Ascendo divinamente empertigada,
Colorida de lágrimas e tristeza,
Assino com a alma nublada,
O vão estoicismo da firmeza.
Sinto-me velha e embriagada,
Deambulando polida e desditosa,
Disfarçando qual rosa desfolhada,
Sem perfume, sem razão de ser rosa.
Vejo-me assim arremetida,
Ao arranjo educado de parecer bem,
De todos escondendo a agrura.
Que é ofensa estar entristecida,
Quando tantos querem comer bem,
E eu só quero um pouco de ternura!
2011 Olinda Ribeiro
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Salvem-se as aparências!
Etiquetas:
Olinda Ribeiro
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
17 comentários:
Boa noite Dª Olinda
Bem gostaria de não me deixar enternecer por este soneto, mas o mesmo seria dizer que compactuo com as farsas, e a Olinda tem direito a ter a ternura que lhe é bem merecida.
Adorei estes 2 profundos sonetos.
Vasco Sotto Salgado
Perdoe-me o desabafo mas este soneto
é uma bofetada de luva branca.
Toca bem no fundo do intelecto humano.
João
Tem muita razão existe muita gentinha
para quem a aparência é o mais importante e até um modo de vida.
Felizmente ainda há quem saiba o que
é realmente verdadeiro e não se deixe levar com patetices.
Haja uma alminha caridosa que nos recorde, que todos temos direito a uma boa educação, formação moral, e coragem para exigir o que é nosso de pleno direito.
Maria Costa
Olinda.............
Muito obrigada
Joana Fernandes
Gosto da sua transparência, e tudo mexe em redor.
Um abraço
J. M. Antunes
salve-se quem puder, que todo este arrebatamento parte até a rocha mais dura.
Ao ler este soneto a imagem que a ele associo é a figura da enorme e grandiosa Elvira Vellez na famosa peça " As árvores morrem de pé".
Magnifico!
Anabela Pina
Estou anestesiado
Espectacular!
Me emociona ler tanta coisa sentidas
Flávia Solero
Boa noite dª Olinda Ribeiro
O perfume, as pétalas, as hastes e folhas, picos e caules,... a rosa...
ainda que desfolhada não deixa de ser rosa.
A poetiza não deixa de ser mulher porque
é humana, educada, sensível, mas é a poetiza que eleva a mulher e sublima a rosa.
Assim na mesma valência sou seu admirador, homem, amante de poesia... mas não sou poeta.
Maravilhoso este soneto, e ainda bem que sabe estabelecer prioridades, a Olindinha É quem É, não a imagino a ser outra coisa só porque as convenções assim o ditam...
Um beijinho
M. L. Salgueiro
Pois é domingo... uns grelhaditos...
e excelente poesia como entrada,
muito aparatoso este soneto, lembra-me na minha infância quando estávamos muito compostinhos para o retrato em família,,,.....
Um abraço
Alvaro Santos
Salve-se tudo e mais alguma coisa....
Até espero salvar-me da embriaguês a que este colorido e perfumado soneto
me devota.
Diga-me lá verdade verdadinha gosta mesmo de mexer nos nossos tendõezinhos todos não gosta? já para não falar no músculo coração e na massa dita cinzenta???
É maravilhosa mas levada da breca!
Anónimo Assumido
Pois minha amiguinha, é mais fácil encontrar-te neste espaço que por outros meios, e se tenho tentado!
Felizmente através da tua poesia vou sabendo de ti.
Eu que te conheço bem posso assegurar que o teu perfume e a tua essência jamais se compararão a qualquer flor mesmo que sejam rosa amarelas... as tuas preferidas...também gostas das brancas.
Eu gosto mais de ti
Carlos Augusto
Olá Olindinha, se alguma coisa aprendi sobre si, é que não gosta de fachadas!
1 beijinho
Alberta Góis
sra poetiza até me deixa sem jeito, porque escreve coisas tão profundas e por vezes aprendo coisas que nem me lembro de pensar nelas gosto muito
Zézinho
Boa tarde Olinda,
Muito obrigada por me ter corrigido via e-mail. A sua educação é primorosa, pois até a maneira delicada como me recordou que a grande acrtiz de " As árvores morrem de pé " é a grandiosa Palmira Bastos.
Tem toda a razão!
Mas também me recorda Elvira Vellez.
Aliás devo dizer que este seu soneto,
não sei porquê relembra-me grandes actrizes portuguesas, talvez por o Teatro não ser na época uma profissão muito bem vista para uma mulher exercer.
Agradeço e um beijinho
Enviar um comentário