terça-feira, 7 de junho de 2011

Mãe

Não sei se é por timidez,
Ou talvez falta de jeito,
Nunca ponho as palavras a preceito,
Para te dizer aquilo que, talvez,
Devesse sonorizar com naturalidade,
Pois é a mais pura verdade.

Quando escrevo, sozinho, a minha poesia,
Liberto-me de condicionalismos,
As palavras fluem com alguma mestria,
As ideias ordenam-se como queremos.
E então, assim de repente,
O mundo fica alinhado e sorridente.

Não posso dizer nada que não o saibas,
Mas é deveras importante que o diga.
Não irei procurar palavras sábias,
Quero apenas que percebas… Talvez consiga
Mostrar-te um pouco daquilo que sou.
Recebe este amor que agora te dou.

O teu amor de mãe, não se pode descrever,
Devido à sua grande imensidão.
Ele protege-me do mundo, com saber,
Está sempre junto do meu coração.
É ele que me empurra para a frente,
Que por vezes me faz um valente.

Quando estou meio perdido,
És tu que me encontras.
Quando a vida não tem sentido,
És tu que me confortas.
Quando procuro as palavras para te agradecer,
Emudeço, as lágrimas pela cara a escorrer.

Por isso, é importante que saibas,
Que estás sempre no meu coração,
Mesmo que por vezes não o vejas,
Faço da tua, a minha preocupação.
Porque este amor que sinto por ti,
É dos maiores que já conheci.

Quero afirmar-te que te amo, Mãe,
Que tu também és parte de mim,
Um amor imenso, como se supõe,
Que te transmito agora, assim.
Peço-te ainda que possas perdoar,
Todas as vezes que não o pude gritar.

És, foste e serás sempre
Parte de mim
Amo-te.

2011 Vasco de Sousa

18 comentários:

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

muito bem, assim é que eu gosto, pois é sempre de louvar o facto de reconhecer o amor que temos pela nossa mãe, nunca é demais agradecer tudo o que fazem por nós.

Leonardo Brito disse...

Boa tarde Vasco de Sousa, ontem
quando estava a felicitar a nossa poetiza pelo seu aniversário, enviei conjuntamente um comentário destinado ao seu anterior trabalho, sei que a Olinda lho enviará nem que seja por email, pois elogiou imenso o comentário.

Agora relativamente a este trabalho, dou-lhe os parabéns porque gosto quando se entrega, e se descompromete com o "parecer bem" sei que se limita muito quando segue as regras, mas quando se liberta a "coisa" pode não ficar tão "bonitinha" mas fica muito mais real e muito mais impressionante. Tem sonetos Lindíssimos, mas o soneto nem sempre é a melhor estrutura para dizermos determinadas coisas.
Espero que entenda que se tenho a liberdade para lhe dizer o que digo, é porque aqui uma grande, nossa, e querida poetiza, me ensinou a ser eu, ter mais humildade em perceber que o que é importante é sermos honestos com os nossos sentimentos, e não recearmos parecer fracos ou néscios aos olhos de outrem. E que também não tenho que trazer para este espaço a minha postura profissional.
Gostei e apreciei muito

Leonardo Brito

Olinda Ribeiro disse...

Vasco

li e reli este lindo poema dedicado á sua mãe. Acho que faz muito bem, pois são estes pequenos mimos, que nos fortalecem e mostram a nossa gratidão.
Sou mãe, e o meu ego transborda quando os meus filhos me apaparicam e reconhecem o amor que sinto por eles.
Já no poema dedicado aos seus filhos revelou a alegria que sente quando eles o mimam, do mesmo jeito a sua mãe sente o "gosto mélico" destes miminhos.

Se me permite além do abraço costumeiro envio um terno beijinho.


Olinda Ribeiro

Alberta Góis disse...

