sábado, 26 de março de 2011

Letras, números, e o meu pai…

… E levavas-me ligeira pela mão,
… Estrofeando um cântico contado,
Como se a tabuada fosse uma canção,
E o dois+dois um acto consumado.

Depois a lengalenga do alfabeto,
Num rodopiar de vogais e consoantes,
E como das prosas um disparo dialecto,
Fazias-me dizer frases vagas e inconstantes.

Tudo tem um propósito! Há que papaguear,
Não questionar o verbo apreendido…
Que o tempo, outros verbos fará conjugar,

Descobrirei pela vida o dom desse cantarolar,
Que em termos me deixou o cérebro exaurido,
Mas me ensinou a língua mãe bem articular.

1993 Lili (Olinda Ribeiro)

16 comentários:

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

fim de tarde chuvoso......uma óptima razão para vir até aqui e acompanhar estas deliciosas saudades.

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

Olinda,
que soneto engraçado, e também foi
assim que aprendi a tabuada e as letras.

Leonardo Brito disse...

Olindinha,

que soneto aprazível, é muito agradável ver que das suas memórias de criança resultou esta singela homenagem ao seu progenitor.
Apreciei muito. Parabéns.


Leonardo Brito

Alberta Góis disse...

Mas que menina tão bonita a dar assim
um elogio ao seu paizinho, não estou nada surpreendida, pois outra coisa não seria de esperar, já que a Olindinha gosta de mimar toda a gente.

beijinho

Alberta Góis

Joana Fernandes disse...

Pois então muito bom dia, para este soneto só tenho duas palavras,: duplamente bom!

1 beijinho

Joana Fernandes

Luis Vaz disse...

Exma Sra Dª Olinda Ribeiro

Este soneto já é uma expressão de dedicação, compreendendo as variadíssimas entoações que lhe são
aditas, resulta num acto de amor e
reconhecimento a quem lhe ensinou a amar as ferramentas, que mais tarde lhe permitiram escrever da forma indelével e intemporal como escreve.
Os meus profundos agradecimentos aos
prezados pais, e a si a minha estima e admiração.

Atenciosamente

Luís Vaz

Emanuel Soares disse...

Querida mamã, este soneto também o posso dedicar a ti, pois também foi assim que me ensinaste a tabuada e o
abecedário, lembras-te?... dentro do carro quando fazíamos este jogos...
gostava muito das nossas brincadeiras.
bjs mamãzinha
e obrigado por me amares.

Gil Alves Macedo disse...

Cara Olinda,

Todos temos factores comuns, coincidência ou não, também aprendi assim a tabuada, as letras já era mais
com a minha mãe, provavelmente também
temos os mesmos gostos musicais, ou gostamos dos mesmos estilos de artes, pois penso que andaremos pela mesma
idade, e a nossa geração era muito compacta, até na diversidade, apesar de diferentes, partilhava-se mais ou menos as mesmas regras básicas, e o mesmo género de disciplina. Hoje já
como dizem alguns pais é tudo mais ligth..... não sei, se é bom ou mau...


Gil Alves Macedo

Maria Luísa Salgueiro disse...

Boa tarde estimada Olinda,

Não foi assim que aprendi (tínhamos uma preceptora em casa), mas foi assim
que ensinei os meus filhos, e devo dizer que é uma das minhas melhores
memórias, pelo que li, os seus filhos
também aprenderam assim e gostaram, acho que independentemente dos anos que
passam continua a ser um excelente método de ensino e também muito gratificante.
um beijinho
Obrigada por este belo recordar


M. L. Salgueiro

Lurdes Almeida Perestrêlo disse...

Ai que momento delicioso, é uma alegria
recordar estas cenas da nossa infância.
Também agradeço aos meus pais.
Bem haja

Anónimo disse...

muita ternura, esta poesia também ajuda
a completar o quadro descrito na poesia
anterior.
na minha opinião acho muito engraçado
estes dois poetas se completarem para fazer poesia distinta mas muito cativante.
excelente ideia

Zézinho disse...

Boa tarde sra Olinda
gosto muito desta poesia faz-me lembrar
os meus tempos de escola o nosso mestre também nos ensinava a tabuada ao som duma musiquita que ele gostava muito eu também ensinei as contas aos meus 3 filhos



Zézinho

Antónia Matos Neves disse...

Olá Olinda,
É mesmo delicioso este soneto, tem sabor a carinho polvilhado de ternura.

beijinho


Antónia Matos Neves

Anónimo disse...

tenham lá santa paciência mas este soneto é mesmo chocolate, está uma delicia.
Gosto de tudo o que a sra escreve, mas este não resisti a comentar.

Tereza Assis Macedo disse...

Santa ternura!
Por isto a Olinda é Preciosa para mim,
apetecia-me chorar, mas já estou a sorrir graças a este tocante soneto.

um grande beijinho


Tereza Assis Macedo

Dário Santareno disse...

Dª Olinda
muito carinho por quem nos gerou é um bom indicio de quem a sra é
também gosto muito da forma cantada
de aprender certas coisas.

1 abraço

Dário Santareno