domingo, 19 de dezembro de 2010

Confidência

Confidenciei à solidão,
O derradeiro delírio da minha alma,
Delicadeza pueril que salma,
O som do bater do coração.

Executado em dó menor,
Recital de angústia magistral,
Pautada por dor abismal,
Tendo por maestro o Amor.

Sorrio como quem desmente,
O drama agreste que me fere,
Fingindo ter quem me espere,

Quem a minha falta sente!
Oh dolorosa e triste memória.
Amor ausente. Vã glória.

Olinda Ribeiro
Soneto enviado por uma leitora do blog.

10 comentários:

José Manuel Antunes disse...

como é que alguém que escreve e sente desta maneira pode estar só?

Luis vaz disse...

como esta sra, menina.... sabe tocar no ponto mais frágil.
muito bom

B. Magalhães disse...

muito delicado e tocante

Isabel Torres disse...

A solidão disfarça ou complementa a dor........intrigante não é. Adorei.




Isabel

Alberta Góis disse...

é isto Olinda é de ficar sem palavras

Isabel Torres disse...

tenho de concordar é muito bom!

Joana Fernandes disse...

Muito bom

Gil Alves Macedo disse...

Muito profundo e intimista.


Gil Alves Macedo

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

muito forte e muito bom. E até percebo muito bem.

Lúcia Bernardes disse...

Fascinante e francamente excepcional!