As palavras são o que fazemos delas,
Meros fragmentos de uma realidade,
Podem limitar sentimentos, ao expressá-los,
Quando não as usamos com habilidade.
Mas por mais que eu possa tentar registar,
Tudo o que vejo ou tudo o que sinto,
Faltam as palavras para libertar,
Sentimentos, emoções ou mero instinto.
Existem porventura certas evidências,
Que impossibilitam este exprimir,
De momentos únicos; amar; ou sofrer.
E todas as palavras serão vazias,
Sentimentos que apenas se podem sentir,
Pois há coisas que não se podem descrever.
2011 Vasco de Sousa
segunda-feira, 28 de março de 2011
Jogos de palavras
Etiquetas:
Os meus sonetos
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6 comentários:
Vasco Sousa,
Penso que está aqui uma certa discrepância, não é que não entenda o que quer dizer, é mais o que não diz.
Também me parece que está um pouco confuso, o que é pena, pois nos últimos trabalhos que tem escrito parecia estar mais solto, mais inteiro e cheio de verdadeira poesia.
Antónia Matos Neves
desculpe, mas não entendo este poema,
eu cá acho que com as palavras conseguimos dizer tudo, principalmente
o que nos vai no coração.
No meu entender, existem determinadas emoções que, por mais que se possa tentar descrevê-las por palavras, as palavras não nos chegam, por ser demasiado forte o sentimento. Quando por exemplo sofremos um desgosto pela perda de alguém, dificilmente colocamos em palavras tudo o que nos vai na alma.
Por vezes, diz-nos mais um gesto ou um olhar do que todas as palavras.
Acredito ainda que, as palavras deturpam os sentimentos que procuramos transmitir, e por isso, cada pessoa interpreta a poesia à sua maneira, não sentindo o mesmo que o próprio autor tentou registar.
Isso é salutar, claro, mas prova a limitação das próprias palavras.
Prezo muito a palavra, mas sinto-me por vezes limitado por ela.
Sr Vasco de Sousa
Li atentamente o texto e o seu esclarecimento, palavras são palavras,
de facto por vezes, é difícil exprimir
exactamente o que sentimos, mas na minha modesta opinião, deve-se mais ao facto de não conseguirmos por razões internas (dor, sofrimento, ou até prazer, dificuldade em nos abrirmos...)encontrarmos os termos
certos que exprimam correctamente o que queremos, mas, as limitações são nossas e não das palavras.
Respeito a sua opinião, mas como tem provado variadíssimas vezes as palavras não são de todo para si um obstáculo.
Luís Vaz
Oh Vasco, mas está com alguma crise?
olhe que já basta o país!
tem direito a expressar-se como achar melhor, mas nunca percebi que tivesse dificuldade com as palavras, sempre foi muito claro, na maneira como exprime o que sente.
Alberta Góis
Boa noite
Estimado Vasco de Sousa, e amável anfitrião....
Compreendo o que quer dizer, momentos há em que parece ficarmos mudos e quedos perante as nossas emoções e estados de alma, mas diz-me a experiência que quando fazemos uma profunda introspecção, as palavras fluem descrevendo exactamente o que sentimos. Claro que não estou a dizer que é fácil. Nem digo que esteja ao alcance de qualquer um, mas para nós que escrevemos descritivos sentires, e nos relacionamos com a escrita como outros se relacionam com as suas variadas formas de expressão, fica um bocadinho mais fácil, e o tempo também nos vai ajudando a refinar vocabulamente o que queremos expressar.
O Vasco é sem duvida uma prova do que estou a opinar, a sua escrita é fluída e abrangente. Há que insistir, e seguir, os medos e limitações por vezes também nos impulsionam a fazer mais e melhor.
Um abraço
Olinda
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