Vossos olhos, Senhora, que competem
co Sol em fermosura e claridade,
enchem os meus de tal suavidade
que em lágrimas, de vê-los, se derretem.
Meus sentidos vencidos se sometem
assi cegos a tanta divindade
e da triste prisão, da escuridade,
cheios de medo, por fugir remetem.
Mas se nisto me vedes, por acerto,
o áspero desprezo, com que olhais,
torna a espertar a alma enfraquecida.
Ó gentil cura e estranho desconcerto!
Que fará o favor que vós não dais,
quando o vosso desprezo torna a vida?
Luís Vaz de Camões
domingo, 9 de novembro de 2008
Vossos olhos, Senhora, que competem
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1 comentários:
Bela partilha!
Um abraço
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