sexta-feira, 20 de maio de 2011

Versejando em sofrimento

Embora me sinta afoita,
Aquieto-me escrevendo versos,
Escrevo-os rezando terços,
Orações que a alma acoita.

Tornear a sibilina apatia,
Escuridão que ousa ladear,
O anoitecer que vem a chegar,
Depois a dor, abismo, nasce o dia.

Com a claridade venho também,
Intimamente contar um segredo,
Daqueles que guardo sem saber,

Que julgando indigno de alguém,
Remeto-o para o longo degredo,
E deixo-me quieta a sofrer!

2011 Olinda Ribeiro

15 comentários:

Vasco Sotto Salgado disse...

Boa noite Dª Olinda

Seja generosa consigo, com a mesma veemência com que é generosa com este
cantinho.
Eu até fico grato com a sua dor, porque a inspira, o beneficio é de quem escreve e de quem lê.

Vasco Sotto Salgado

João disse...

Já deu para perceber que hoje a tristeza impera, mas verdade seja dita: É preciso muita coragem para sofrer em silêncio.
Dias bons e maus.........

João

Anónimo disse...

Eia pá lá estamos nós voltados ao choradinho, eu que até estava meio alegroto fiquei com vontade de ser acarinhado.
Seja como for ficam sempre bem estes dizeres em forma de soneto.
e depois a tristeza também é uma boa fonte de inspiração.

Maria Costa disse...

todos temos direito a nossa solidão,
por vezes é preciosa. E precisamos de espaço para nos reequilibrar.


Maria Costa

Joana Fernandes disse...

Olinda......

Maximiza o meu entendimento sobre as emoções e os vários sentimentos.

Muito obrigada

Joana Fernandes

José Manuel Antunes disse...

Hoje as emoções estão ao rubro.
Mas o sofrimento pode derrubar-nos ou
fortalecer-nos. Na Olinda é como um complexo vitaminico.

J. M. Antunes

Anabela Pina disse...

boa tarde Olinda Ribeiro, este soneto é uma ventania, marcadamente
relegada para 1º plano a dor aqui descrita abana fisicamente qualquer um, aguenta-se escrevendo.
Faz muito bem

Anabela Pina

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

Por vezes tenho dificuldade em entender que uma alma tão bela, também tenha dor e sofrimento.

Flávia Solero disse...

Menina as lágrimas correm como cachoeira...

Flávia Solero

Leonardo Brito disse...

Boa noite dª Olinda Ribeiro

Poetiza sibilina? Sim muito!
apática? Nem Pensar!
Por vezes o melhor que temos a fazer
é ficar bem quietinhos até que a dor passe......
Um abraço


Leonardo Brito

Maria Luísa Salgueiro disse...

Bom domingo Olindinha

Estando a deleitar-me com a sua poesia, reiniciei, alinhei alguns
pensamentos e "coisitas" que vagueiam pela minha cabeça, realmente
guardamos segredos que só são segredos porque não falamos deles com ninguém, até temos o hábito de dizer: São cá coisas minhas.

Um grande beijinho

M. L. Salgueiro

Alvaro Santos disse...

Olá,
seja a rir, chorar, pensar, ou até só
porque me apetece ler, a sua poesia é sempre uma excelente companhia.

um abraço

Alvaro Santos

Anónimo disse...

É exactamente como digo esta poetiza mexe com tudo e com todos, até mexe com ela mesma... e até o sofrimento fica a saber a mel com alecrim...


Anónimo Assumido

Carlos Augusto disse...

Lili,

minha querida amiga
quando escreves assim, é porque as
coisas são sérias, bem tu és sempre séria quando escreves (e mesmo quando brincas), mas neste soneto a tua apreensão é muito notória, uma pessoa como tu que está sempre disponível para aliviar o sofrimento do próximo dá que pensar.
Um beijinho lindo como tu.

Carlos Augusto

Zézinho disse...

pois já reparei que a sra poetiza diz de tudo um pouco e faz-nos pensar muito na vida e nestas coisas do bem e menos bem e gosto porque a sra diz as coisas com muito jeitinho para não magoar os sentimentos de quem gosta mas também dizer o que pensa

Zézinho