Descem sobre mim as trevas,
Envolvem-me num manto sombrio,
Escuridão, cegueira, desvario,
Loucura, para onde me levas.
Pobreza de mágoa é esta agora,
Reflectida na minha sombra,
Sufoco gemidos nas alfombras,
Da morte não vejo chegada a hora.
Incompreensível, intolerável, severa,
É a raiva de te perder sem sentido.
Essa tua teimosia cruel, dilacera,
Destrói-me, corrompe, desvanece.
Do outrora jardim florido,
Resta uma sombra que se esvaece.
Olinda Ribeiro
Soneto enviado por uma leitora do blog
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Trevas
Etiquetas:
Dor,
Olinda Ribeiro,
Sofrimento
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8 comentários:
É arrebatador, simples, e tão envolvente, que os leio vezes sem conta.
muito obrigado
tão soturna, mas ao mesmo tempo realista. gosto.
Alberta Góis
ainda estou pasmo com tão boa poesia
Eu não diria melhor!
Luís Vaz
Se soubesse como este soneto toca fundo na minha alma.
Joana Fernandes
por vezes a loucura leva-nos por caminhos sem volta.
Muito Realista este soneto.
Gil Alves Macedo
também gosto muito.
Estou feliz mas arrepiada com tanto bem saber escrever.
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