segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Soneto do Amor

Este infinito amor de um ano faz
Que é maior do que o tempo e do que tudo
Este amor que é real e que contudo
Eu já não cria que existisse mais.

Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.

Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno, interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo...

E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.

Vinicius de Moraes
Nota: Um leitor, que se identificou como Usuale, enviou este soneto, que publico aqui e agradeço. Uma vez que o mesmo se encontra protegido por direitos de autor, retirá-lo-ei se essa for a vontade expressa de quem detenha esses direitos.

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