segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sofridas lágrimas

Sofridas lágrimas ensombram-me os olhos,
Misturando-se com as grossas gotas de água.
Sentado e sem forças, por entre os restolhos,
Ensopado com a chuva e com a mágoa.

Sem reacção, deambulo, desesperado.
Porque não apaziguas a minha dor ?
Tu, que me deixaste aqui, abandonado,
Sufocas-me lentamente e sem pudor…

Sangro por dentro… Já nem quero mais viver.
Neste eterno impasse, já sem esperança,
À chuva, desamparado por ti sofri.

Se amar-te assim tanto, simboliza sofrer,
Chorar perdido, tal e qual uma criança,
Porque carpe ainda o meu coração por ti ?

2011 Vasco de Sousa

11 comentários:

Joana Fernandes disse...

Será sempre agradável ler a sua poesia, é sempre um prazer vir a este espaço.

Joana Fernandes

Lucas Caeiro disse...

Boa noite
o soneto está até muito interessante, e até percebo a sua mensagem, aliás percebo-a bem demais, mas parece que falta aqui um pouco mais de veemência, penso que para a credibilidade ser total tem que se soltar e deixar sobressair o palpitar do seu coração, está muito mental.

Lucas Caeiro

Gil Alves Macedo disse...

Boa noite Vasco de Sousa,
Interessante este soneto, está bem ao seu estilo, mas seja seu e nosso amigo, e solte-se homem. É que quando se solta a sua poesia fica mais viva. Mais cheia de si.


Gil Alves Macedo

Paulo Sousa disse...

Cá temos mais um agradável soneto, é muito bom. Só não sei o que se está a passar porque andamos todos um bocado chorosos.

Paulo Sousa

João disse...

porque já nos habituou ao melhor de si...por favor não vacile agora!
O soneto está muito bom mas parece um bocado preso... parece-me que está com receio que as lágrimas se soltem mesmo... deixe-as correr...
que vergonha é um homem não chorar
quando tem de chorar.

João

Olinda Ribeiro disse...

...Quando temos por companheira a tristeza, o melhor que podemos fazer, é olhar em nosso redor, e obrigar-mo-nos a participar do festim que é a vida. Ficarmos gratos por tudo o que temos.
E desejar que as lições de cada dia frutifiquem e nos alegrem o
coração e alimentem o espírito.

Boa noite prezado poeta,
boa noite também para todos os que partilham este espaço,
A todos muito obrigada pelo carinho e apoio.


E claro como sempre um excelente soneto assinado por Vasco de Sousa.

Olinda Ribeiro

Anónimo disse...

Tem lá paciência mas por hoje já me chegam as minhas lágrimas, talvez amanhã chore contigo, talvez até descubra que afinal, também sei fazer rimas mesmo que sejam só faz-de-conta que estou numa de carpir, agora quero mais é ficar na calma e deixar o rio correr o percurso que lhe está destinado.

Alvaro Santos disse...

Boa tarde caro poeta,
já reparei que hoje a princesa reinante deste espaço é a tristeza.
aprecio a inteligência de quem sabe utilizar as palavras e fazer
com elas autenticas obras de emoções.

Alvaro Santos

Eduardo Cunha Rêgo disse...

Pois meus amigos já vi que andamos muito com a lágrima no canto do olho, mas a grande mensagem é para sermos corajosos. E chorar também ajuda


Eduardo Cunha Rêgo

Sargento Ferreira disse...

Sr Vasco de Sousa,
Já reparei que a Olinda deixa-nos todos fracotes, até o contagia a si. Tem por aqui belos sonetos carregados de emoção, mas neste, em particular, nota-se mesmo que se deixou contagiar por aquela querida sra.
Sou muito apreciador da sua
poesia... principalmente quando se liberta de preconceitos e se deixa levar...
Este parece um bocadinho de nada condicionado....
Claro que é só a minha pobre opinião....

Sargento Ferreira

Anónimo disse...

Sr poeta, não se sinta melindrado com o que vou dizer, mas por acaso já reparou que até a comentar a nossa poetiza faz poesia? e a força que tem este comentário!
Percebe-se que tem admiração por si, pois incentiva-o a não se deixar ir abaixo.
Por mim até gosto quando um homem assume que chora, é muito bom para aliviar a pressão.