domingo, 20 de março de 2011

Definitivamente eu.

Como descrever este reboliço
Ansiedade, fremência, inconstância,
Tudo numa amálgama de inconsonância,
Que me deixa sem propósito em vergadiço.

Se me tento aquietar, escureço como negrão.
Deito tudo fora solto-me ao vento,
Vou no deixa-ir sem abrigo nem tempo,
Ao serviço do nada, longa de insatisfação.

Despir completamente esta roupagem.
Enveredar por outras nuances e reflexões,
Quero saborear o desejo de mim, Amar.

Eu mesma! Sólida! Realidade! Nunca miragem.
Reconstruir-me, vivenciar todas as sensações.
Em cada palavra ser um verso por inventar.

2011 Olinda Ribeiro

16 comentários:

Tereza Assis Macedo disse...

Bom dia Olindinha,
O domingo está magnifico, a família diverte-se ao ar livre, eu deitada na espreguiçadeira, aproveito para relaxar, os homens da casa hoje encarregam-se dos petiscos, tudo está como deve estar.
Eu agradeço-lhe estimada amiga por este maravilhoso soneto, pois é o complemento directo, para o domingo ser perfeito.

Muitos beijinhos e um bom domingo para si.


Tereza Assis Macedo

José Manuel Antunes disse...

É muito bom chegar aqui e encontrar
um soneto propicio a reflectir sobre quem sou ou o que fazer para ficar melhor comigo, e com quem me rodeia.
Minha muito apreciada poetiza, bem haja por este momento tão especial.
de momento o que me apetece fazer, é ir ao jardim apanhar uma flor e dá-la há minha companheira de todos os dias. Depois talvez vá brincar um pouco com os petizes...

um abraço

J. M. Antunes

Alberta Góis disse...

Olindinha.
dei inicio oficialmente há abertura
da preparação sazonal para o F.B..
assim sendo comecei o dia com chá e fruta fresca, dei uma longa caminhada pelo paredão, e este soneto vem mesmo
a calhar para arejar a mente...(como diz o ditado, mente sã em corpo são)
e por aí fora....

muitos beijinhos


Alberta Góis



F:B. = fato de banho

Jorge Cardoso Vasconcellos disse...

mas o que me deixa perplexo é que esta estimada sra tem sempre qualquer coisa ajustada aos momentos em que a leio, é um enigma.
de facto tenho andado a pensar em algumas coisas que gostaria de "deitar fora" e "vestir" coisas mais úteis, como alguns comportamentos que reconheço são muito pouco saudáveis para quem tem responsabilidades e para todos no geral, mas eu tenho a mania que ainda sou um puto, ainda sou novo mas já vai sendo tempo de assentar, e criar raízes.
Obrigado pela ajuda

Alvaro Santos disse...

Olá Olindinha,
que inicio de Primavera prometedor!
o seu soneto também tem o cheiro da
limpeza primaveril.
Ficamos com vontade de fazer uma limpezazinha interior.


Alvaro Santos

Anónimo disse...

aqui está um momento de puro lazer
e a poetiza está a dar uma excelente
dica, sermos nós próprios.

Antónia Matos neves disse...

Olindinha,
neste final de tarde de domingo, e depois de um dia bem harmonioso, fecho com chave de ouro juntando toda a família num barbecue no jardim, esta descrição, tem como objectivo agradecer-lhe este magnifico soneto, que também contribuiu para que o dia fosse perfeito.

um grande beijo

Antónia Matos Neves

Dário Santareno disse...

Cara Olinda
Leio este soneto, e aparentemente,
parecem palavras inconsistentes,
então pergunto-me: - Porque não consigo parar de ler e reler?
Só encontrei uma resposta!
porque todas as palavras são consistentes com a minha pessoa, o eu interior que eu reservo só para mim, só eu conheço a identidade deste ser,
Exteriormente sou o que sou e mostro quem sou, parece um paradoxo,
mas afinal é a minha realidade.
Olinda muito obrigado por através deste soneto ser o meu eixo central.


Dário Santareno

Joana Fernandes disse...

Boa noite Olinda,
ante de jantar resolvi ver as novidades, e como sempre saio daqui
com um ponto de reflexão.
Fico mais completa e sinto que dentro de mim as coisas fazem sentido, e é
esta aprendizagem que tenho vindo a fazer com a sua poesia.
1 grande beijinho


Joana Fernandes

Anónimo disse...

Talvez a sra não acredite, mas hoje já vim aqui ler este soneto 6 vezes.
Já li todos os trabalhos seus aqui publicados + que uma vez, mas este, por alguma razão é muito especial, até o recitei em frente ao espelho, li-o em voz bem alta, e a imagem que fica no meu pensamento é que eu escrevi cada uma destas palavras, e pintei com as minhas mãos este quadro.
Não sei qual o significado desta sensação, mas é o que sinto.
+ uma vez obrigado

Maria Luísa Salgueiro disse...

Olindinha minha estimada poetiza,
isto é que é, pelos comentários que li, estamos todos a remar para a mesma margem, e a fazer as chamadas limpezas interiores de Primavera.
Aprazível como sempre, e como diz um seu admirador, " escrito em bom português".

beijo


M. L. Salgueiro

B. Magalhães disse...

Caríssima Olinda

Tantas vezes me pergunto
- porque me sinto tão próximo de Si?
se não a conheço pessoalmente, não faz parte do meu circulo de amigos
(que eu saiba).
No entanto sinto que a conheço desde sempre, e que faz parte de mim.
Agradeço-lhe por ser poeta, pois foi a sua poesia que nos uniu. E hoje sinto-me um homem mais preenchido e mais feliz.


B. Magalhães

Luis Vaz disse...

Exma Sra Dª Olinda Ribeiro

Os meus mais profundos agradecimentos, por este precioso soneto,
a minha gratidão é tudo o que de melhor possuo.


Atenciosamente

Luís Vaz

Leonardo Brito disse...

Boa noite caríssima Olinda

Congratulo-a mais uma vez por nos dar a primazia de lermos a sua poesia.
Estou fascinado, com a sua riquíssima
vastidão vocabulística, há semelhança de outras poesias anteriores, trás para nosso deleite palavras poucos usuais na nossa oralidade diária. Esse
mérito a Olinda ganha-o por direito
próprio, Agradeço-lhe por demonstrar o grande amor que tem há nossa maravilhosa língua portuguesa,
tão maltratada entre outras acções, mas mais através destes acordos ortográficos que não servem a ninguém, e só desmeretiza a nossa cultura.

Gosto muito deste soneto, da mesma forma que gosto de todas as sensações que me provoca a boa poesia.
Bem haja

Leonardo Brito

Lurdes Almeida Perestrêlo disse...

Mais uma vez este soneto preenche a alma de quem o lê e sublima a poetiza que o escreveu.

Tenho estado muito atenta a tudo o que por aqui se passa, e assim vou continuar.


Lurdes Almeida Perestrêlo

Alexandra Monteiro De Barros disse...

Olindinha
Mas que afirmação tão bonita!.. Quero
saborear o desejo de mim, Amar.
Que belo e fulgurante soneto, toca
na raiz do nosso Eu.


Alexandra Barros