quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Trevas

Descem sobre mim as trevas,
Envolvem-me num manto sombrio,
Escuridão, cegueira, desvario,
Loucura, para onde me levas.

Pobreza de mágoa é esta agora,
Reflectida na minha sombra,
Sufoco gemidos nas alfombras,
Da morte não vejo chegada a hora.

Incompreensível, intolerável, severa,
É a raiva de te perder sem sentido.
Essa tua teimosia cruel, dilacera,

Destrói-me, corrompe, desvanece.
Do outrora jardim florido,
Resta uma sombra que se esvaece.

Olinda Ribeiro
Soneto enviado por uma leitora do blog

8 comentários:

José Manuel Antunes disse...

É arrebatador, simples, e tão envolvente, que os leio vezes sem conta.
muito obrigado

Alberta Góis disse...

tão soturna, mas ao mesmo tempo realista. gosto.

Alberta Góis

B. Magalhães disse...

ainda estou pasmo com tão boa poesia

Luis Vaz disse...

Eu não diria melhor!








Luís Vaz

Joana Fernandes disse...

Se soubesse como este soneto toca fundo na minha alma.



Joana Fernandes

Gil Alves Macedo disse...

por vezes a loucura leva-nos por caminhos sem volta.
Muito Realista este soneto.


Gil Alves Macedo

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

também gosto muito.

Lúcia Bernardes disse...

Estou feliz mas arrepiada com tanto bem saber escrever.