sábado, 13 de janeiro de 2007

À Guerra

Fala o canhão. Estala o riso da metralha
Os clarins muito ao longe tocam a reunir.
O Deus da guerra ri nos campos de batalha
E tu, ó Pátria, ergues-te a sorrir!

Vestes alva cota bordada e rosicleres
Desfraldas a bandeira rubra dos combates,
Levas no heróico seio a alma das mulheres
E ergue-se contigo a alma de teus vates!

Levanta-se do túmulo a voz dos teus heróis,
Cintila em tua fronte o brilho desses sóis,
Até o próprio mar t’incita a combater!

Nun’Alvares arranca a espada de glória
E diz-te em voz serena: «Em busca da vitória
Meu belo Portugal, combate até morrer!»

Florbela Espanca in Trocando Olhares (1916)

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