A dor infame aloja-se no meu peito
deixando-me perdida na noite fria
a mágoa sela a odiosa agonia
e o calor arrefece no nosso leito.
Tu meu amor que sofres tanto,
sentes nas mãos a vida desvairada…
querendo ir em teu socorro….não faço nada,
de nada valem meus suspiros, nem meu pranto.
Então rogo pragas ao destino,
que me fez amar-te sem precisão,
e destrói no bater do coração,
o desejo do amor vespertino.
Ando assim parca, esbaforida, indolente…
esfaimada de ternura e de carinho,
lavro a saudade em pergaminho,
selado com farpas de amor ausente.
Quem foi que te levou para longe?
cruel é quem te arrancou dos braços meus.
Quem foi que me apagou dos teus céus,
e meu amor transformou em monge.
É impróprio de quem ama tanto sofrer.
De toda a dor em mim já infligida,
A tua dor é das dores a mais dorida,
Pois é essa a dor que me impede de te ter.
2011 Olinda Ribeiro
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Dor cruel
Etiquetas:
Olinda Ribeiro
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33 comentários:
..... Olinda todo o poema é excepcional, mas foi a 5ª quadra que me fascinou, principalmente a ultima frase = e meu amor transformou em monge =. que me alertou para a subtileza de dizer que , o amor ficou solitário... muito inteligente a forma como encaixou as palavras.
bjs
Alexandra Barros
Sempre que alguém que ama sofre a Olinda toma para si as dores e tenta suavizar a dor de quem ama... louvável, mas nem sempre possível.
Grande abraço
Victor Gonçalves
Crueldade é a prezada poetiza arrebatar-me até aos confins e deixar-me assim sem consolo... sem um abraço de conforto.
Abraço
António Prata
Da mesma forma a expressão de cumplicidade é também uma base de apoio a quem ama e sofre. Gosto desta poetiza, porque tem os sentimentos bem delineados e é de fácil absorção.
Leonor Rêgo
Estimada Olinda quando li este poema fiquei nem sei bem como... que nem me recordo se comentei, a dor aqui descrita, tem um alcance tão preciso, que me atinge sem nem bem eu saber porquê.
Abraço
Gil Alves Macedo
Muito dorido, mas mostra o quanto padece quem ama, quando se não pode valer quem ama.
Abraço
Fernando Portela Brito
Estimada poetiza este poema abana o coração até do mais forte, está muito bom.
Bjs
Antónia Matos Neves
Pois não existe só felicidade.... a dor também faz parte, não querendo ser sádico, e respeitando a sua dor, a parte feliz. é que se não estivesse a sofrer, também não escreveria este excelente poema... o que seria uma grande perda.
Luís Meneres
Muito triste, gostava de dizer que não gostei, ... mas mentia! Gostei e muito!... Talvez porque é como se estivesse a ler a minha mente e escrevesse o que leu.
Olindinha...... tenho uma lágrima no canto do olho!
beijinhos
Mariazinha
:----- Tu meu amor que sofres tanto/sentes nas mãos a vida desvairada/querendo ir em teu socorro...não faço nada/de nada valem meus suspiros, nem meu pranto.
Olinda fiquei devastada com a dor imensa que nestes versos condensa.
Todo o poema é forte, cada linha bate como se fosse um vulcão a eclodir e eu estivesse no centro, mas nem eu própria se porquê estas duas não me saem da mente e estou sempre a pensar nelas:
- Quem foi que me apagou dos teus céus/e meu amor transformou em monge.
Dama Misteriosa
Esta dor acaba por ser fascinante, pena que tenha o sofrimento incluído.
Abraços
Fernando Arantes Carvalho
choca a beleza triste deste excelente poema.
Infelizmente o sofrimento também faz parte, mas também é a razão de podermos apreciar as alegrias, e lamento a sua tristeza, mas este poema é de uma textura incrível.
Parabéns
J. C. Vilaverde
Ai minha querida Olindinha nem imagino que esteja com este sofrimento atroz, consola-me saber que de tanta dor resultou um poema lindo ainda que muito sofrido.
Beijoquinhas e abracinhos que é tudo o que lhe posso enviar para a confortar.
Alberta Góis
........... Este poema deixou-me num estado lastimoso.... quem sabe sabe!
A.A.
Muito amor e muita dor resulta um poema pungente. A estimada poetiza descreve os sentimentos como só a Olinda sabe fazer.
Sargento Ferreira
Ainda nem estou em mim, dói mesmo cá dentro, é como se esta dor fosse minha. A Olinda tem uma maneira de escrever que gera cumplicidade, é mesmo preciso ler com a mente aberta para que não se perca nada!
Delfina Lonte Freitas
Maravilhoso poema, embora de uma dureza alucinante. Mas a Olinda não é de meios termos.
Abraço
J.M. Antunes
Boa tarde Olinda, tenho uma dor que me arrepia, este poema mexe que se farta. Mas quando a sua poesia parar de mexer....está na altura de ver o que se passa... e fazer mexer outra vez, porque já não me sai do peito.
Abraço
Alvaro Santos
O poema é um espectáculo, mas é uma onda muito dorida, desejo que ultrapasse rápido, pois gosto muito de si e não gosto que sofra.
Para conforto envio um abraço e um beijo plenos de ternura e admiração.
Vasco Sotto Salgado
Olindinha minha querida poetiza este poema é lindo, mas muito doloroso de ler, fiquei com um nó na alma.
Bjs
M.L. Salgueiro
Poetiza dos meus encantos, não sabe que quando um homem chora é porque sofre de amor?
muitos bjs
Miguel Lemos
apesar de ser muito jovem entendo perfeitamente esta dor, só espero nunca a sentir
jonny
Este poema deixa o coração apertado.
Tem dor, mas é o muito amar que se destaca.
Hugo Santiago
Olinda, muito sinceramente eu quero dizer-lhe que não quero gostar deste poema, mas gosto e muito, porquê não sei, melhor dizendo sei, mas aviva dores adormecidas.
Um abraço
Santos Onório
Estimada poetiza, infelizmente a dor também faz parte do crescimento, também é uma componente muito preciosa.... embora de livre vontade a dispensássemos. Mas verdade se diga sem este sofrimento não nos brindaria com este maravilhoso poema.
Um grande Abraço
Leonardo de Brito
Olinda, entendo muito bem esta dor cruel, infelizmente já a senti muitas vezes. Felizmente a Olinda ao escrever este poema lindo, até faz parecer a dor mais simpática.
Bjs
Carlota Rodrigues Nogueira
Sra Olinda, eu e a minha esposa já choramos com este poema, estamos muito emocionados, pois já vivemos esta dor.Agora nestes ultimos 4 anos as coisa felizmente já melhoraram muito mas ainda está muito fresca esta dor.
Abraços nossos
Zézinho
É fácil identificar esta dor, pois a estimada poetiza descreve-a com tal precisão que é como se a visionasse.
Maria Costa
Prezada poetiza, é muito singular a sua forma de remeter a dor para a poesia. Talvez por esta razão a sinta como minha, o que é estranho pois felizmente estou a atravessar uma fase óptima.
Grande Abraço
Júlio Bastos D´Orey
por vezes já só são as palavras que escreve que me trazem à razão.
Que desnorte, mas ainda bem que escreve assim as palavras não se dispersam.
abraços
Inês
Até tremo com a dor que leio!
É um poema muito forte e bom, mas é igualmente triste. Apre.
A poesia é composta por todos os estados de alma.
Abraço
Alentejano dos 4 costados
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