quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Durmo ou não? Passam juntas em minha alma

Durmo ou não? Passam juntas em minha alma
Coisas da alma e da vida em confusão,
Nesta mistura atribulada e calma
Em que não sei se durmo ou não.

Sou dois seres e duas consciências
Como dois homens indo braço-dado.
Sonolento revolvo omnisciências,
Turbulentamente estagnado.

Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.
Disperto. Enfim: sou um, na realidade.
Espreguiço-me. Estou bem... Porquê depois,
De quê, esta vaga saudade?

Fernando Pessoa

2 comentários:

Anónimo disse...

Será que me poderiam ajudar a fazer a analise deste poema? , suscita algumas duvidas e tenho uma certa dificuldade a faze-lo

Vasco de Sousa disse...

O meu objectivo com esta página é apenas divulgar os sonetos enquanto forma de expressão. Lamento não o poder ajudar. Se algum dos leitores quiser ajudar, é bem vindo.