Altiva e perfumada em cetinoso trem
Passeio uma mundana à luz da tarde quente,
O seu olhar gelado onde se lê desdém
Passeoa pela rua, altivo e insolente.
Para ninguém abaixa o orgulhoso olhar;
Passa o luxo da alta em luminoso trço;
Parece não ouvir da rua o murmurio,
Que seu olhar altivo é sempre triste e baço.
Nem o rir da criança ou o sorrir da luz
Dão vida àquela sombra altiva que seduz
A multidão absorta em roda, a murmurar…
Uma mendiga passa. É´ma beleza ideal!
Nasceu do seu olhar o céu de Portugal!
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Abaixa então a rica o luminoso olhar!
Florbela Espanca in Trocando Olhares (1916)
sábado, 13 de janeiro de 2007
Poder da Graça
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Florbela Espanca
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