terça-feira, 18 de maio de 2010

Sou

Sou como uma pedra, no fundo do mar,
Imóvel, observo tudo o que me rodeia.
Sufocado, já nem consigo respirar,
Paciente espero por uma sereia.

Sou como uma folha que voa ao vento,
Que sem um rumo certo, se deixa levar,
Vagueio perdido no meu pensamento,
Ondulando lá vou, sem me preocupar.

Sou como uma árvore, agarrada à terra,
Lançando raízes ali onde nasceu,
Protegendo na sombra as suas sementes.

Sou como um pássaro que nunca aterra,
Que voa livremente por todo o céu,
Flutuando alegre por terras distantes.

2010 Vasco de Sousa

2 comentários:

Leonardo Brito disse...

Bom soneto e bem estruturado.

Vasco Sousa, permita que lhe diga,
no geral apreciei muito os seus sonetos, e tem até alguns muito bons, direi até excelentes, só me parece que tem um pouco de receio de se expor em demasia. Seja mais arrojado, que a sua poesia só tem a ganhar com isso.

(Claro que é só a minha opinião)


Leonardo Brito

Vasco de Sousa disse...

Agradeço o seu comentário, tal como os elogios que tece em redor do meu trabalho, e irei ter em conta a sua opinião, pois considero que devemos manter um espírito aberto e auscultar tudo e todos os que nos rodeiam.

Obrigado por acompanhar o Blog.

Vasco Sousa