sábado, 29 de maio de 2010

Saudade dos teus olhos verdes

Quando me sento a olhar o mar revolto,
Ainda vejo nele os teus olhos verdes,
A terna saudade desses tempos rebeldes,
Para os quais certamente não mais volto.

Quando as ondas lambem sedentas a praia,
Lembro comovido essa grande paixão,
Recordo as feridas no meu coração,
Lento, fecho os olhos como quem desmaia.

Viraste o meu mundo de pernas para o ar,
Fizeste-me viver todas as emoções,
E ao mesmo tempo aprendi a sofrer.

A ti, que já te coloquei no meu altar,
Dedico agora saudosas sensações,
Que não deixarão os teus olhos esquecer.

2010 Vasco de Sousa

sexta-feira, 28 de maio de 2010

És o brilho que floresce nos meus olhos

Tu és o brilho que nos meus olhos floresce,
A seiva que lenta corre nas minhas veias,
Alimentas esta grande paixão que cresce,
Turvas com as palavras, as minhas ideias.

Sem ti, a vida não faria sentido,
Pois compartilhas tudo aquilo que tenho,
Quando discutimos, sinto-me ferido,
Ando à toa, sem saber de onde venho.

Musa inspiradora dos meus sonhos,
Quando me dás força a cada momento,
Pelo nosso amor, não posso desistir.

A ti devo muitos momentos risonhos,
Quando estou em baixo, és o meu alento,
És tu a minha razão para existir.

2010 Vasco de Sousa

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A viagem da vida

Depois de um dia de chuva miudinha,
Logo virá uma tarde ensolarada.
Assim como depois de tristeza minha,
Surgem as alegrias como de rajada.

Atrás de um mau dia, um bom surgirá,
Tal como uma noite se segue ao dia,
A seguir ao inverno, o verão virá !
O Universo em perfeita sintonia.

Algo maior comanda cada momento,
Enquanto nos guia sem nunca hesitar,
Durante esta nossa rápida viagem.

É pois a razão para manter alento,
A vida enfrentar com crescente coragem,
No infortúnio nunca desanimar.

2010 Vasco de Sousa

terça-feira, 18 de maio de 2010

Sou

Sou como uma pedra, no fundo do mar,
Imóvel, observo tudo o que me rodeia.
Sufocado, já nem consigo respirar,
Paciente espero por uma sereia.

Sou como uma folha que voa ao vento,
Que sem um rumo certo, se deixa levar,
Vagueio perdido no meu pensamento,
Ondulando lá vou, sem me preocupar.

Sou como uma árvore, agarrada à terra,
Lançando raízes ali onde nasceu,
Protegendo na sombra as suas sementes.

Sou como um pássaro que nunca aterra,
Que voa livremente por todo o céu,
Flutuando alegre por terras distantes.

2010 Vasco de Sousa

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Vozes Murmurantes

A loucura invade a minha mente. Vozes murmurantes que nunca mais se calarão Quando os olhos fecho, o vazio eu sinto,
Quero afastar-me mas não sei para onde vou.
Eles invadem-me a mente ! Eu não minto !
Um grito estridente, que nunca passou.

Enlouqueço, com estas vozes murmurantes,
Que me algemam longe do mundo real.
Estremeço com os gritos arrepiantes,
Neste corpo que me parece irreal.

Quero fugir, mas já não sei de onde venho,
Dentro de mim, reina já um pavor profundo.
Quero retomar o controlo novamente !

Quero libertar toda a raiva que tenho,
Eu não estou louco ! – Grito a este mundo.
Na cela branca, não me fechem novamente !

2010 Vasco de Sousa

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O original foi retirado aqui.