Vasquinho, isto está a tornar-se muito meloso, e estou a ficar muito mole, também gosto muito da minha mãezinha, e também me derreto toda quando os meus catraios me fazem desenhos e dizem que sou a mãe mais bonita do mundo!
quem havia de dizer que o nosso poeta embora muito romântico, que parecia muito duro, afinal é um doce todo derretidinho de amor filial e maternal.
Temos homem.

Alberta Góis

Paulo Sousa disse...

É muito simpático da parte dos nossos poetas homenagear quem os carregou no ventre, estou a ver que até o nosso poeta se encheu de zelo e seguindo os passos de outros grandes poetas (e da nossa
querida Olindinha) se converteu e expressou o grande amor que sente por sua mãe, se já tinha por si estima, agora está bem reforçada, além de que gosto muito mais quando escreve sem limites de texturas.

Um abraço

Paulo Sousa

Zézinho disse...

muito bonito este poema dedicado á sua mãezinha.

Zézinho

Maria Luísa Salgueiro disse...

Boa noite, felizmente passei por aqui, e fiz muito bem!
Se a sua mãe apreciar tanto este poema como eu apreciei, verá os olhos mais embevecidos que qualquer mãe pode ter.

M. L. Salgueiro

Anabela Pina disse...

Só os fracos se sentem fracos por reconhecerem que têm sentimentos.
Aqui nesta espaço até dá gosto ler poesia escrita por um Homem que não se receia expor e homenagear um ente querido.

Anabela Pina

José Manuel Antunes disse...

Tenho que dizer com toda a honestidade, gosto muito de poesia, e sempre gostei da poesia do Vasco, costumava passear-me muito assiduamente por este blogue, mas nunca comentei nada, lia, apreciava, e como também era raro ver algum comentário, não dava muita importância ao facto, e devo confirmar que dentro do género este blogue sempre foi dos mais visitados, só que com a chegada da Olinda a este espaço, a empatia foi tanta, que se tornou para mim fundamental interagir de algum modo com esta excelente poetiza. Com o correr dos tempos verifiquei que afinal outros leitores sentiam a mesma empatia que eu, agora e é aqui que quero chegar, tenho que reconhecer que nos tocou a todos com tal intensidade, que até o nosso excelente poeta se tem rendido e deixar extravasar, um outro género de poesia (mais Pessoal e Familiar) e deslumbra-nos a todos com a sua maravilhosa capacidade de sem receios abrir o seu coração e permitir que usufruamos da sua poesia mais homogénea, grande passo de gigante. Excelente este poema. Muitos parabéns

J. M. Antunes

Mariazinha disse...

Tão bonito e mimoso este poema.
Muitos parabéns

Mariazinha

Anónimo disse...

Excelente poema!

Sinceramente sabem o que acho mais engraçado e admirável neste espaço?

1º ninguém conhece ninguém ou poucos se conhecem

2º interagem e apreciam-se de tal forma entre todos que é como se fossem um todo mas com personalidades diferentes

3ºneste cantinho todos conseguimos ser coesos e respeitarmos-nos uns aos outros

4º porque raio é que não conseguimos fazer o mesmo no dia-a-dia e elevar este país com a dignidade e cidadania que aqui provamos ser capazes.

Não sou tolo, sei que aqui o factor comum é a poesia.

Pois também todos os portugueses não deviam de ser tolos e saberem que o factor comum é Portugal.
Srs políticos deixem-se de tretas,
e venham aqui aprender como se convive e vive em paz e harmonia.

Anónimo Assumido

Alvaro Santos disse...

Antes de ir dormir, vim ver as novidades poéticas, sim é realmente muito bom, já agora muitos parabéns ao poeta que está a deixar-se de convencionalismos e a mostrar que escrever é = a poesia sem fronteiras internas.

Alvaro Santos

José Meneres Pimentel disse...

Nem me passava pela cabeça que a minha mãe também lia este espaço, hoje ao descobrir, vi o seu rosto marejado de lágrimas, e pela primeira vez senti que a minha mãe encontrou algo que a conforta e lhe diz que não estamos sós.
Bem hajam

Hugo Santiago disse...

