e escritas.
Um grande beijinho para si e para o seu Emanuel,
Carla
Um soneto que me questiona e matuto se por vezes não sou o meu próprio carrasco. Muito bom, aprecio-o no todo e de modo muito particular acho-o genial.
Bjs
Pedro Lagoa
Sim Carla também já tenho tido a pretensão de ser o primeiro... mas um dia ainda vamos conseguir.
Quanto ao soneto é mesmo caso para pensar na tal máxima de que as aparências iludem, ganhamos um registo poético de luxo mas sendo escrito por quem foi já estou muitíssimo habituado.
Bruno Monteiro Castro
Olinda a sua poesia tem íman é um gosto requintadamente adquirido.
Abraços
Hugo Santiago
Fidelíssima na descrição, sem contudo me humilhar, respeitando a minha malaxofobia, dou por ganha a sua aposta em como me conhece realmente muito bem.
Nestes anos que levamos de convívio só a sua delicadeza e sensibilidade têm permitido que a minha solidão seja menos clausura, o seu riso ecoa por toda a casa (inicialmente era irritante) e tudo fica mais luminoso, até acho piada às suas manifestações de carinho. Confessei! Agora o prometido é devido e espero-a cá no horário habitual.
Cumprimentos
G. A.
Quem vê caras não vê corações.
Muito Bom.
beijocas
J. M. Antunes
Olá
transporta-me para o dicionário com muito gosto, obrigado, está muito bom e fiquei com mais bagagem e mais informação sobre a minha língua.
jonny
Extasia-me a poesia da nossa estimada Poetisa.
Beijo
Miguel Lemos
Todos temos uma fobia, mas pessoas há que as têm mais profundas e dificeis de controlar, respeito muito pois sei o quanto pode ser desesperante. Este óptimo soneto identifica alguém que aparentemente tem muito para ser feliz e afinal não é.
Beijinhos
Maria Costa
PS: Portugal e o mundo ficou mais pobre morreu Bernardo Sassetti
Olindinha,
Lamento muito que o "borracho" sofra mas é caso para dizer: Dá Deus nozes a quem não tem dentes!!!
Que desperdício!
Bem ao menos deu para inspirar um bom soneto.
beijinhos e mais mimos
prima Alberta
A Olindinha lá ajeitou um motivo de ir ao baú buscar umas palavrinhas menos usuais para nos lembrarmos que elas existem e que as podemos utilizar sempre que quisermos. Grande Olindinha!
Abraços bem merecidos e beijinhos também
Zeferino Almeida
Boa noite estimada poetiza mais um precioso soneto que tem como sempre uma mensagem bastante pertinente.
Abraços
Victor Gonçalves
Da Olinda tudo se espera principalmente poesia de excelência!
Arrepia chegar aqui e saber que não somos defraudados.
Bjs
B. Magalhães
Querida Olindinha tirando o pavor do contacto humano este soneto é a minha carapuça, mas se a Minha Poetiza quiser deixo de estar sozinho.
Beijos
Vasco Sotto Salgado
Por vezes as fobias tornam a vida execrável.
O soneto está imperdível.
Beijos
Gil
Gosto muito deste soneto acho que está francamente MUITO BOM!
Dário Santareno
Se muitas vezes soubéssemos o que estamos a invejar... não invejavamos nem um terço.
Adorei a forma e a construção.
beijocas
Mariazinha
Emociona-me a sensatez e a destreza de sentimentos que revela com a simplicidade da sua excepcional poesia.
Bem haja.
David
Agradeço Olinda por mais um soneto magnifico.
Bjs
Beatriz
Obrigada minha amiga por mais esta preciosidade poética.
beijinho
Guilhermina Soure
excelente descrição sem palavras vulgares. Gosto sempre muito.
Beijo
Alvaro Santos
Um retrato sem necessidade de retoques ou montagem.
Muito bom
bjs
Tereza
A net tem estado um pandemónio... parece que se passa Qualquer coisa que implica com os os servidores,,,,
uma daquelas chatices pegadas...
Gosto destes detalhes o soneto descreve um personagem fácil de identificar inclusive a nível psicológico
Excelente caracterização modelando o ser sem magoar o sofrer.
A Olindinha a escrever com a sensibilidade costumeira.
Carolina
Conheço alguém que preenche este perfil.
O soneto é como sempre muito bom.
bjs
M. L. Salgueiro
Aprecio a singularidade e a excelência deste soneto.
Lourenço
Interessante muito interessante.
Não sei porquê mas acho estranho este soneto ser relevante na conduta de alguém que exteriormente parece ter o mundo aos pés...
Não o invejo, mas acho que ele podia ir ao médico deve ter cura com certeza, ou então já que não tira partido do que tem dê a quem precisa...
Olindinha realmente invejar a dor alheia?
Mas ainda há quem tenha a sorte de ter quem alegre a "casa"
Abraços
Sargento Ferreira
Prezada poetiza,
Este soneto analiticamente é muito profundo, tem a intensidade de revelar num ser humano a sua mais recôndita morfogenia o que só é possível se existir um conhecimento muito lato da pessoa descrita, ao expor esse conhecimento está a abrir a possibilidade de a pessoa se permitir partilhar (???) li um comentário em que a pessoa que descreveu se assume e aceita o carinho que a Olinda lhe dedica, percebi que é um investimento de muitos anos, razão pela qual este soneto se reveste para mim de um valor indescritível pois vem acrescentar mais dados à "pessoa" que escreve tão maravilhosa poesia.
Abraços
Júlio Bastos D´Orey
Excelente Soneto, tem muito para reflectir.
Abraços
João Abreu
Um soneto muito bem pensado e que tem um alvo muito certeiro, Gosto mesmo muito.
Rui Pedro
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