Francamente dou-lhe os meus parabéns por ter saído da sua zona de conforto, os resultados falam por si, dentro da poesia a minha paixão são os sonetos, atraem-me, gosto da formula curta e resumida de revelar grandes pensamentos, emoções, sensações, e até coisas simples dum dia comum. Também sei que são a sua paixão.
Permita-me só dizer-lhe que tem sonetos muito bem conseguidos, e os que não são tão conseguidos são exactamente aqueles onde não se permitiu abrir as asas e voar, onde pensou mais nos outros que em si.
Quando entrar na simetria do soneto experimente escrever como se os dirigisse há sua própria pessoa, e verá que tudo sai muito mais fluido e consistente.

Hugo Santiago

Anónimo disse...

Estimado poeta,
são os laços familiares que mais fazem sentido no seio de uma família.
A poesia é a mais antiga maneira de comunicar sentimentos, e contar histórias desde que o homem é homem, recorde-se a forma poética como gravavam desenhos nas cavernas, histórias que contavam os seus feitos, e até passavam de geração em geração tradições que passavam ás gerações vindouras, esses maravilhosos poemas perduram ainda
hoje.
E se eles conseguiam fazer tudo isso através de caracteres rupestres, hoje os nossos poetas conseguem escrever da mesma forma indelével através do alfabeto.
Ao Sr Vasco de Sousa, á Dª Olinda Ribeiro, a todos os poetas em geral, o meu muito obrigado por continuarem a fazer história.

Júlio Bastos D'Orey

Antónia Matos Neves disse...

Pronto é vê-los abrir as asas e executarem acrobacias de mestres.


Antónia Matos Neves

Anónimo disse...

Perdoem-me por não partilhar convosco esse amor que dizem ser tão maravilhoso e único o tal amor de mãe.
Reza a minha história, que ao ser abandonada pela dita mãe por volta dos 7 anos, nunca soube o que foi ser tratada com amor e carinho, cresci numa instituição estatal onde o amor não abundava, quando atingi os 18 anos fui posta porta fora pois segundo a lei já era responsável pela minha pessoa. Lá arranjei um quarto e trabalho numa pastelaria, muito trabalho (12h) pouco dinheiro 300 euros, passava por uma escola primária todos os dias, e via os pais deixarem os filhos carinhosamente, um dia enchi-me de coragem e fui procurar a minha família, encontrei uma avó materna, que a muito custo e alguns trocos lá me deu a morada da minha suposta mãe, encorajada e receosa, rondei rua abaixo rua acima, a ver se descortinava a pessoa que queria encontrar, não vi ninguém, bati na porta, apareceu uma mulher mal encarada, perguntei se conhecia e se morava ali um sra fulana de tal, ...sou eu diga lá o que quer, a medo disse sabia onde estava a filha que ela tinha perdido.......
Olhou-me de alto a baixo, perguntou se ela estava bem de vida e se sabia o que tinha de seu, disse-lhe que a filha trabalhava arduamente para ter um tecto e que tinha uma vida difícil.... voltou a olhar-me de alto a baixo, e disse: Pois olhe trabalhos já eu tenho... faça de conta que não me encontrou, diga-lhe até que morri, porque se não a quis no passado...agora também não a quero... ainda se tivesse um dinheirito para me dar desafogo até a queria ver....mas assim deixe que estou melhor sem ter quem me chateie. ...
Bem sei que as mães não são todas iguais, mas esta é a minha história. Por isso tenham lá paciência mas Mãe é para mim uma palavra abstracta. Só mais uma coisa, com as mágoas que carrego, nunca poderia ser uma boa mãe, por isso tratei de nunca poder ter filhos, assim tenho a certeza de não magoar quem não pediu para nascer.

a todos os que são felizes desejo que continuem a ter o carinho e amor que tanto apreciam.

Rosa Engeitada

Joana Fernandes disse...

Vasco de Sousa, é impressão minha ou já se libertou de algumas grilhetas que o prendiam?
Continue a libertar-se que está no bom caminho.

Joana Fernandes